Após a paralisação do futebol nacional, os clubes do interior querem que o Campeonato Mineiro 2020 seja cancelado. Assim, o Tupynambás estaria salvo do rebaixamento ao Módulo 2 em 2021.
Foi o que contou, com exclusividade ao Toque de Bola, o vice-presidente e homem forte do futebol do Tupynambás, Cláudio Dias.
O dirigente, que mantém contato com os demais clubes do interior através de um grupo no aplicativo de mensagens Whatsapp, disse que um alinhamento está formado. “O que está sendo definido pelos clubes do interior é pedir o cancelamento do Campeonato Mineiro”, revelou.
Baeta salvo
No que diz respeito às competições a seguir, a proposta seria manter a atual ordem para distribuição de vagas. “Quanto à classificação, que se mantenha a atual para os campeonatos nacionais de 2021. Com vagas na Copa do Brasil para Caldense e Tombense. Caso haja a quinta vaga do estado, vai para o Cruzeiro (as outras duas seriam de Atlético e América). Neste cenário, no Tupynambás não teria Brasileiro no ano que vem (se não conquistar o acesso na Série D). Essa acho que é a melhor solução”, considera Cláudio.
Neste cenário, o Baeta estaria salvo do rebaixamento. “Temos, no Módulo 1, quatro equipes disputando quem seriam os dois rebaixados. Não se pode falar atualmente que Villa Nova e Tupynambás já caíram. Eles têm uma probabilidade maior, mas ainda disputam com Coimbra e Boa Esporte para não caírem e temos duas rodadas por jogar”, diz Dias.
“Se o Tupynambás já estivesse matematicamente rebaixado, ou Villa, ou Coimbra, ou Boa, já teria perdido o direito. Mas atualmente, apesar da possibilidade ser enorme do Baeta cair, ele ainda não caiu”, finaliza o dirigente.
Estadual com 14 em 2021
Na última terça, dia 24, em encontro através da internet, os clubes do Módulo 2 do Estadual, ao lado da diretoria da Federação Mineira de Futebol (FMF), resolveram que a Segundona do Mineiro irá continuar.
No ambiente virtual, o presidente da entidade, Adriano Aro, disse “antes de maio, é nula a possibilidade de retomar o campeonato”. Uma nova reunião do mesmo tipo está prevista para o dia 22 de abril.
Diante da resolução de sequência da Segunda Divisão de Minas Gerais, Dias acredita que, na próxima temporada, a elite do Mineiro terá 14 clubes e o número de rebaixados irá dobrar. “Se antes de maio não volta, o Módulo 1 tem que ser cancelado. Pode até fazer o Módulo 2 no segundo semestre e, depois, no ano que vem caem quatro. É o que deve ser feito”, prevê.
Datas conflitantes
Ainda não está marcada reunião com a cúpula da Federação como houve com os clubes do Módulo 2 para a elite do Estadual. E a previsão inicialmente passada para Cláudio pela cúpula da FMF é diferente daquela dada na reunião com os clubes do Módulo 2.
O dirigente também estranhou as datas iniciais para o retorno do Mineiro. “A Federação quer realizar uma rodada dia 8 de abril. A outra seria no dia 14 do mesmo mês. Como faremos isso se, por exemplo, em Juiz de Fora estão proibidos eventos? Se em Minas Gerais também estão? Assim, enquanto as prefeituras não autorizarem, você fica sem poder realizar os jogos nas duas datas propostas.”
Sem contrato
“O pico da doença, pelo que os especialistas estão apontando, ainda será em abril. Iremos expor os atletas? Com viagens, dentro do ônibus, com ar condicionado? É difícil. Não se pode obrigar o atleta a fazer isso, sendo que a recomendação é todo mundo ficar dentro de casa. Neste cenário, não poderemos fazer nada em abril. Voltando só, no mínimo, em maio”, explica Dias.
Desta maneira, segundo Cláudio, seria inviável para os clubes do interior manter seus elencos. “O Tupynambás, assim como Patrocinense, Villa Nova, URT, entre outros, têm contratos com seus atletas até o fim de abril. Como vamos renovar por mais três meses por mais dois jogos? Vamos renovar uma folha de R$ 200 mil por mais três meses? São R$ 600 mil”, questiona.
Em casa
Segundo Dias, a diretoria do Baeta segue favorável à continuidade da paralisação do Mineiro. “Somos a favor da paralisação porque é a melhor forma de prevenção encontrada pela área de saúde. Não temos como ir contra isso. Seguir é melhor do que arriscar colocar alguém em risco de contágio. Suspendemos os treinos na última semana, e enviamos os atletas para suas casas para se manter em isolamento.”
Por enquanto, o Leão do Poço Rico segue aguardando. “Ainda não temos um planejamento. Nossos contratos terminam em abril. Não iremos renová-los sem que haja algo oficial da CBF e da Federação. Caso a FMF cancele o Mineiro, que é o que achamos que vai acontecer, teremos que ter uma possível data para planejarmos a Série D”, deseja dias
“Temos a data atualmente de maio para a Série D, mas não acreditamos que irá começar nesta época. Assim, não podemos renovar, contratar atletas, fazer um planejamento sem uma data. Se começar só em agosto ou setembro? Vamos contratar o pessoal para fazer uma pré-temporada para jogar a Série D. Mas, depois que vencerem os contratos em abril, não renovamos com ninguém”, afirma Cláudio.
A reportagem do Toque de Bola entrou em contato com o departamento de competições da FMF, mas, até o momento da publicação, a entidade ainda não havia retornado.
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos com informações da AG Esporte
Fotos: Facebook Tupynambás FC; e Rise Up Mídia/Tupynambás FC
Arte: Toque de Bola com informações da FMF