Auditoria no Tupi! Clube deve mais de R$ 14 milhões e solução passa por programa federal

O buraco é grande, mas há saída.

Eloisio Siqueira, André Farrath, Gilmar Veloso e Jeferson Vítor

Esta é a conclusão que se chega quando se ouve os auditores que mergulharam nas dívidas do Tupi nos últimos 60 dias e a direção do clube. A empresa Ética Contábil e Jurídica, de Manhuaçu, levantou o que o Carijó tem de passivo em diversas esferas, e chegou a cerca de R$ 14 milhões.

Onde está a dívida

O sócio da Ética, André Farrath que, ao lado de seu parceiro Gilmar Veloso, estiveram reunidos com o presidente do Carijó, Eloisio “Tiquinho” Siqueira, o vice-presidente de futebol, Jaferson Vítor, e a imprensa local, explica como é composta a dívida do Tupi. O montante se divide, basicamente, em impostos, passivo trabalhista e pequenos débitos que atrapalham bastante o clube.

Farrath e Veloso apresentaram auditoria e soluções ao Tupi

“Apuramos só na Justiça, 36 processos. Trabalhistas, com a Prefeitura, com a companhia de água, laboratórios, entre outros. Com a curiosidade que temos processos de R$ 350, dívidas de R$ 14, oito de R$ 19, que às vezes impendem certidões negativas, por exemplo. O geral da dívida levantada foi de R$ 14 milhões, que gira até R$ 14,5 milhões, por conta de correção monetária. Da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Previdência Social, os processos judiciais e a conta corrente da Receita Federal, que está em aberto cerca de R$ 50 mil, com o que é gerado de INSS, PIS/Cofins e outras dívidas pequeninas. Apuramos que foi feito em 2015 o Profute, que foram pagos R$ 290 mil. Mas tem um saldo devedor de cerca de R$ 820 mil”, explica Farrath.

Tem jeito

Apesar de saber o tamanho do problema, Farrath é categorico em afirmar que há solução para quitar as dívidas do Tupi. “Tem solução. Ela passa por  um plano do Governo Federal chamado Retomada Fiscal. Tomada a decisão, temos condições de, em cinco dias, ter todas as certidões negativas. Só temos o mês de fevereiro para fazer isso”, alerta.

Segundo o vice-presidente de futebol do Tupi, a intenção é ter o apoio dos conselheiros para implementar essa solução, evitando a perda de patrimônios do Carijó. “Uma negociação com o Governo, transparente, que permite ao clube as certidões. Quer permite ao clube voltar a se organizar, ter uma gestão fiscal mais adequada, acompanhada dia a dia, desbloquear as contas. Que o Tupi respire e abra suas portas de uma maneira saneada e fique em condições de quem quiser ser parceiro dele possa vir.”

Pagar sem vendas

Jeferson Vítor acredita ser possível pagar sem vender patrimônio

“Sempre encontrávamos como solução a alienação de patrimônio. Porque ela é a mais simplista e não requer, por exemplo, você analisar durante 60 dias o que se pode pagar, pontualmente, renegociar. Então, quando se faz um planejamento preguiçoso, você vai na solução fácil: eu vendo isso aqui e pago aquilo ali. Quando você busca alternativas, encontra situações nas quais não precisa alienar patrimônio ou descapitalizar. E o Governo sempre vai criando formas de refinanciamento. Então, é uma questão que o presidente vai apresentar aos conselheiros, discutir, porque agora, além daquela solução de vender patrimônio, a mais apresentada por todas as gestões até aqui, temos mais uma alternativa sem passar por isso”, completa Jeferson.

Já Tiquinho empenhou a própria palavra com credores de ações trabalhistas que o devido será acertado. “Fiz também um combinado com o Lucas (Silva, advogado da maioria das causa trabalhistas que têm o Tupi como pólo passivo) de honrar todas as dívidas. Estou buscando advogados de outras pessoas que acionaram judicialmente o clube para demonstrar que vamos quitar. É meu compromisso.”

Amizade e respeito

Segundo Farrath, o que os trouxe ao Tupi foi um misto de amizade pelo vice de futebol e repeito pela marca do clube. “Somos da cidade de Manhuaçu, de onde conhecemos o Jeferson, que foi policial por lá muitos anos. Estamos aqui por amizade e realizamos esse serviço como ação social. Não recebemos nada e não queremos receber nada. Somente ajudar o Tupi e o futebol mineiro, do qual o clube é uma grande marca, assim como do futebol nacional. Isso não se discute. Em 2011, deixou mudo um Arruda inteiro. A intenção foi fazer um levantamento para dar um diagnóstico para a diretoria poder trabalhar com informações precisas e oeferecer alternativas para o clube se reerguer.”

Além do trabalho para a retomada de rumo do Tupi, a Ética desenvolveu um plano para, no futuro, tornar viável a transformação do Carijó em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). “Também já fizemos estudos e trouxemos para apresentar a viabilidade da transformação do Tupi em SAF. Não estamos falando em vender. Sim em montar a SAF, para negociar em um terceiro momento. Habilitar para ser uma SAF. Um novo caminho alternativo”, disse Farrath.

Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos

Fotos: Toque de Bola

 

 

 

Jeferson

 

Eloisio

 

Este post tem um comentário

  1. andre farrath

    obrigado pela atençao conosco

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