Crise na CBV: Ary Graça renuncia, informa ESPN Brasil

Em meio ao turbilhão de revelações feitas pela série “Dossiê Vôlei”, da ESPN, sobre a existência de pagamento de comissões em contratos assinados diretamente com o Banco do Brasil por serviços de agenciamentos, intermediação e “assessoria na negociação de contratos de patrocínio da CBV”, o presidente licenciado da Confederação Brasileira de Vôlei, Ary Graça, renunciou ao cargo nesta sexta.

O dirigente, porém, segue como presidente da FIVB (Federação Internacional de Voleibol), entidade que comanda desde 2012, quando venceu eleição e sucedeu o chinês Jizhonmg Wei.

Dirigente Ary Graça (foto de arquivo): presidente licenciado da CBV renuncia
Dirigente Ary Graça (foto de arquivo): presidente licenciado da CBV renuncia

Em 27 de fevereiro, o ex-superintendente geral da entidade, Marcos Pina, entregou seu cargo também após as denúncias da ESPN. A saída foi um pedido de Walter Larangeiras, presidente de fato da entidade que comanda o voleibol no país.

Em nova matéria nesta sexta-feira, o ESPN.com.br mostra que as despesas de marketing e produção da CBV tiveram um aumento de 2.241% entre 2008 e 2012, enquanto o aumento das receitas de patrocínio ficou bem abaixo disso, com 145% de crescimento.

Carta entregue em João Pessoa: veja, abaixo, matéria publicada no globoesporte.com

O superintendente-geral da Confederação Brasileira de Vôlei, Neuri Barbieri, apresentou na manhã desta sexta-feira uma carta-renúncia em que o presidente licenciado da CBV e atual presidente da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), Ary Graça, deixa definitivamente o comando da entidade nacional.

A leitura da carta aconteceu durante a Assembleia Geral Ordinária da CBV, que acontece num hotel da orla de João Pessoa, capital da Paraíba.

Quem assume em seu lugar, agora em definitivo, é Walter Pitombo Laranjeiras, mais conhecido como Toroca, que já vinha respondendo como presidente interino da Confederação. Toroca foi presidente da Federação Alagoana de Vôlei por mais de 30 anos e já ocupou também a função de vice-presidente da CBV.

De acordo com Neuri Barbieri, a renúncia de Ary Graça do cargo, que ele ocupava desde 1997, já estava decidida desde dezembro do ano passado e não tem nenhuma ligação com as recentes denúncias que surgiram contra a CBV.

    Ex-presidente da CBV, Nuzman se diz surpreso e pede ‘apuração’ de escândalo antes de ação do COB

Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de 2016, Carlos Arthur Nuzman disse que quer esperar a “apuração” sobre o escândalo no vôlei, antes de qualquer ação efetiva. A crise na modalidade teve início com as denúncias feitas pelo ESPN.com.br, sobre irregularidades em contratos da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).

“As nossa preocupações são grandes, não podia ser diferente, devem ser apurados os fatos que estão sendo mencionados. O voleibol se tornou um exemplo de profissionalismo, com conquistas e resultados olímpicos e mundiais. Em respeito aos atletas e técnicos brasileiros, deve ser explicado o que existe ou o que não existe”, afirmou Nuzman, que também foi questionado sobre a possibilidade de perda de verbas e patrocínios na modalidade após o escândalo.

“Falei com a tranquilidade de que os fatos devem ser apurados, e é aí que as decisões serão tomadas, por patrocinadores, Ministério e, eventualmente, o COB. Mas, em primeiro lugar, estamos em uma primeira etapa que deve ser superada, primeiro”.

Nuzman, que foi presidente da CBV entre 1975 e 1997 e antecedeu a gestão de Ary Graça, atual presidente da entidade, afirmou que foi pego de surpresa pelas denúncias, que revelaram comissão de R$ 10 milhões para empresas de diretores da confederação, que seriam pagos por “venda de patrocínio”. Os contratos eram diretos entre a CBV e o Banco do Brasil.

“Foi uma surpresa, eu tomei conhecimento pela imprensa. Vamos esperar os acontecimentos, eu não posso antecipar nada, as apurações foram pedidas e temos que aguardar”, disse Nuzman, em evento que celebrou a assinatura de mais um patrocínio para o Comitê Olímpico Brasileiro, nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro.

Texto principal e texto Nuzman: site CBV

Texto assembleia: globoesporte.com

Foto: reprodução internet

Foto: Arquivo – reprodução internet

Ivan Elias

Ivan Elias, associado do Panathlon Club de Juiz de Fora, é jornalista, formado em Comunicação Social pela UFJF. Trabalhou por mais de 11 anos no Sistema Solar de Comunicação (Rádio Solar e jornal Tribuna de Minas), em Juiz de Fora. Participou de centenas de transmissões esportivas ao vivo (futebol, vôlei, etc). Apresentou diversos programas de esporte e de humor, incluindo a criação de personagens. Já foi freelancer da Folha de S. Paulo, atuou como produtor de matérias de TV e em 2007 e 2008 “defendeu” o Tupi, na Bancada Democrática do Alterosa Esporte, da TV Alterosa (SBT-Minas). Criou, em 2010, ao lado de Mônica Valentim, o então blog Toque de Bola que hoje é Portal, aplicativo, Spotify, Canal no Youtube e está no Twitter, Instagram e Facebook, formando a maior vitrine de exposição do esporte local É filiado à Associação Mineira de Cronistas Esportivos (AMCE) e Associação Brasileira de Cronistas Esportivos (Abrace).

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