Conheça Gabriel, que segue a tradição Giovannini e conquista Copa América espetacular

 

Gabriel Giovannini – Foto: Sérgio Borges

Os juiz-foranos que ligaram a televisão no domingo, dia 21, para assistir ao tradicional Esporte Espetacular, na TV Integração, certamente se depararam com um sobrenome conhecido na cidade. Giovannini é sinônimo de ciclismo e de títulos.

  Foi o que provou Gabriel Giovannini, 25 anos, que disputou e conquistou a Copa América de Downhill, após quatro anos de tentativas para alcançar o topo do pódio na competição e ser consagrado Rei da Montanha.

  Sua principal referência está em casa. O pai, Miguel Giovannini, é o único brasileiro com títulos de Cross Country e Downhill tanto na categoria Elite quanto na categoria Master.

  Com nove brasileiros de Downhill Elite, seis brasileiros de Downhill Master, cinco brasileiros de Cross Country Master, um brasileiro de Cross Country Elite, campeão Pan-Americano e latino-americano, Miguel apresenta um currículo admirável.

  A façanha de Gabriel é resultado de uma intimidade de longa data com a bicicleta. Uma relação vinda do berço, que combinada à muita dedicação, treinos e o apoio da família, alcança resultados cada vez melhores.

Confira a entrevista de Gabriel ao Toque de Bola

Toque de Bola: Quando começou a se interessar pelo ciclismo?

Gabriel Giovannini: “Eu nasci no meio do ciclismo. Com dois anos de idade já estava andando de bicicleta sem rodinha, e sempre acompanhei meu pai, que é um ícone no esporte no cenário nacional. Sempre estava nas corridas com ele. O ciclismo para mim foi tudo, eu cresci junto com ele.”

Toque de Bola: Com qual idade você se mudou para Indaiatuba?

Foto: Alexandre Costa

Gabriel Giovannini: “Me mudei para Indaiatuba aos 11 anos, e afetou um pouco no esporte, pois quem me influenciava mais era meu pai. Mas como eu já tinha uma paixão muito grande pelo esporte eu corri atrás, entrei para o bicicross, que acabou me dando uma base muito boa para o meu nível hoje em dia. Foi legal essa mudança porque conheci novas áreas do mountain bike, que aprimoraram o downhill. E sempre estou em Juiz de Fora, para visitar meu pai que ainda mora aí, sempre vou visitá-lo. Acho que essa mudança acrescentou bastante no esporte.

Toque de Bola: Quando começou seu interesse em praticar downhill?

Gabriel Giovannini: No downhill eu comecei bem pequeno mesmo. Fiz algumas provas de cross country, mas me apaixonei mesmo pelo downhill.

Toque de Bola: Há quatro anos você tenta vencer essa prova. Quão decisivo foi o preparo físico e psicológico para essa conquista?

Gabriel Giovannini: “É, tenho tentado essa corrida há quatro anos, esse ano saiu a vitória. Acho que todos os outros anos foram um aprendizado. Sempre me preparei bem para essa corrida. Acho que nos outros anos não foi falta de preparo, talvez não era para ter sido mesmo. Esse ano eu estava com a cabeça boa, com a melhor bicicleta que já tive nessa corrida,  foram vários fatores que acabaram resultando na vitória.”

Toque de Bola: Sua família possui relação com o ciclismo. Isso ajuda ou pode atrapalhar de alguma forma? Sofre com algum tipo de comparação entre você e seu pai?

Gabriel Giovannini: “Acho que não existe nenhuma pressão devido ao fato de ser filho do Miguel, não sofro muito com isso. É legal que muitas pessoas me veem no esporte e acham bacana, comentam “olha, que legal. É o filho do Miguel, o cara era fera”, esse tipo de coisa. Acho que isso só me incentiva mais. Agora, como ganhei alguns títulos e estou me destacando na modalidade, o pessoal esta comentando: filho de peixe, peixinho é. Isso é bacana!

Toque de Bola: Como é a sua relação com o seu pai, Miguel Giovannini, referência no Downhill?

Gabriel Giovannini: “É uma relação bem tranquila. Ele não pressiona, e fica muito feliz com as vitórias.”

Toque de Bola: Você superou o último domingo o multicampeão tcheco Tomas Slavik. Há algum tipo de estudo sobre os atletas adversários ou o foco é apenas na sua preparação individual?

Foto: Sérgio Borges

Gabriel Giovannini: “Na verdade, fiquei sabendo que o tcheco iria correr já na semana do evento, acho que na quinta ou sexta feira, então não teve um estudo antecipado. No decorrer da prova eu fiz um estudo de qual seria a melhor raia para eu largar. Tinha um pessoal do bicicross também que eu vi que eram fortes na largada, então houve um estudo durante a prova, mas antecipadamente é mais o preparo físico.”

Toque de Bola: Como funciona a escolha das raias?

Gabriel Giovannini: “Essa escolha é feita de acordo com o tempo que você faz na bateria anterior. Na semifinal escolhi uma raia por dentro e o tcheco acabou me prendendo na grade, aí tive que segurar um pouco para não cair. Como já tinha acontecido isso comigo na semi, escolhi uma raia por fora para isso não acontecer. Foi o que aconteceu com os outros dois atletas na final. Ele (Slavík) largou e veio na tangente da curva e eu tive mais espaço para acelerar e passá-los.”

Toque de Bola: Quais são seus objetivos como esportista após a tão sonhada conquista da Copa América de Downhill?

Gabriel Giovannini: “Agora vai ter a escadaria de Santos, em março, já estou treinando para ela. Vai ser o próximo desafio. Durante o ano terão outros, como o Campeonato Brasileiro (provavelmente dias 28 e 29 de julho), estou querendo ir para o Panamericano novamente, e, quem sabe, participação em provas internacionais.”

 

Texto: Toque de Bola, com reportagem de Bruno Brigatto, estagiário, edição de Ivan Elias

Fotos: Sérgio Borges e Alexandre Costa

Edição: Toque de Bola

 

Ivan Elias

Ivan Elias, associado do Panathlon Club de Juiz de Fora, é jornalista, formado em Comunicação Social pela UFJF. Trabalhou por mais de 11 anos no Sistema Solar de Comunicação (Rádio Solar e jornal Tribuna de Minas), em Juiz de Fora. Participou de centenas de transmissões esportivas ao vivo (futebol, vôlei, etc). Apresentou diversos programas de esporte e de humor, incluindo a criação de personagens. Já foi freelancer da Folha de S. Paulo, atuou como produtor de matérias de TV e em 2007 e 2008 “defendeu” o Tupi, na Bancada Democrática do Alterosa Esporte, da TV Alterosa (SBT-Minas). Criou, em 2010, ao lado de Mônica Valentim, o então blog Toque de Bola que hoje é Portal, aplicativo, Spotify, Canal no Youtube e está no Twitter, Instagram e Facebook, formando a maior vitrine de exposição do esporte local É filiado à Associação Mineira de Cronistas Esportivos (AMCE) e Associação Brasileira de Cronistas Esportivos (Abrace).

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