Coordenador da escolinha, Claudinei deixa o Baeta: “O clube fica e o presidente passa”

A possibilidade de retomar o futebol profissional na disputa da Segundona do Campeonato Mineiro provocou uma baixa importante no tradicional Tupynambás Futebol Clbe.

O Leão do Poço Rico não conta mais com o trabalho que vinha sendo desenvolvido pelo ex-jogador do clube, Claudinei, há quase seis anos, junto a dezenas de jovens promessas do futebol, entre os 6 e os 20 anos de idade. O próprio Claudinei e o presidente do Baeta, Francisco Quirino, o Chiquinho, confirmaram a informação em entrevista ao Toque de Bola no final da manhã desta quinta-feira, 5.

“Às vezes o atual presidente não sabe da nossa história. Meu avô trabalhou no clube como vigia, meu pai jogou quase a vida inteira no Tupynambás, eu iniciei lá”, lamentou o ex-atleta. ” Não tenho como sustentar o time do Claudinei e o profissional”, alega o dirigente.

Marquinho Brinquinho, que desenvolve projeto social com jovens atletas no bairro Nova Califórnia, é um dos parceiros de Claudinei (de azul) nesta nova etapa de sua trajetória, agora fora do Tupynambás
Marquinho Brinquinho, que desenvolve projeto social com jovens atletas no bairro Nova Califórnia, é um dos parceiros de Claudinei (de azul) nesta nova etapa de sua trajetória, agora fora do Tupynambás

  Entrevista com Claudinei

Toque de Bola: Como foi a sua saída do Tupynambás?

  Claudinei: Infelizmente o mundo do futebol continua muito inseguro, muito ingrato. Estava no clube há praticamente seis anos trabalhando com a escolinha de futebol. Primeiramente, agradeço ao falecido Luiz Carlos, que nos cedeu o espaço, e depois o Gil Carlos que assumiu como presidente e deu sequência ao trabalho. Eu estava trabalhando com 130 garotos, da faixa etária de seis a 20 anos, tirando garotos da rua, porque eu fazia um trabalho muito bom ali na nossa comunidade, Furtado de Menezes, Vila Ideal, Vila Ozanan e Solidariedade. Infelizmente, o presidente atual do clube, em parceria com um grupo de empresários que está querendo pegar o futebol profissional, achou melhor acabar com o sonho desses garotos, acabar com a escolinha que era nossa, inclusive eu pagava aluguel para o clube. Ele achou melhor fechar com esse empresário que tem o grupo dele para trabalhar e simplesmente tivemos que sair em um prazo de 20 dias. Hoje peguei meu grupo e levei para o campo do São Carlos, onde agradeço o Zé Maria por me ceder o espaço, e tenho mantido esse grupo lá porque é um grupo fiel. Tenho alguns garotos do sub-20 que estão viajando hoje para o Rio Grande do Sul para fazer testes no Brasil, de Pelotas, que estão comigo há três anos e talvez o atual presidente do clube não saiba disso. São coisas que vamos continuar dando sequência na nossa vida. Recebi uma oportunidade para trabalhar em Coronel Pacheco com o sub-20, a Secretaria de Esportes da cidade nos cedeu um espaço, graças a Deus estamos trabalhando lá com sucesso. Em média viajam pra lá de 23 a 27 garotos toda terça e quinta-feira, e esse é o trabalho nosso. Estamos ajudando estes garotos. No futuro, se não forem jogadores de futebol profissionais vão ser cidadãos.

Toque de Bola: Como fica em relação ao clube, já que você tem uma ligação sentimental forte. Foi jogador do clube. Voltaria a trabalhar lá?

Claudinei: Às vezes o atual presidente não sabe da nossa história. Meu avô trabalhou , foi criado no clube, como vigia. Meu pai jogou quase que a vida inteira no Tupynambás. Eu iniciei lá, depois é que fui para o Tupi. Mas eu tenho um sentimento muito grande pelo clube, sou da região, e é o que eu falo: o dia de amanhã a Deus pertence. Desejo sucesso a eles e amanhã, quem sabe, possamos retornar a trabalhar no clube, porque o clube fica e o presidente passa.

 

Entrevista com Francisco Quirino, Chiquinho

Toque de Bola: A dispensa do Claudinei foi opção do clube?

Chiquinho: Sim, porque o Alberto (Alberto Simão, ex-gestor de futebol do Tupi) vem com a equipe toda já formada e isso pode dar mais futuro para o Tupynambás. Eu não tenho como sustentar o time do Claudinei e o profissional. Os jogadores já vêm formados, prontos. E com os garotos precisaria de muito tempo e não davam retorno para o clube.

Toque de Bola: Qual a novidade da reunião com o vereador Rodrigo Mattos, ocorrida nesta quarta-feira (encontro em que o clube busca viabilizar apoio financeiro para a disputa da Segundona)?

Claudinei: Não ficou nada definido. Vamos ter outra reunião na semana que vem. Falta definir qual o caminho será feito para que essa verba seja disponibilizada.

 

Texto: Toque de Bola

Foto: Toque de Bola

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