A equipe sub-15 do Pérolas Negras, do Haiti, encerrou nesta segunda, 31, sua passagem de 19 dias pelo Brasil derrotando a UFJF por 4 a 3 no campo do Complexo Esportivo da Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid) da Federal. A equipe comandada pelo juiz-forano Rafael Novaes terminou sua segunda excursão pelo país com um saldo extremamente positivo.
Convidados para disputar a Copa da Amizade Brasil x Japão, no Rio de Janeiro, os haitianos ainda participaram de um torneio em Três Rios (RJ), onde foram campeões, e disputaram três amistosos em Juiz de Fora. Sete atletas despertaram interesse de um clube brasileiro e devem retornar ao País para iniciar, quem sabe, a busca pelo sonho de serem jogadores de futebol.
“Foi uma experiência muito válida, jogamos contra equipes de diferentes níveis e principalmente essa transferência de aprendizado, que é de suma importância nessa idade. Lá no Haiti eles não têm muitos campeonatos para essa faixa etária, então vir aqui e colocar em prática o que trabalhamos lá é muito importante”, explica Rafael Novaes, técnico da equipe, que já está a frente do projeto organizado pela ONG Viva Rio há quatro anos.
A campanha
Copa Três Rios
Pérolas Negras 9 x 0 H10 Sport
Pérolas Negras 5 x 0 Entrerriense
Pérolas Negras 5 x 0 América de Três Rios
Pérolas Negras 5 x 0 América de Três Rios (final)
Copa da Amizade
Pérolas Negras 2 x 1 Atlético-MG
Pérolas Negras 0 x 2 Flamengo
Pérolas Negras 0 x 1 Portuguesa-RJ
Amistosos em Juiz de Fora
Pérolas Negras 1 x 0 Sport
Pérolas Negras 3 x 0 Uberabinha
Pérolas Negras 4 x 3 UFJF
Comissão verde-amarela
Além de Novaes, mais três brasileiros e juiz-foranos compõem a comissão técnica do Pérolas Negras: o fisioterapeuta Rafael Guiduci, a nutricionista Gisele Bueno e o auxiliar Wesley Assis. Guiduci, que está há três anos no projeto, revela como fez para aprender a se comunicar com os garotos, que não falam português nem inglês, e sim crioulo, língua nativa haitiana:
“Primeiro pegamos a parte de campo, que a é a que a gente mais usa no dia a dia, e com o tempo fomos aprendendo melhor. Temos dificuldade se eles falarem rápido demais, mas no fim a gente se entende”, comentou de forma descontraída.
Sonho possível
Os meninos do projeto anseiam realizar o sonho de se tornarem jogadores de futebol, e o Brasil é o local onde vislumbram concretizar essa possibilidade. A ONG Viva Rio tem parceria com o Boavista (RJ), e já possui o jovem Marckenson Fenelon na categoria sub-17 integrado ao time de Saquarema. Agora, mais sete atletas despertaram o interesse da equipe carioca e poderão retornar ao país em algumas semanas, podendo rever seu compatriota. São eles: Guillaume Jimmyson, Abellard Duplan, Saint-duc Steeve Selso, Modestin Steeve, Etienne Valdo, Jerome Alan e Clerge Brismax Louis Kelly.
Texto: Guilherme Fernandes, estagiário do Toque de Bola, sob supervisão de Bruno Kaehler – Toque de Bola
Fotos: Toque de Bola
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