O pedido do zagueiro Leo Fortunato para deixar o Tupi três meses após sua contratação e no dia em que havia sido regularizado junto ao BID da CBF gerou polêmica e críticas à gestão do clube juiz-forano. O Toque de Bola entrou em contato com o vice-presidente do Conselho Gestor carijó, Cloves Santos, que explicou a situação em meio a um desabafo:
“Vou começar falando sobre a questão de salário. O George, por exemplo, não vem atuando, então estou jogando dinheiro fora com ele? Ele está ajudando nos treinos e pronto se for utilizado. Tem que parar de falar que jogador que não foi regularizado não ajuda o clube. Primeira coisa é isso. A segunda: o Leo foi embora por uma única coisa, lógico que não ser regularizado pode ter atrapalhado, mas ele veio na possibilidade de retomar seu futebol de outras épocas, mas na montagem do elenco seguimos com a dupla de zaga do ano passado, Sidimar e Fabrício Soares, e o Helder cresceu muito e seria titular sábado mesmo com o Leo inscrito. Falta menos de um mês no Mineiro, ele quer jogar e viu que aqui não conseguiria. É um processo natural e foi muito homem quando chegou para mim e disse que não queria ficar. Estar na posição dele é complicado e o Tupi não pode prejudicar o planejamento dele também. Na hora de contratarmos novos atletas, essas atitudes do peso da palavra e companheirismo valem muito. Aqui não tem sacanagem, o jogador tem que estar feliz, é um dos segredos do futebol. Tem que ter uma liberdade sem prejuízo ao clube. Vai ser substituído à altura. As pessoas que criticam precisam entender um pouco mais de futebol. Uns falam que ele foi contratado pra ser o grande nome, gente que não sabe nada de Tupi. Outros falam besteiras, mas a Federação de Malta que complicou toda essa transferência. O Tupi sempre contrata pessoas para ajudar nessas transferências internacionais e somos humildes de dizer que não temos essa expertise de contratos internacionais, mas contratamos quem sabe”, declarou Cloves.
Nota da redação: Leo Fortunato não se manifestou publicamente desde que foi anunciada sua rescisão de contrato com o clube carijó.
“Tem que parar de covardia”
“Fiquei muito surpreso de tanta comoção por nosso quarto zagueiro sair. Tudo é motivo de perturbação. O Tupi venceu sábado e o Hélder fez uma grande partida. Por que não enaltecer a partida dele ao invés de ficar com criticas? Na hora que tiver que bater, bate, mas com fundamentos. Tem que parar de covardia e tem meia dúzia que é covarde. Qualquer atitude que o Tupi tome, é criticado. O próprio Ricardo disse que o jogador solicitou a saída”, finalizou o dirigente alvinegro.
Reposição
Atrás de um novo zagueiro, Cloves citou o perfil prioritário para a contratação: “A reunião com a comissão técnica ocorre na terça. Sentamos e avaliamos. Tudo tem que ser conversado. Tenho alguns nomes e a prioridade é de trazer um jogador mais novo, rápido e com cancha de Série B, com disputas de Série B e Paulista para poder mostrar a experiência necessária”.
Tupi e UFJF
Na sexta-feira, 26, o Toque de Bola publicou entrevista com o técnico carijó, Ricardo Drubscky, que, ao abordar a busca por melhorias nas condições de trabalho, revelou a intenção do clube de firmar “convênio com a UFJF”. Cloves confirmou as conversas com o diretor da Faefid, Maurício Bara Filho, e o professor Heglison Toledo e garantiu que a finalidade das reuniões é uma aproximação dos profissionais juiz-foranos com o clube em trocas de conhecimentos. Neste contexto, o dirigente alvinegro colocou novamente em pauta a realização do fórum projetado ainda no fim de 2015.
“A evolução existiu nesse tempo. A ideia surgiu em dezembro, mas precisa de planejamento pra implantar isso. Estamos discutindo com a UFJF de pegar o conhecimento que muitos têm ali, e não só a Federal, como outras faculdades de Educação Física que possam agregar na parte teórica e colocar isso em prática. Temos que formar profissionais em Juiz de Fora. Nossa ideia é aproximar eles mais do clube e não vamos na UFJF pela estrutura de treinos, mas pela qualificação dos profissionais que lá estão. Tenho um grande respeito pelo Maurício (Bara Filho) e (Heglison) Toledo. As conversas estão acontecendo e inclusive, se nessa semana tudo andar, vamos pensar em um curso. Entre os temas estão a preparação física, o universo tático, que é tema de livro do Ricardo (Drubscky), então vamos sentar em uma mesa e debater isso”, adiantou Cloves.
Segundo Bara, o sucesso na parceria passa por características semelhantes ao formato do projeto de extensão da UFJF – o JF Vôlei – e também por experiências da última década no futebol:
“A Universidade precisa gerar dados. Da mesma forma como o vôlei serviu como um grande banco de dados acadêmicos nos últimos anos, poder aproximar do futebol profissional tenho certeza que seria uma ótima situação. Já estivemos próximos em 2006, 2007 e um pouco em 2008 com algumas realizações e pesquisas que puderam servir como base também para a comissão técnica da época, então a conversa vai muito nesse sentido. Tentar aproximar a UFJF, realizar pesquisas científicas dentro do Tupi, mas também fornecendo dados para a comissão técnica”.
Texto: Bruno Kaehler – Toque de Bola
Fotos: Toque de Bola
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