Cerca de 2h30 de equilíbrio, falhas, polêmicas na arbitragem, expulsão de Celestino contam a história da vitória de virada do JF Vôlei por 3 sets a 2 no tie-break contra o Anápolis Vôlei. Os dois últimos invictos da Superliga B cumpriram a expectativa de uma partida intensa e decidida nos detalhes neste sábado, 20, no ginásio do Riacho, em Contagem.
O central Pilan foi escolhido o melhor do jogo, mas fez questão de entregar o troféu Viva Vôlei a Bruno, companheiro de posição.
Com o resultado, o JF Vôlei soma mais dois pontos e chega a 17 em seis jogos. O Anápolis Vôlei chegou a 12, mas perdeu o segundo lugar para o Brasília, que venceu o UnimedAero por 3 sets a 0 nesta rodada.
Agora o JF Vôlei se prepara para o último compromisso da primeira fase, contra o Niterói Vôlei no dia 27, às 19h, fora de casa. O Anápolis Vôlei enfrenta o SMEL Araucária/ASPMA/Berneck na quarta, dia 24 e encerra a fase em um confronto direto contra o Brasília, em casa, no próximo sábado.
Início impecável do Anápolis Vôlei
O JF Vôlei iniciou a partida com Gustavo, Bruno, Viller, Paolinetti, Pilan, Celestino e o líbero Dayan. A formação inicial do Anápolis era Everaldo, Vini, Ricardo, João Rosa, João Vítor, Arthur Zaiek e o líbero Matheus.
O jogo começou com o Anápolis Vôlei simplesmente arrasador. Com uma boa sequência de Ricardo no saque e o sistema de passe instável do JF Vôlei, os goianos abriram 5 a 1.
Sofrendo com a estratégia de saque forçado geralmente em cima de Celestino, os mineiros tiveram vários erros de passe, de colocação da defesa e o bloqueio não estava conseguindo amortecer ou parar os ataques adversários.
Passado o impacto, houve equilíbrio, Viller, Bruno e Paolinetti se tornaram as chamadas de segurança de Gustavo. Arthur Zaiek, Vini e João Vítor eram os mais acionados por Everaldo, do Anápolis Vôlei.
Os donos da casa demoraram para entrar na partida, encostaram e empataram em 16 pontos, mas não conseguiram ficar na frente nesta parcial.
Explorando o bloqueio e aproveitando as complicações e erros de saque, passe e contra-ataques do JF Vôlei, o Anápolis Vôlei deslanchou na reta final e fechou o primeiro set em 20 x 25.
“Que horas nós vamos pegar o oposto lá?”
O JF Vôlei começou o segundo set com Thiago no lugar de Celestino, mudança feita no fim da primeira parcial, para tentar equilibrar o passe. E com um erro de ataque de João Vitor, o JF Vôlei assumiu a dianteira pela primeira vez na partida, por 3 a 2.
Com a melhora no passe e no saque, os mineiros colocaram os goianos em dificuldade. O técnico Ricardo Picinin deixou claro o que precisava fazer: neutralizar Paolinetti.
“Que horas nós vamos pegar o oposto lá? Não pode deixar o cara ficar deitando e rolando em cima da gente”, ele disse durante no pedido de tempo após o JF Vôlei abrir 15 a 12.
O apelo não adiantou imediatamente, com contra-ataques certeiros e erros do Anápolis, o JF Vôlei abriu seis pontos de vantagem 20 x 14. Picinin fez a inversão do 5-1 trocando os levantadores e o oposto, e também colocou Rodrigo no lugar de Arthur Zaiek
A marcação do bloqueio conseguiu parar Paolinetti no 15º ponto de Anápolis. Em seguida, com erros de saque e trocas de vantagem o JF Vôlei chegou a 24 a 19. E o último ponto demorou para sair porque os goianos descontaram a diferença com pontos de bloqueio e erros de recepção dos donos da casa. Marcão pediu tempo duas vezes. Cinco sets points depois, Thiago fechou a parcial para o JF Vôlei em 25 a 23.
Erros que fizeram a diferença
O terceiro set foi aquele em que parecia difícil abrir vantagem. O JF abriu 5 a 3, mas o Anápolis buscou o empate. A partir daí, foram se alterando, explorando o bloqueio, lidando com os erros de saque e de ataques.
O Anápolis soube aproveitar e conseguiu dois pontos de frente no 18 a 16 quando João Vítor explorou o bloqueio e a bola foi para fora.
Controlando o jogo, o Anápolis manteve a dianteira forçando Marcão a fazer substituições e pedir tempo. E mesmo assim, a preocupação de Picinin era Paolinetti, sempre orientando os centrais a ficarem atentos com o oposto do JF Vôlei.
Os donos da casa encostaram em 22 a 23, mas o Anápolis marcou três pontos em sequência, com Ricardo explorando o bloqueio e em falhas dos mineiros, e levou a parcial por 22 a 25.
Celestino expulso!
O quarto set teve início bem parecido com o do terceiro: equilíbrio nos acertos e nos erros, os dois times andando passo a passo até que, com erros de saque e de ataque, o JF Vôlei abriu vantagem de três pontos
Gustavo acionava os centrais Bruno e Pilan, Thiago manteve a força, mas a dor de cabeça de Picinin era Paolinetti. Nos pedidos de tempo, ele insistia com os centrais que era para reforçar a marcação no oposto e deixar os outros jogadores para a defesa.
Na sequência do jogo, houve um erro da arbitragem. Em um ataque de Celestino, que a transmissão do Canal Vôlei Brasil mostrou que a bola foi dentro da quadra, a arbitragem marcou deu que foi fora. O que seria o 17º ponto dos mineiros se tornou o 12º dos goianos. A equipe desconcentrou e Anápolis marcou mais um. Marcão pediu tempo e na volta do jogo, em um erro dos adversários no saque, JF chegou aos 17 pontos.
No entanto, Celestino ainda estava reclamando do lance anterior, levou cartão vermelho – dando um ponto para o adversário – e como seguiu nervoso, foi expulso pelo juiz. Marcão colocou Thiago no lugar.
Apesar de todo esse estresse, o JF Vôlei voltou para o jogo com força total e marcou seis pontos em sequência, chegando aos 23 pontos. Só então, o Anápolis conseguiu marcar o 15º com Arthur Zaiek, que voltou à partida. Os donos da casa mantiveram a calma, trocaram pontos com os goianos e, com um erro de Arthur no ataque, fecharam a parcial em 25 a 18, levando a decisão da partida para o tie-break.
E deu JF Vôlei!
O quinto set manteve o ritmo dos sets anteriores, bem equilibrado, difícil abrir vantagem. JF Vôlei abriu 9 a 7 após pegar Ricardo no bloqueio e João Vítor isolar o contra-ataque seguinte.
Os mineiros mantiveram a calma e erraram menos que os goianos. Os técnicos pediram tempo, orientaram a ter paciência. O bloqueio do Anápolis conseguiu parar Paolinetti e empatar o jogo em 13 pontos.
Nos lances seguintes, brilhou a estrela e a experiência de Viller: primeiro usou o bloqueio para marcar o 14º ponto e depois ao ser acionado por Erick fechou o jogo.
Texto: Toque de Bola – Roberta Oliveira
Foto: Canal Brasil Vôlei/TVNSports; CBV/divulgação.