A Superliga B 2022 marca mais um passo na retomada de um dos grandes times do vôlei nacional: o Suzano. Após conquistar uma das vagas na Superliga C, a equipe da cidade do interior de São Paulo trabalha para estrear fora de casa contra o Vila Nova, no próximo sábado, dia 22.
O Suzano foi apontado pelo gestor do JF Vôlei, Maurício Bara, como um dos times mais preparados para a competição. Para a disputa da temporada, o time conta com a experiência de ex-integrantes da equipe campeã invicta por Juiz de Fora em 2021.
Ex-JF Vôlei
O levantador Gustavo, o ponteiro Matheus Celestino e o líbero Dayan fizeram parte da conquista inédita da Superliga B 2021. Eles são comandados pelo técnico Alessandro Fadul, que também já comandou a equipe de Juiz de Fora e na competição passada foi o técnico do Unimed/Aero de Natal.
“A nossa expectativa, sem dúvida, é fazer uma excelente superliga B, brigar sempre pelas primeiras colocações para buscarmos essa vaga na superliga A. é muito importante pra gente, para o projeto para a cidade que a gente consiga essa vaga já na primeira oportunidade, não desperdice esse momento pro voleibol de Suzano retornar à elite do voleibol nacional, lugar de onde nunca deveria ter saído”, destacou o Fadul.
Nesta entrevista exclusiva, o Toque de Bola traz as análises do técnico e dos três jogadores sobre o entrosamento, as expectativas e os desafios de fazer parte do atual projeto de Suzano.
Uma nova história para o Suzano
A atual equipe marca a retomada do vôlei adulto em Suzano, que foi encerrado em 2009. Foi o desfecho de uma história vitoriosa no vôlei nacional na década de 1990. Entre as conquistas, estão 10 campeonatos paulistas, títulos em 1993 e 1994 da Liga Nacional, competição que antecedeu a Superliga. O Suzano venceu a Superliga em 1997 e foi três vezes semifinalista.
Fadul confirmou que a responsabilidade de representar Suzano é grande e explicou como é o trabalho para a equipe lidar com esta situação da melhor forma.
“A expectativa é enorme dentro da cidade para que a equipe retorne à elite e estamos trabalhando muito para isso. É inevitável surgirem comparações com as equipes das décadas de 1990 e início dos anos 2000. Procuro deixar o meu grupo o mais tranquilo possível, mostrando para eles que estamos aqui para criarmos uma história diferente, que seja tão vitoriosa quanto foi no passado”.
O treinador ressaltou que a pressão pode se converter em motivação para os jogadores. “Não podemos tornar isso um peso para nós, muito pelo contrário, é uma honra. É uma oportunidade para os jovens talvez mudarem o patamar esportivo e profissional. Uma oportunidade incrível de representar uma cidade que é apaixonada pela modalidade”.
O caminho para a Superliga B
A temporada do Suzano começou em junho de 2021, com a apresentação da equipe. A primeira missão foi o Campeonato Paulista. De acordo com Fadul, o alto nível da competição foi fundamental para preparar o time para a Superliga C.
“Quando chegamos para a disputa da Superliga C, o nosso grupo estava preparado. Era um campeonato muito curto, quase eliminatório onde perder uma partida poderia te colocar fora da disputa de uma vaga. Um formato que gera uma tensão mental maior do que outras competições. Mas o grupo chegou focado. Utilizei de todos ao longo da competição e a equipe se portou bem, saiu de quadra com a vaga para a Superliga B, que era o nosso principal objetivo, para o ano”.
O levantador Gustavo destacou que o grupo teve o tempo e o treinamento necessários para se entrosar antes da Superliga C.
“Não precisamos pular etapas. A gente conseguiu treinar tudo que tinha para treinar na etapa correta e ainda tivemos o campeonato paulista no meio, que serviu muito para o time ganhar ritmo de jogo e ganhar conjunto, porque jogou contra equipes da superliga A. A preparação foi perfeita para nosso título e o acesso”, comentou.
Expectativa do Suzano para a Superliga B
Todos os envolvidos sabem que a Superliga B é uma pedreira de difícil escalada. Faltando pouco para a estreia, o ponteiro Matheus Celestino comentou a expectativa e como a equipe deve abordar o torneio.
“A expectativa é o melhor possível. A gente continua trabalhando duro, sabe que é difícil e dura. Tem que dar nosso melhor em todo jogo para conseguir o objetivo, que é subir e ser campeão da Superliga B”, disse.
Gustavo contou que, mesmo com as diferenças em relação a 2020/2021, os jogadores tem claro como deve ser a trajetória ideal na Superliga B.
“É o principal objetivo da equipe do Suzano. É um campeonato curto e difícil. Cada jogo deve ser encarado como uma final, assim como a gente fez no JF Vôlei na temporada passada e fomos coroados com o título. A expectativa é grande e espero conquistar a mesma coisa no final, lá em abril”.
Vantagem de jogar com “velhos” conhecidos
Ter três jogadores que já se conhecem de temporadas anteriores é um diferencial. Então técnico do Maringá, Fadul conheceu Gustavo e Dayan, quando defendiam o Caramuru e o Blumenau. O reencontro no ano passado, nos confrontos entre JF Vôlei e Aeroclube, foi a apresentação de Celestino. E o treinador explicou como o trio se encaixava nos planos que ele tinha para o Suzano.
“Um dos objetivos foi termos jovens com potencial de crescimento, como eles. Jovens que pudessem formar uma base para competições futuras e não apenas uma equipe para jogar a Superligas C e B, acabar e mudar tudo novamente. A nossa ideia foi mesclar atletas jovens com muito potencial e atletas muito experientes para formar um grupo para se trabalhar a longo prazo”.
O líbero Dayan comemorou que pode manter em Suzano a parceria com Gustavo e Celestino retomada no ano passado.
“Sou suspeito para falar, porque são duas pessoas que eu admiro, aprendo muito no dia a dia e que, além de companheiros de equipe, são grandes amigos. Eu já havia jogado com os dois separadamente; com o Gustavo em São Caetano e com o Celestino em Blumenau. Estou muito feliz com essa parceria”, destacou.
Celestino concordou que esta amizade se torna uma vantagem agora em Suzano. “Ter dois amigos que conseguiram ser campeões comigo em Juiz de Fora é mais fácil. A gente já tem um entrosamento, já se conhece. Só no olhar sabe o que o outro vai fazer, então fica tudo mais tranquilo”.
Sobre o reencontro com o JF Vôlei, previsto na tabela da Superliga B para 19 de março na Arena Suzano, bem, isso é história para ser contada depois…
Texto: Toque de Bola – Roberta Oliveira
Fotos: Suzano Vôlei/Divulgação