São Paulo (SP), 7 de setembro de 2011
O milésimo jogo do goleiro-artilheiro Rogério Ceni pelo São Paulo, diante do Atlético Mineiro, ás 16h, no Morumbi, é uma das atrações na 22ª rodada, a terceira do returno pela Série A do Campeonato Brasileiro. Os 60 mil ingressos colocados à venda foram esgotados.
O São Paulo pode assumir a liderança, em caso de vitória, pelo menos até esta quinta-feira, quando Corinthians e Flamengo enfrentam-se no Pacaembu.
O Botafogo recebe o Ceará e também pode dormir na liderança, caso vença a sua partida diante da torcida, no Engenhão, e o São Paulo não passe pelo Atlético Mineiro.
O Vasco, que desperdiçou a chance de assumir a liderança no domingo, 4, ao ser derrotado por 4 a 1 pelo América Mineira, só atua na quinta, 8, quando recebe o Coritiba.
O Brasileiro vive uma fase curiosa, que tem sido comum na era dos pontos corridos. Quando os líderes tropeçam, os concorrentes mais diretos desperdiçam chances consecutivas de alcançar a primeira colocação. Se for considerado o momento, a sequência dos últimos resultados aponta o Botafogo como a equipe com o momento mais favorável. Outro ponto importante: a equipe alvinegra está com um jogo a menos em relação aos adversários diretos pelo título, uma vez que não atuou no domingo diante do Santos – a partida foi adiada (será somente em 19 de outubro) porque o Santos tinha vários jogadores servindo à seleção brasileira.
Nas duas rodadas iniciais do returno, os melhores desempenhos foram de Fluminense e Atlético Mineiro, com duas vitórias cada.
Corinthians, líder, e Flamengo, vice-líder, vêm de derrota, sendo que o time carioca sequer pontuou em dois jogos do returno.
Brigando para encostar no pelotão de frente, mas com campanhas irregulares, Cruzeiro e Fluminense enfrentam-se nesta quarta, 21h50, em Uberlândia.
Jogos das 16h: São Paulo x Atlético Mineiro, Botafogo x Ceará, Internacional x América Mineiro e Avaí x Santos.
Jogos das 21h50: Cruzeiro x Fluminense, Atlético Paranaense x Palmeiras e Atlético Goianiense x Figueirense.
Jogos de quinta-feira, 2oh30: Vasco x Coritiba e Bahia x Grêmio. Também na quinta, 21h50, Corinthians x Flamengo.
Ceni iguala Pelé e Roberto Dinamite
Aos 38 anos e com pelo menos mais uma temporada e meia pela frente vestindo a camisa do São Paulo, o goleiro-artilheiro Rogério Ceni entra em campo nesta quarta-feira, feriado de 7 de setembro, no Morumbi, para alcançar mais um de seus inúmeros feitos históricos ao longo da carreira. Quando terminar a partida contra o Atlético-MG, no Morumbi, em jogo válido pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro, o capitão tricolor terá feito seu milésimo jogo pelo clube. Justamente no dia em que completa 21 anos de São Paulo.
A marca milenar é ostentada apenas por mais dois jogadores na história do futebol brasileiro – e dois ídolos também inquestionáveis, símbolos de seus clubes, goleadores. Além de Rogério, já chegaram aos mil jogos ninguém menos do que Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, que fez 1.114 partidas pelo Santos entre 1956 e 1974, e o atual presidente do Vasco, o ex-jogador Roberto Dinamite, com 1.065 jogos de 1971 a 1980. As informações são do repórter dos canais ESPN e blogueiro do ESPN.com.br André Plihal e estão na série de reportagens especiais sobre o milésimo gol do capitão são-paulino.
Ainda no Brasil, outros grandes ídolos da história de algumas das maiores equipes do país passaram longe da marca de mil jogos por um mesmo time. Maior jogador da história do clube mais popular do Brasil, Zico disputou 731 partidas com a camisa do Flamengo. No Palmeiras, Ademir da Guia fez 902 jogos. A “Enciclopédia” Nilton Santos entrou em campo 729 vezes pelo Botafogo. O corintiano Wladimir fez 805 jogos pelo time do Parque São Jorge.
No exterior, o único jogador que alcançou a façanha de mil partidas por um mesmo clube foi o zagueiro irlandês Noel Bailie, hoje já ex-boleiro e com 40 anos, com a marca de 1.013 partidas pelo Linfield, da Irlanda do Norte, entre 1989 e 2011. Ele chegou à marca do milésimo no dia 27 de abril do ano passado, contra o Crusaders, rival da mesma cidade (Belfast), a capital do país, em um empate por 0 a 0.
Outros grandes nomes do futebol mundial não fazem frente a Ceni nesse quesito. O italiano Paolo Maldini disputou 902 partidas com a camisa do Milan; o galês Ryan Giggs, ainda em atividade no Manchester United, tem cerca de 900 jogos no clube; o italiano Alessandro Del Piero já alcançou a casa das 600 partidas pela Juventus; o espanhol Raúl, hoje no Schalke 04, da Alemanha, fez história no Real Madrid, que defendeu 741 vezes; e seu compatriota Xavi Hernández, um dos protagonistas do supertime do Barcelona, tem cerca de 600 jogos pelo clube azul-grená.
Outros recordes
Rogério Ceni chegou ao clube do Morumbi no dia 7 de setembro de 1990, então com apenas 17 anos, vindo do desconhecido Sinop-MT e sendo contratado para assumir o posto de quarto goleiro do São Paulo. Quando chegou ao Centro de Treinamentos da Barra Funda, o goleiro jamais poderia imaginar que se transformaria no maior colecionador de recordes da história do clube e que, 21 anos depois, comemoraria na mesma temporada dois feitos impressionantes: o centésimo gol da carreira (marcado na vitória por 2 a 1 sobre o arquirrival Corinthians, no dia 27 de março, pelo Campeonato Paulista) e a milésima partida pela equipe. Não é só.
Em duas décadas de São Paulo, o jogador mais vitorioso e mais importante da história do clube paulista acumula marcas históricas que reforçam a condição de “Mito”, como gosta de chamá-lo a torcida tricolor . Muito antes do jogo mil, Ceni já havia se tornado o atleta que mais vezes vestiu a camisa do time, quando alcançou os 618 jogos no dia 27 de julho de 2005 – superando o recorde anterior de 617 de outro goleiro, Waldir Peres.
Dois anos mais tarde, no dia 22 de julho de 2007, Rogério Ceni voltou a fazer história na vitória do São Paulo sobre o Cruzeiro, por 2 a 1, quando completou 309 partidas em Campeonatos Brasileiros atuando pelo mesmo time e deixou para trás o ídolo vascaíno Dinamite (308). Ainda em 2007, no dia 1º de julho, Ceni se tornou o goleiro são-paulino com a maior série de jogos sem ser vazado no Brasileirão, superando mais uma vez Waldir Peres (694 minutos em 1983). A sequência só foi interrompida aos 47 minutos do segundo tempo da vitória por 2 a 1 sobre o Santos, no dia 15 de setembro, após nove partidas inteiras e duas parciais sem ter suas redes balançadas pelos adversários: no total, foram 988 minutos, na segunda maior série invicta por tempo (atrás apenas de Emerson Leão, que ficou 1.057 minutos ileso em 1973).
No dia 19 de agosto de 2009, Rogério superou Zinho e se tornou o jogador que mais atuou na história do Brasileirão – o ex-meia de Flamengo, Palmeiras e Cruzeiro ostentava o recorde até então, com 369 jogos, mas o goleiro do São Paulo o ultrapassou em um duelo diante do Fluminense (vitória por 1 a 0). Ceni também é o recordista do país em partidas pela Copa Libertadores da América (72) e de títulos com a camisa tricolor (23, três deles pelas categorias de base).
Em 28 de outubro de 2010, o maior ídolo da história do clube do Morumbi completou 700 jogos como capitão do São Paulo, em uma partida contra o Atlético-PR (vitória por 2 a 1) – esse feito ainda não foi alcançado por nenhum outro capitão na história do futebol. De quebra, Rogério Ceni é o maior vencedor do tradicional troféu da Bola de Prata concedido em parceria pela revista PLACAR e pela ESPN Brasil, com seis taças (2000, 2003, 2004, 2006, 2007 e 2008), uma a mais que Zico, Júnior e Renato Gaúcho (todos com cinco troféus). Rogério levou a Bola de Ouro em 2008, eleito o melhor jogador do Campeonato Brasileiro.
Em mil jogos, foram inúmeros títulos conquistados, recordes quebrados, defesas inesquecíveis, gols memoráveis, mas o que fica marcado na cabeça do torcedor é o que o “mito” Rogério Ceni representa: o São Paulo Futebol Clube. “Para mim, o São Paulo é o máximo, é o melhor clube que eu poderia jogar no mundo. Jogar aqui foi sempre sinônimo de oportunidade de ser campeão. É um clube que vou ter no coração até o último dia da minha vida”, declarou o goleiro em entrevista em entrevista à Rádio Estadão ESPN.
Diante de tantos recordes acumulados em 21 anos dedicados a um único clube, como duvidar que o maior jogador da história do São Paulo possa ir mais longe? É o mito construindo sua história
Matéria e informações Rogério Ceni: www.espn.com.br
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