Nas últimas semanas, o mundo tem se mobilizado na luta para conter a proliferação do novo coronavírus (COVID-19).
Para isso, países promoveram diversas alterações em suas rotinas nos mais diversos setores, inclusive no esporte. Ao redor do planeta, as entidades que comandam e coordenam os campeonatos esportivos vão, aos poucos, suspendendo suas atividades. Em Juiz de Fora, os efeitos já podem ser observados.
Os dirigentes das três equipes de esporte profissional locais, JF Vôlei, Tupi e Tupynambás, falaram com exclusividade ao Toque de Bola sobre as decisões das entidades organizadoras dos torneios que disputam a respeito da pandemia do COVID-19.
A primeira medida
No sábado, dia 14, a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) decidiu interromper todas as atividades oficiais, por prazo indeterminado. A medida foi tomada instantes antes do jogo entre JF Vôlei e UPIS/Brasília, que fariam primeira partida da série em melhor de três das quartas de final da Superliga B 2020.
Em suas redes sociais, o JF Vôlei comunicou a suspensão das atividades a partir desta segunda, dia 16. A equipe profissional, a princípio, volta a treinar na próxima semana, enquanto “as categorias de base e os núcleos de iniciação ao voleibol ficarão sem atividades programadas até o fim de março”.
Ao Toque, o diretor do JF Vôlei, Maurício Bara, analisou a decisão da CBV. “Se essa atitude foi tomada, é para o bem-estar dos atletas, comissões e população em geral. Para o JF Vôlei, acarreta uma série de situações que vamos analisar. Questão contratual dos atletas, por exemplo. Independente disso, são detalhes inferiores ao grande problema que estamos vivendo”, disse Bara.
Em campo
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decretou, no último domingo, dia 15, a suspensão de todos os campeonatos por ela organizados por tempo indeterminado. Da mesma maneira, a Federação Mineira de Futebol (FMF) determinou a interrupção dos Módulos 1 e 2 do Campeonato Mineiro, o que atingiu, diretamente, Tupynambás e Tupi.
No Baeta, após o empate sem gols com a URT no último domingo, dia 15, a programação segue inalterada, por hora. De acordo com o vice-presidente e diretor de futebol do clube, Cláudio Dias, a reapresentação do elenco está mantida para esta terça, dia 17. De acordo com o cartola, nenhum atleta ou funcionário do clube apresenta sintomas da doença, e a preocupação imediata é manter a forma dos jogadores
Previsão
Após a reapresentação, jogadores, comissão, departamento de saúde e diretoria vão avaliar, em conjunto, os próximos passos na temporada. Ainda segundo Dias, a FMF já sinalizou aos clubes a possibilidade de realizar as partidas das últimas duas rodadas da fase de classificação do Mineiro nos dias 8 e 14 de abril, e trata essa alternativa com a previsão mais otimista.
Nas categorias de base, todas as atividades serão suspensas e os jovens atletas serão liberados pelo clube. Os jogadores do elenco principal que não integrarão o elenco do Leão do Poço Rico na Série D do Campeonato Brasileiro, inicialmente marcada para começa no dia 23 de maio, também devem ter seu vínculo encerrado.
Em Santa Terezinha
Após a derrota diante do Nacional em Muriaé no último sábado, dia 14, o Tupi se reapresentou nesta segunda, dia 16. De acordo com a assessoria de imprensa do Carijó, as atividades no clube permanecem inalteradas, com manutenção dos treinamentos e marcação de jogos-treino.
Com exclusividade ao Toque de Bola, o presidente do clube, José Luiz Mauler Júnior, o Juninho, analisou a decisão da FMF e manifestou o posicionamento do Tupi. “É um situação delicada, de saúde pública. Entendemos que se eles estão tomando esse tipo de atitude, estão tendo um orientação técnica para isso. Tanto a FMF e CBF estão tomando medidas de cautela para que essa doença não se propague dentro do meio esportivo. Atingindo jogadores, arbitragem, jornalistas, comissões técnicas. Temos que ajudar pois é para o bem de todos.”
Segue inalterado
“Vamos verificar se alguém apresenta algum sintoma. Mandar avaliar, para que seja descartada a possibilidade. Agora, a princípio não tem ninguém nem gripado”, explica Juninho
Para o presidente, o maior impacto da suspensão deve se dar no tempo de contrato dos atletas. “Nosso planejamento será mantido. Para deixar os atletas ativos, além dos treinamentos, vamos tentar fazer alguns jogos-treino. Obviamente com portões fechados. Essa parada afeta no sentido que, fatalmente, teremos que estender contratos de jogadores. Mas é uma situação que não teve como ser evitada.”
Texto: Toque de Bola – Pedro Sarmento, com supervisão de Wallace Mattos – Toque de Bola
Fotos: Toque de Bola
Arte: Toque de Bola