Os técnicos da equipe de 45 nadadores convencionais e paraolímpicos do Clube Bom Pastor aprovaram a experiência de participar da terceira etapa da Copa Brasil Virtual de Natação.

  Os atletas registraram os tempos nos treinos realizados em 24 e 25 de setembro. Para eles, foi a primeira competição após a volta aos treinos no dia 8. No total, 1.045 nadadores de 56 clubes do Brasil e do exterior disputaram a competição.

  A reportagem do Toque de Bola conversou com nadadores e com o treinador sobre as diferenças deste formato e os próximos passos.

Melhor que o esperado

  Por causa da pandemia da Covid-19, o torneio foi realizado à distância, cada atleta no seu clube, obedecendo às normas de segurança vigentes. 

  O técnico Cebola destacou que o desempenho trouxe informações que serão trabalhadas com os atletas. “Os resultados serviram para avaliar o trabalho que foi realizado durante a pandemia. Agora é dar continuidade ao trabalho para chegar a melhor forma e avançar tecnicamente”.

  Para o técnico Fábio Antunes foi um indicativo de que o trabalho de retorno está sendo bem conduzido. “Os resultados foram muito além das expectativas. Várias melhores marcas pessoais e maioria dos outros tempos perto das melhores marcas. Atletas mostraram que estão motivados e focados nos treinos”, disse.

  Por ser um formato diferente, os prós superaram o único ponto contra. “É mais prático, onde não precisamos viajar para competir, tinham clubes de fora do Brasil e isto é bem legal. No entanto, a competitividade das provas presenciais é um ponto que fica a desejar, ainda mais para as categorias menores, que não possuem muito lastro de competição. Com adversário ao lado vem uma força extra”, analisou Fábio Antunes.

A equipe volta a treinar nesta semana e aguarda os próximos compromissos. É aguardada uma reunião com a Federação Aquática Mineira para definir questões referentes a calendário.

 Ansiedade pelo desempenho

Gabriel Schumann disputou duas modalidades na classe S8 para atletas paraolímpicos. Marcou 31’39” nos 50 metros livres e 2:31′ nos 200 metros livres.

“Meu desempenho foi muito bom para o momento, não foi o melhor, mas ficou bem próximo. Eu curto muito essas provas e foi muito importante para me motivar nesse período”, disse.

Gabriel acredita que o cuidado que tomou ao longo da parada por causa da quarentena foi importante neste retorno. 

“Estava ansioso para saber o meu resultado e desempenho depois de seis meses sem contato com a piscina. Na quarentena, fiz bastante exercícios e cuidei muito da alimentação. Com certeza foi muito importante para o resultado dessa competição teste”.

Ele terminou 2019 com a 19° melhor marca do mundo nos 50 m livres e 2° lugar no ranking brasileiro. Neste ano, foi selecionado para fazer parte da seleção brasileira sub-20. Por isso, destaca que a meta é manter o foco para alcançar a marca para os Jogos de Tóquio. “A previsão de competições oficiais do paraolímpico será só em 2021, então é muito importante continuar treinando para que ano que eu consigo melhorar a minha posição no ranking mundial e nacional”, ressaltou

Legal e estranho

O vice-campeão brasileiro Cláudio Lima nadou nas provas 200m borboleta, 200m costas, 200m medley e 200m livre e considerou que foi um bom desempenho.

“Gostei bastante dos meus resultados, acredito que, com apenas duas semanas de treino, foi bom. Consegui abaixar algumas marcas pessoais e as que não abaixei, cheguei próximo”, comentou.

Ele acredita que as próximas competições deverão ter este formato, que desafia o nadador de uma forma diferente. “Confesso que é surpreendente, muito novo, não tem adversários. É você e o relógio, mas é bem legal, por mais que seja estranho. Nós temos que nos adequar”, analisou.

Copa Brasil Virtual de Natação

  Segundo os organizadores, a etapa em setembro festejou o mês do atleta paraolímpico, promover a natação olímpica e paraolímpica, além de motivar a continuidade de treinamentos e competições neste período de pandemia. Os nadadores vão receber um certificado de participação.

  Há expectativa de fazer mais uma etapa neste ano. No entanto, aguardam as determinações da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e das federações locais.

Texto: Toque de Bola – Roberta Oliveira
Imagens: arquivo pessoal Fábio Antunes

Arte: Portal Toque de Bola