Brasileiro com 38 rodadas: estaduais terminam?

O troféu do Brasileirão

  Em reunião virtual no dia 26 de março, os clubes que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro definiram que a competição nacional terá 38 rodadas e será disputada no sistema de pontos corridos.

  Assim, um problema de datas para a realização do fim das principais divisões dos estaduais está, desde então, criado. Os torneios, como o Campeonato Mineiro, vêm sendo interrompidos desde o dia 15 de março. A maioria não chegou ao final de suas fases classificatórias e um deles, do Amazonas, foi encerrado.

Calculando

  Tomando como exemplo o Campeonato Mineiro, que os clubes do interior propõem cancelar, a suspensão por conta da pandemia duraria até o dia 30 de abril – mesmo período possível das férias coletivas que vêm sendo anunciadas pelos clubes na Série A.
  Desta maneira, e por conta dos decretos estaduais e municipais buscando proteger a população da pandemia, as atividades só poderiam ser retomadas nos clubes a partir do dia 1º de maio.

  Seriam necessários ao menos 15 dias de intertemporada, segundo a opinião declarada pela maioria dos especialistas em preparação física dos principais clubes nacionais.
  Neste cenário otimista, a primeira rodada do Brasileiro poderia ser realizada no fim de semana dos dias 16 e 17 de maio.
  De lá até a última semana de dezembro, são 65 datas disponíveis, contando jogos às quartas e domingos, 33 nos fins de semana e 32 no meio de semana.

Representantes de clubes reunidos na CBF em janeiro

Faltam datas

  As 38 rodadas do Campeonato Brasileiro poderiam ser acomodadas nas 65 datas disponíveis em 2020 neste cenário otimista. Mas, ao somarmos a Taça Libertadores da América, a Copa do Brasil e a Copa Sul-Americana, além das datas Fifa, para as Eliminatórias da Copa de 2022, por exemplo, falta calendário para os jogos.

  Seriam precisos entre 65 e 78 dias para acomodar todas as competições. Adicionados os estaduais, a conta não fecha de maneira alguma.

  A Libertadores precisa de pelo menos quatro e até 11 datas – caso um clube brasileiro chegue à final – para se encerrar. A Copa do Brasil, ainda em sua terceira fase, precisa realizar mais três séries de jogos até a entrar nas oitavas de final.
  A partir daí, os times brasileiros que disputam a competição continental entram no torneio nacional, que precisaria de mais oito dias de confrontos para ser finalizada.

Bola com as federações 

  Já a Sul-Americana precisa de dez dias de partidas para ser concluída. Para finalizar, as datas Fifa, que seriam usadas nas Eliminatórias, vão fazer as competições no continente pararem duas vezes a cada mês em setembro, outubro e novembro, além de outras duas oportunidades extras pela primeira rodada adiada, provavelmente em dezembro, totalizando a necessidade de oito dias de de paralisação. 

Caboclo tem dito a cartolas que vai dar tempo

  Quando anunciou a paralisação das competições nacionais, o presidente da CBF, Rogério Caboclo, afirmou que a decisão sobre cada estadual caberia às federações de cada estado.
  Nos últimos dias, o dirigente tem conversado com presidentes das entidades estaduais e, segundo relatos dos mesmos, garantido que haverá um espaço para que os torneios sejam encerrados. 

  O posicionamento do presidente contraria a matemática do calendário. Para cumprir a expectativa de terminar todas competições em 2020, a esperança do mandatário do futebol nacional e dos presidentes de federação é de que a paralisação e os efeitos da pandemia sejam menores do que os projetados inicialmente.      

Dinheiro pesou

  Em seu blog no Globoesporte.com, o jornalista Paulo Vinícius Coelho, destacou no dia seguinte à reunião dos principais clubes do país, o resultado do encontro. 
    Segundo o comentarista esportivo, o que pesou, além da decisão técnica, para manter as 38 rodadas foi o dinheiro.

  Desta maneira, os clubes podem manter os contratos com patrocinadores, de direitos de transmissão, ambos já firmados. Os times têm também a possibilidade de ganho, e a TV Globo de manutenção dos contratos atuais, com consumidores de pay-per-view.

Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos com informações do globoesporte.com

Fotos: Lucas Figueiredo/CBF

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