A Federação Mineira de Futebol (FMF) marcou para o dia 16 de fevereiro o arbitral do Módulo 2 do Campeonato Mineiro.
Com Tupi e Tupynambás entre os participantes, a reunião será presencial, a partir das 14h, na sede da FMF, em Belo Horizonte. Como apurou o Toque nos últimos dias, os bastidores do encontro já foram agitados desde antes de seu agendamento.
Imbróglio jurídico
O que evitava a marcação do conselho técnico do Módulo 2 era a disputa nos tribunais entre Aymorés, de Ubá, e Guarani, de Divinópolis. Os ubaenses denunciaram o time divinopolitano por terem inscrito 31 jogadores ao invés dos 30 permitidos pelo regulamento. Punido pelo Tribunal de Justiça desportiva de Minas Gerais (TJD-MG) com a perda de três pontos em duas instâncias – o que resultou na queda para a Segunda Divisão do Estadual, a popular Terceirinha, além da permanência do denunciante -, o Bugre disse que iria recorrer ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
Informações de bastidor obtidas pelo Toque dão conta de que, ao invés de um simples recurso direto ao Pleno do STJD, o Guarani optou por pedir um efeito suspensivo. Mas, o pedido não foi acolhido pela instância máxima da Justiça Desportiva do país, o que encerrou precocemente o pleito do time de Divinópolis, já que não se pode entrar com dois recursos paralelos e o prazo para recorrer à instância superior já havia expirado. O Bugre não está entre os convocados para o arbitral.
O Toque entrou em contato com o Guarani através de suas redes sociais e aguarda posicionamento do clube acerca do assunto. Assim que receber, atualizará esta postagem ou fará uma nova no futuro.
Em pauta
A resolução do impasse judicial e a informação ao Departamento Técnico da FMF permitiu o agendamento do arbitral. Os dirigentes da Federação haviam garantido aos representantes dos clubes que a reunião só seria marcada após o fim da disputa nos tribunais.
Logo após a divulgação da data do encontro já começaram as articulações. Os clubes trabalham com a possibilidade do início da competição na última semana de abril ou no primeiro fim de semana de maio. Isso porque a FMF tem dez dias após o arbitral para divulgar uma tabela e a disputa, pelo Regulamento Geral de Competições, só pode se iniciar após 60 dias desta publicação da ordem básica dos jogos.
Como será?
Alguns pontos do regulamento Módulo 2 de 2021 serão mantidos. Outras propostas de alteração têm apoio da maioria dos clubes e devem ser aprovadas, se não por unanimidade, por votação. Algumas atendem somente o interesse de poucas equipes e não devem passar.
A fórmula de disputa terá que ser mantida, já que foi modificada para 2021, e o Estatuto do Torcedor obriga os torneios a permanecerem, pelo menos, dois anos com o mesmo formato. Assim, novamente os quatro melhores clubes após o turno único da primeira fase avançarão para um quadrangular final, com seis rodadas, do qual os dois primeiros sobem para a elite do futebol de Minas Gerais.
Um consenso entre os clubes é que o Módulo 2 2022 deve ser mais enxuto, com partidas duas vezes por semana, preferencialmente às quartas e aos sábados. Isso diminuiria em cerca de um mês o período de disputa, fazendo com que os clubes economizem uma folha salarial. A ideia seria baratear o custo da competição para as agremiações.
Questões em aberto
Pelo menos dois pontos prometem gerar alguma discussão pelas equipes. A maioria dos clubes quer que o limite de idade para os jogadores, que nos últimos campeonatos era de atletas até 23 e 24 anos, podendo os times contarem com até sete inscritos na súmula acima desta faixa etária por jogo, seja abolida. A avaliação é que a medida não teve o efeito esperado, de dar oportunidade aos jovens, e acabou inflacionando o mercado de jogadores menos experientes.
Encabeçada por times como Betim e Boa Esporte, a intenção de liberar o número de atletas inscritos não deve prosperar. A proposta seria de ter inscrições ilimitadas e não como foi feito na última edição, quando os clubes podiam inscrever até 30 atletas na fase inicial, e substituir cinco ou completar os 30 caso avançasse para o quadrangular decisivo. Nos bastidores, a ideia de não limitar inscrições beneficiaria os times com maior poderio financeiro do Módulo 2, indo de encontro à intenção de ter um torneio equilibrado e mais barato.
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos
Fotos: divulgação/FMF; e Instagram/Guarani de Divinópolis