Se uma das principais queixas do torcedor do Tupi nas últimas temporadas é o fato de o elenco ter pouca identificação com a cidade, por não haver um forte trabalho nas categorias de base, a primeira entrevista do meia Bruno Paiva depois do treino da manhã desta quinta-feira, 2, em Santa Terezinha, pode ser considerada um alento.
São muitas as raízes carijós e juiz-foranas na trajetória do meia, integrante do elenco campeão brasileiro da Série D pelo Carijó em 2011, que disse estar voltando não só ao Tupi como voltando “para casa”. Disse que era torcedor de arquibancada antes de iniciar a carreira.
“Sempre lutou e quis ser jogador”
O Toque de Bola procurou primeiro o tio de Bruno, o ex-ponta esquerda carijó Ronaldinho Campos, ídolo alvinegro na década de 80: “Sabe jogar”, definiu. “Sempre gostou de bola, sempre lutou e quis ser jogador. Foi o sonho dele. Sei que jogou com Beto Nunes (ex-treinador do Tupi) no Colégio dos Santos Anjos. Beto ajudou a incentivar, sempre com a perna esquerda. Depois jogou no infantil do Sport, e o pai dele sempre junto e incentivando muito”, revelou Ronaldinho.
Início no futsal e um excelente “camisa 10”
Já o ex-treinador do Tupi, Beto Nunes, cravou: “Bruninho Paiva, bem condicionado fisicamente e focado profissionalmente, é um dos melhores “camisa 10″ do futebol brasileiro, na minha humilde opinião”. Beto conta que ele “iniciou sua carreira no futebol nas escolinhas do Colégio Santos Anjos em 1997, aos 5 anos de idade. Aos 10 anos ele se transferiu para o Sport Club JF, com o Gerson (treinador de futsal) e aos 13 anos se transferiu para o Infantil do Botafogo, iniciando sua carreira de jogador de futebol”.
Beto acrescenta que no Santos Anjos e no Sport Bruno jogava futsal. “Me parece que ele deu os primeiros passos no futebol de campo no Sport e depois quando ele viajava ao Rio para jogos do futsal do Botafogo, foi convidado a ingressar no futebol de base do clube carioca”.
Acompanhe a íntegra da entrevista coletiva de Bruno Paiva
Volta ao Carijó
Bruno: É uma felicidade muito grande não só voltar ao Tupi, mas à minha cidade. Defender time que meu pai e meu avô torcem. Depois de cinco anos, com um pouquinho de experiência. Tentar voltar com o Tupi para a Série B, permanecer na elite do Campeonato Mineiro e sonhar com a classificação. Porque é para isso que a gente voltou.
Parte física
Bruno: Com os trabalhos que estamos fazendo com a Comissão Técnica, vamos estar preparados.
Em 2011, em sua primeira passagem pelo clube, você estava no elenco campeão da Série D do Brasileiro. Cinco anos depois, qual sua expectativa com esse time?
Bruno: Com certeza, nunca viemos apenas para jogar um campeonato. Temos sonhos, a gente vibra com isso, e não vai ser diferente. Queremos buscar essa classificação no Mineiro, queremos o acesso à Série B de novo. Tenho certeza que o juiz-forano, o torcedor do Tupi gostou muito de estar na Série B.
Trajetória desde que deixou o Tupi:
Bruno: Saí daqui em 2013, fui para a Cabofriense. Fomos campeões cariocas da Segunda Divisão, conseguindo o acesso. Depois em São Paulo joguei no Barueri. No Rio Branco (ES) conquistamos o título capixaba e quase conseguimos acesso para a Série C. No Linense (SP), disputei o Paulista com o professor Moacir Júnior, que trabalhou no Tupi. Nesses últimos seis meses eu estava em Montenegro (no clube FK Zeta). Foi uma passagem internacional muito boa, uma experiência para eu levar para minha carreira toda.
Na estreia contra o Tombense, time esteve abaixo da expectativa. Nesses primeiros contatos que teve com o elenco, o que deu para perceber sobre a qualidade desse grupo?
Bruno: Tenho alguns amigos aqui, que eu joguei junto. E todos falam a mesma coisa. O grupo é muito qualificado. Foi apenas o primeiro jogo. O time não estava encaixado, errou uns passes bobos, e a parte técnica não pode errar. Tenho certeza que no jogo de domingo (contra o América, em Teófilo Otoni), o clube vai mostrar ao torcedor carijó porque esteve numa Série B e porque tem no elenco tantos nomes que já defenderam grandes clubes.
E essa identidade familiar: você também era torcedor de arquibancada do Tupi?
Bruno: Acompanhei meu pai. Meu tio jogou aqui (o ex-ponta esquerda Ronaldinho, na década de 80), depois ele foi para o Atlético. Sempre acompanhamos o Tupi. Podem ter certeza que, além da motivação profissional, tem uma motivação pessoal muito grande de jogar aqui.
Texto: Toque de Bola
Fotos: Toque de Bola
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