Terminou sem definição a reunião do Conselho Deliberativo do Tupi na noite de quarta, dia 10.
O encontro, convocado principalmente para tratar de denúncias de possíveis irregularidades na administração do clube pelo presidente licenciado José Luís Mauler Júnior, o Juninho, terminou sem ser colocada em votação alguma possível sanção. Único veículo de imprensa de Juiz de Fora presente na sede social do Tupi, o Toque acompanhou o desenrolar da noite tensa no Carijó.
Pressão
O clima era de nervosismo desde os primeiros momentos da noite. A reunião foi realizada sob tensão constante entre o presidente em exercício do Tupi, Eloísio “Tiquinho” Siqueira, sua diretoria e conselheiros favoráveis ao afastamento de Juninho do clube e os apoiadores do mandatário licenciado.
A pressão vinha também de fora dos muros da sede social. Um grupo de cerca de 20 torcedores carijós não se intimidou nem mesmo com a chuva e protestou em frente à sala na qual era realizado o encontro do Conselho Deliberativo.
Direito de defesa
Em relato à reportagem do Toque de Bola logo após o tenso encontro, o presidente do Conselho, Jarbas Cruz, disse que não foi possível abrir votação para possíveis sanções ao presidente licenciado. Segundo ele, há um caminho regimental a se seguir.
Cruz explicou que “diante do material levantado, o presidente (Tiquinho) deve notificar o Conselho e este notificará o Juninho. Há no estatuto um prazo de 15 dias para este apresentar sua defesa”. Só então poderá ser feita uma votação inicial, tendo as denúncias e as argumentações do presidente licenciado como base para decisão de uma possível sanção.
Os dois lados
Logo após a reunião do Conselho, o Toque ouviu os envolvidos. O presidente em exercício do clube, Tiquinho, lamentou não ter havido votação das possíveis sanções, mas disse que seguirá os trâmites.
“Apresentei todas as provas que tinha de má gestão do clube. Mas o presidente afastado disse ter direito a um prazo de 15 dias para apresentar a defesa. Vamos notificar o presidente do Conselho e seguir os trâmites legais”, explicou.
Juninho se disse vítima de uma perseguição. “Foi uma reunião totalmente ilegal. Eles querem me caçar sem me dar o direito de defesa. Não existe. Primeiro eles têm que me notificar, apresentar provas e me dar o direito de defesa. Aí sim, marcar outra reunião do Conselho para julgar isso.”
Como fica?
Licenciado da presidência do Tupi desde setembro deste ano, quando chegou a ser preso em flagrante pela posse ilegal de armas de fogo e conseguiu liberdade condicional, Juninho permanece fora do cargo. Atual mandatário em exercício, Tiquinho vai distribuir notificação com cópia do material levantado ao presidente do Conselho, Jarbas Cruz, que em seguida notificará o próprio Juninho.
Em até 15 dias, o presidente licenciado deve apresentar sua defesa e uma nova reunião do Conselho marcada para votação sobre possíveis sanções. Caso seja definida alguma punição, que pode ir de advertência até exclusão do quadro social do Tupi, cabe recurso de Juninho ao próprio Conselho.
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos
Fotos: Toque de Bola