Que venham os Jogos Olímpicos. Nesse espírito a seleção egípcia de vôlei faz seus últimos ajustes para a estreia no torneio mais importante do planeta. A equipe é a atual campeã africana e venceu os dois amistosos contra o Minas Tênis Clube, em Juiz de Fora, nas vésperas do primeiro desafio. Na partida de sexta-feira, 29, um resultado diferente do normal: 4 sets a 0 para Egito (31-29/25-22/25-18/25-23). Isso porque ficou combinado que seriam disputados quatro sets, independente dos vencedores.
No primeiro encontro, o placar foi de 3 a 2 para a seleção, na noite de quinta-feira, 28.
Insha’Allah!
Após o final do jogo, os torcedores aproveitaram para tirar fotos com os jogadores de ambas as equipes. Em meio à euforia da vitória, o treinador do Egito, Sherif ElShermely, elogiou o time do Minas. “Foi uma boa oportunidade para prepararmos os atletas. Foram dois jogos contra uma equipe brasileira muito forte. Eles têm bons sistemas defensivos e ofensivos. Estamos felizes com os resultados”. Ele ainda agradeceu o carinho local. “Juiz de Fora é uma cidade muito boa. As pessoas aqui são muito carinhosas. Só podemos agradecer. Esperamos voltar ao Brasil”, completou.
Questionado sobre a preparação do Egito, ElShermely foi categórico na resposta. Insha’Allah! Essa é uma expressão usada por eles que significa “se Deus quiser”. Depois da descontração ele afirmou estar preparado para a disputa dos Jogos. “Insha’Allah! Estamos prontos!”, disse.
Torcida dividida
Os amistosos, abertos ao público, foram aprovados pelos torcedores. O ginásio vibrou em todos os pontos e teve torcida dividida. Apesar de alguns darem preferência ao time brasileiro, Gustavo Belinni, 22, tinha sua torcida pelos africanos. Ele é aluno da UFJF e está trabalhando no apoio à seleção egípcia. Se não bastasse a torcida pessoal, levou a família toda para apoiar os novos colegas. “Com o contato que tive com eles, aprendi um pouco da cultura e me conquistaram. Decidi torcer por eles nessa Olimpíadas e a família aderiu ao Egito”, explicou o estudante ao lado dos pais, irmão, cunhado e amigos. “A gente gosta do esporte e faz tudo junto”, acrescentou a mãe Norma Belinni, 48.
Resultado normal
Para o assistente técnico do Minas, Guilherme Ferreira, que comandou a equipe nas partidas, afirma que o placar não é absurdo. “Foi muito proveitoso. É importante para dar rodagem aos meninos. Todos tiveram oportunidade de jogar. Conseguimos colocar em prática as coisas que estávamos treinando. É uma equipe que vai jogar as Olimpíadas daqui a pouco, então o resultado é normal”, avaliou.
Cidade do vôlei
Maurício Bara, um dos responsáveis pela vinda das delegações para Juiz de Fora e Diretor do JF Vôlei, foi para casa com a sensação de dever cumprido. Bara foi quem entrou em contato com Minas para combinar os amistos. “Ajudamos eles demais (risos). Foi sensacional. Só não foi 100% porque não foi a nossa equipe (JF Vôlei), que, infelizmente, ainda não está treinando. O público presente demonstra que Juiz de Fora abraça o voleibol. Tem o apelo de ser uma seleção internacional, mas foi numa sexta-feira, às 15h, e o ginásio ficou lotado. Ficamos feliz em ajudar na preparação e em ver o Guilherme (Ferreira) comandar uma equipe pela primeira vez como treinador. Ele começou aqui com a gente. São fatos que marcaram esses dois amistosos”, disse.
Reportagem de Cérix Ramon, do Toque de Bola, com supervisão de Ivan Elias, do Toque de Bola
Fotos: Toque de Bola
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