Na sexta, dia 10, o Tupynambás acionou o Tribuna de Justiça Desportiva de Minas Gerais (TJD-MG) contra o rebaixamento no Campeonato Mineiro 2020. E o Toque foi atrás para entender as argumentações do Baeta para o pedido.
Como o vice-presidente do Leão do Poço Rico, Claudio Dias, vem dizendo há alguns meses, o principal argumento para não haver descenso é a alteração no equilíbrio na volta do Mineiro 2020.
Outras demandas também foram incluídas no pedido feito na última semana (veja arte), e o advogado responsável pela ação, Alexandre Franco, está otimista por conta do que já ocorreu no Campeonato Gaúcho e vem se desenrolando no TJD do Rio.
Sem rebaixamento e liminar
Franco se apoia no exemplo de dois casos em campeonatos estaduais de destaque no país para pedir que o Mineiro também não tenha rebaixamento em 2020.
No Campeonato Gaúcho, que tem volta agendada para o dia 22 de julho, os clubes decidiram que não haveria rebaixados nesta temporada. Já no Campeonato Carioca, Cabofriense e Nova Iguaçu entraram com pedido e conseguiram liminar suspendendo suas quedas, sob alegação de prejuízos financeiros e técnicos.
Alexandre, que também formulou os pedidos no TJD-RJ, explica que o pleito do Baeta na Justiça Desportiva vai neste sentido. “No Brasil, temos o Sul, com a Federação Gaúcha. O TJD do Rio já deu uma liminar em favor da Cabofriense e do Nova Iguaçu e julgará o mérito nesta terça (dia 14). Minas Gerais é atualmente um dos estados com maior risco de contrair o coronavírus. Acredito que as Federações têm que facilitar a vida de seus clubes neste cenário.”
Mais custos e sem treino em JF
Franco também destaca o custo econômico da volta para um clube como o Baeta. Outro aspecto relevante analisado pelo advogado é a impossibilidade de o Leão do Poço Rico de treinar em Juiz de Fora.
A Prefeitura e a Secretaria de Estado da Saúde não permitem atividades em clubes esportivos até pelo menos o dia 26 de julho, seguindo o protocolo Minas Consciente.
“Quando se contrata, você tem todos os encargos trabalhistas, além dos salários. Os clubes assinam os contratos para disputar o Mineiro com base no período de quatro meses, de janeiro a abril. A partir daí, perderam os atletas. Teriam um novo custo, correr atrás de jogadores. E o Tupynambás não pode nem treinar em Juiz de Fora, ou seja, teria que, em duas semanas, assinar carteiras de trabalho, achar um lugar para treinos e fazer outra logística de jogos”, explica Alexandre.
Tentativa de diálogo
Ao falar da decisão de acionar a Justiça Desportiva, Cláudio Dias deixou claro que tentou solucionar a questão na reunião do dia 7 de julho. Mas a alegação da Federação Mineira foi de que não poderia suspender o rebaixamento. Por isso, o caminho legal foi tomado.
“Pedimos isso na reunião. Mas nos foi alegado que não poderiam descumprir a Lei Pelé e o Estatuto do Torcedor. No nosso entendimento, vivemos uma situação excepcional, e a própria Federação alterou aspectos do torneio que, do modo que está, ficou com seu equilíbrio completamente comprometido. Assim, decidimos buscar o TJD-MG”, explica Dias.
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos com informações do Superesportes e Globoesporte.com
Fotos: divulgação TJD-MG; arquivo pessoal Alexandre Franco; e divulgação UFJF
Arte: Toque de Bola/reprodução de trechos da petição do Tupynambás ao TJD-MG