Baeta confirma participação na Segunda Divisão. Sport reafirma interesse

Juiz de Fora, 03 de maio de 2011.

O Tupynambás vai disputar a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro. O prazo para envio da documentação exigida pela Federação Mineira de Futebol (FMF) termina nesta terça-feira. E, segundo o representante do grupo gestor do futebol do Baeta, Jorge Bug, o Baeta estará presente no Estadual. “Está tudo certo com a Federação Mineira de Futebol e o Tribunal de Justiça Desportiva. Estamos enviando a documentação oficializando a intenção na tarde de hoje [terça-feira]. Nossos jogos serão realizados no Estádio Municipal, até que o Estádio José Paiz Soares seja liberado. Está tudo certo para a disputa da Segunda Divisão. Só algo muito grave para nos tirar da competição”, destacou Bug.

Em relação ao time que vai representar o Baeta no Estadual, Bug reafirmou que os jogadores da equipe júnior servirão de base para o time profissional. Perguntado se o Leão poderá buscar algum jogador no Carijó, o dirigente disse que vai depender de negociação. “Acho que sim. Depende de conversa. O Áureo [Fortuna, presidente do Tupi] sempre está disponível. Se o Tupi não jogar no segundo semestre, talvez alguns jogadores possam jogar para a gente”, disse, antecipando o interesse no atacante Cassiano.

Bug disse ainda que espera contar com alguns jogadores que disputaram a Segunda Divisão pelo Sport em 2010, quando ele trabalhava no Verdão. É o caso de Thiago Emílio, Luís Alves, Peterson e Adriano.

Sport reafirma interesse, mas aguarda resposta de empresas

  Em entrevista coletiva realizada no início da tarde, o Sport Club Juiz de Fora informou que “está encaminhando à Federação Mineira a manifestação de interesse em participar da Segunda Divisão, não significa ainda a garantia”, anunciou o vice-presidente do clube, Márcio Guerra. O dirigente revelou que ainda aguarda respostas das empresas procuradas para estabelecer parcerias para “carimbar” a vaga alviverde.

   “Fizemos uma consulta à Federação para saber o melhor procedimento. Eles disseram que o clube poderia manifestar o interesse agora, e confirmar participação mais tarde, antes da realização do Congresso Técnico, que ainda não tem data marcada. E foi o que fizemos”, explica. Segundo o dirigente, o projeto realizado junto a uma empresa de marketing local estipula em R$ 85 mil por mês o valor considerado suficiente para a formação de uma equipe competitiva para a Segunda Divisão. Nas conversas com as empresas, algumas  já disseram sim, outras disseram não e outras ainda ficaram de se pronunciar esta semana.

  “Aproveitamos para fazer um apelo, que as empresas da cidade, as pessoas que gostam do futebol e do esporte local, que se juntem a nós. Nossa vontade era confirmar participação hoje, mas dependemos das respostas para dar a garantia”, observa Márcio.

  Também na coletiva, o dirigente fez outras considerações envolvendo o futebol do clube. “Esta semana, por exemplo, o Sport atingiu um total de 400 alunos nas escolinhas de futebol, sem contar as equipes que disputam o Campeonato Mineiro da base. Destes 400, 160 não pagam nada, contam com o apoio social do clube justamente por não terem condições de arcar com as despesas. O esporte é fundamental e as empresas podem associar seus nomes ao esporte. Neste cenário atual, em que até em Juiz de Fora um menino de 14 anos é baleado, num ambiente de esporte,  muito mais saudável, proporcionamos ao jovem uma oportunidade de ele não conviver com coisas negativas. O Sport tem credibilidade e história, e está com um projeto sério para o futebol, mas não vai colocar em risco o patrimônio do clube para fazer futebol profissional”.

  Márcio revelou que o Sport conta com uma declaração do Secretário de Esporte e Lazer da Prefeitura, Renato Miranda, liberando o Estádio Mário Helênio para os jogos do clube pela Segunda Divisão. “Na verdade, pretendemos utilizar o Mário Helênio e o nosso estádio, mas primeiro vamos colocar o Municipal por já estar com todos os laudos em dia. Quanto ao Estádio Procópio Teixeira, temos um relacionamento bem melhor hoje com o comando do Corpo de Bombeiros e não acreditamos em reviver os problemas dos laudos liberatórios enfrentados no ano passado.

  Sobre o questionamento feito pelo Sport há quarenta dias, em conjunto com a Liga de Futebol e o Tupi, sobre verbas e maior participação do Poder Público no apoio aos clubes e entidades que investem e representam a cidade no esporte, Márcio afirmou que o presidente da Câmara Municipal, Pastor Carlos Bonifácio, tem sido um batalhador pela causa, e interlocutor das reivindicações. Algumas queixas permanecem. Pelo menos duas questões afligem o futebol do clube, no aspecto financeiro. “Não temos recebido a verba de R$ 7.500 mensais que seria repassada pela Prefeitura, como o júnior do Tupi recebe. Pedimos à Procuradoria do Município uma posição, e parece que a alegação é que o Sport disputa apenas uma seletiva e não o campeonato mineiro. Sendo assim, numa Copa do Mundo, a Fifa não poderia considerar a eliminatória de uma Copa do Mundo como já fazendo parte da Copa do Mundo, seria uma coisa a parte?”.  Outra tecla que o Sport bate. A verba, quando chega, só vale para o “durante” a competição, enquanto os clubes já contabilizam os gastos pelo menos dois meses antes e um mês depois.

  Sobre a formação da equipe para a disputa da Segunda Divisão, perguntamos o que o Sport não repetiria em relação aos anos de 2009 e 2010. A resposta de Márcio: “Não vamos seguir a aventura de empresários, como no primeiro ano, sem colocar as coisas no papel e depois ficar na mão. E não podemos repetir também a contratação de um jogador com Valdiram, em 2010, uma chegada que provocou um desastre num elenco até então caminhando num só objetivo. Deslocamos o então artilheiro da equipe, Thiago Emílio, de posição, Valdiram não correspondeu, além de comprometer a parte disciplinar, houve uma queda brutal de equlíbrio no trabalho todo e o time ficou bastante prejudicado”. Márcio lembrou que Thiago Emílio defendeu o Nacional, de Nova Serrana, equipe que confirmou, domingo, sua classificação à primeira divisão do futebol mineiro em 2012.

  Ainda na projeção da formação da equipe, caso o clube obtenha os recursos planejados, Márcio lembra que a atual equipe de júnior, que cumpre bela campanha no Éstadual Júnior, é formada por jogadores quase todos muito jovens, em seu primeiro ano na categoria, portanto não serviriam como base para a Segunda Divisão. “Talvez Rodrigo, Zé Eduardo e Giovani estejam numa idade com mais experiência, mas os demais não”.

  Parcerias com outros clubes não estão descartadas, mas também esbarram em eventuais limitações financeiras. “O América Mineiro, por exemplo, também faz ótimo trabalho de base e temos ótimo relacionamento com eles”, acredita o dirigente. Sobre o aproveitamento de jogadores do Tupi, clube que pode ficar sem futebol profissional no segundo semestre, Márcio afirmou torcer para o Tupi não ficar sem futebol mas também considera a possibilidade de utilizar alguns atletas do rival no período, se for do interesse da Comissão Técnica.

  O nome do treinador pretendido pelo Sport não foi revelado, mas Márcio deixou algumas pistas: “Um nome apenas já mostrou interesse. Está no futebol do Nordeste, já teve passagens no futebol de Juiz de Fora e teria condições de assumir a equipe, desde que, outra vez, tenhamos condição de assumir seus salários”.

Textos: Thiago Stephan e Ivan Elias

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