A Medida Provisória 984/2020 ganhou as manchetes esta semana por alterar a Lei Pelé no quesito dos direitos de transmissão das partidas de futebol. Mas um de seus itens, menos polêmico para os grandes clubes do país, pode ajudar a minimizar o impacto financeiro da volta do futebol nos já combalidos caixas de equipe de menor porte.
Com a entrada em vigor da MP, que vale por 60 dias prorrogáveis por igual tempo a princípio, o prazo mínimo de contrato com os atletas passa de três meses para apenas um.
Em Juiz de Fora, a nova possibilidade animou a diretoria do Tupi, que tem apenas o restante do Módulo 2 do Campeonato Mineiro para disputar. Já na direção do Tupynambás, que, além do fim da primeira fase com a luta contra o rebaixamento na elite do Estadual ainda tem no horizonte a Série D do Brasileiro, a medida foi recebida com receio.
Empolgação…
Para o presidente do Tupi, José Luís Mauler Júnior, o Juninho, tudo que auxiliar a equipe a economizar é bem vindo. “Estamos aguardando para saber o quanto vai durar o restante do campeonato, se vamos ter jogos quarta e domingo, se vai durar um mês ou dois meses, para podermos nos posicionar. Lógico que vamos usar desse expediente e deixar os contratos o menor possível para podermos pagar menos. Todos meios que pudermos usar para economizar, serão empregados para nos aprontar e terminar o campeonato com dignidade.”
… e pessimismo
Já o vice-presidente do Tupynambás, Cláudio Dias, não considera fazer contratos de apenas um mês uma possibilidade no Baeta. “Não é viável. A princípio, não temos datas. Se fosse terminar o Mineiro no final de julho e começar o Brasileiro no início de agosto. Aí seria possível. Outra coisa: 30 dias seria para um atleta que está em atividade. Mas como estão todos parados, esse período é só para a pré-temporada. No mínimo, o contrato teria que ser 45 a 60 dias, duas folhas.”
Aguardando
Tanto carijós como alvirrubros continuam aguardando um posicionamento oficial da FMF para seus próximos passos. “Vamos esperar a Federação se pronunciar oficialmente. Falam em datas, mas as prefeituras têm que liberar. Belo Horizonte, por exemplo, não liberou Mineirão e Independência ainda. Tem que ter um posicionamento de quem vai arcar com os custos. Porque a FMF quer acabar. O Tupynambás cumpriu todos os seus compromissos financeiros como tinha planejado até o final de abril. Como fica? Ver também quem é que vai cuidar da parte médica. Fazer testes de covid é caro. Quem vai pagar? Conversei com outros clubes do interior, e a posição é a mesma”, explica Dias.
Juninho revela que, na Segundona do Estadual, as indefinições são ainda maiores que na elite. “Fizemos uma reunião remota, mas ficamos sempre dependendo da Federação. Todos dão sugestões, mas ninguém consegue resolver nada porque a FMF não se posiciona. Se posicionou quanto ao Módulo 1, mesmo assim de maneira meio abstrata. E o Módulo 2 não resolveu nada objetivamente, praticamente. Continuamos aguardando.”
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos
Fotos: Reprodução Diário Oficial da União; e Toque de Bola