De férias no Brasil, o volante e lateral-direito Leandro Salino, irmão gêmeo de Léo Salino (Tupi), esteve em Juiz de Fora, cidade onde começou no futebol, durante parte do mês de junho. O jogador, de 27 anos, curte o bom momento vivido no Braga, de Portugal. Em entrevista exclusiva ao Portal Toque de Bola, ele comentou que um dia sonha em vestir a camisa do Tupi e atuar ao lado de seu irmão. No auge da carreira, demonstrou gratidão a Ney Franco e Emerson Ávila, revelou como foi vestir a camisa do Flamengo e falou sobre a carreira no exterior. Salino disse ainda que o título do Campeonato Mineiro, conquistado pelo Ipatinga, em 2005, serve de exemplo para outros times do interior do estado. Leandro Salino retornou a Portugal no dia 24 de junho para se apresentar antes dos demais atletas da equipe. Isso porque ele sofreu uma lesão no final da temporada. Já está melhor, mas os médicos queriam avaliá-lo. Confira a entrevista com o jogador do Braga.
Toque de Bola: Idade, posição e principais títulos?
Leandro Salino: Estou com 27 anos e atuo como volante, mas na temporada passada joguei como lateral-direito. Meu principal título foi o do Campeonato Mineiro de 2005, pelo Ipatinga.
TB: Como foi a sua trajetória no futebol? Base, profissionalização e principais clubes?
LS: Comecei com 12 anos, em Juiz de Fora. Com 14, fui para um clube em Belo Horizonte chamado Sete de Setembro. Fiquei um ano e depois fui para o Cruzeiro, onde permaneci dos 15 aos 18 anos. De lá, fui para o Ipatinga, junto com o Ney Franco, onde começou a minha trajetória [no futebol profissional].
TB: Qual a importância que o Ney Franco teve para você?
LS: Na verdade, foram duas pessoas muito importantes na minha carreira. Uma delas foi o Ney Franco, por me colocar na vitrine do futebol, na época o Ipatinga. A outra foi o Emerson Ávila, que hoje trabalha na Seleção Brasileira de base. Foi ele que me levou do Sete de Setembro para o Cruzeiro.
TB: Você foi campeão mineiro pelo Ipatinga. O que aquele time tinha de especial para conseguir quebrar a hegemonia dos times da capital? Serve de exemplo para o interior?
LS: Sem dúvida aquele time serve de exemplo para todos os times do interior. A força do time na época era a união. O time era muito coletivo e amigo. Todos corriam por todos. Um ajudava o outro. Todos queriam vencer no futebol e tínhamos um treinador muito amigo e capacitado que nos ajudou a conquistar aquele título. Jogadores desconhecidos querendo mostrar serviço formando uma mescla com atletas mais experientes.
TB: Como foi vestir a camisa do Flamengo?
LS: Foi uma experiência maravilhosa. Fiquei seis meses no time de maior torcida do Brasil. Tive essa oportunidade. Amadureci muito e foi muito marcante.
TB: E a carreira no exterior, quando começou? Como está sendo no Braga?
LS: Meu primeiro time no exterior foi o Nacional, em Portugal, e o início foi difícil. Cheguei lá com 19 anos, era muito jovem, morava sozinho. O treinador não me dava oportunidades e acabei sendo emprestado para clubes no Brasil. Ganhei experiência e quando voltei, em 2009, estava mais maduro e fiz bons jogos. Disputei a Copa UEFA, hoje Liga Europa. Fui bem no campeonato e fui contratado pelo Braga, onde estou há dois anos. Já estou mais experiente, rodei o mundo e estou bem feliz no clube.
TB: É muito diferente o futebol português do brasileiro?
LS: Tem bastante diferença. No futebol brasileiro tem mais espaço para jogar, o jogador tem mais tempo para pensar. Lá é totalmente ao contrário. É mais pegado, sem espaço, o pessoal chega junto na marcação, mas sem ser desleal. Em Portugal, tem que pensar rápido, agir rápido e não prender muito a bola. No Brasil é mais cadenciado.
TB: Seu irmão, Léo Salino, tem grande vínculo com o Tupi. Inclusive, foi o autor do gol do título da Taça Minas, uma das principais conquistas do Carijó. Fica feliz em ver seu irmão no Tupi? Espera um dia jogar com ele em algum time?
LS: Eu joguei com o meu irmão na base do Cruzeiro e depois jogamos contra no Mineiro de 2006. Ele pelo América e eu pelo Ipatinga. Fico feliz dele estar jogando no Tupi. É um grande time.
TB: Acompanha o seu irmão lá de Portugal?
LS: Sim, acompanho o meu irmão e o Tupi. Acompanhei os jogos do Mineiro pela televisão. Tenho alguns amigos no time, como o Sílvio e o Henrique. Sempre que posso estou em contato com eles.
TB: Existe alguma chance de um dia defender o Carijó?
LS: Já falei isso com o presidente, que um dia venho jogar aqui. Fiz um ano na base aqui antes de ir para Belo Horizonte e pretendo voltar. Jogar com meu irmão. Disputar uma segunda divisão, primeira, Mineiro…
TB: Qual a relação que você mantém com Juiz de Fora?
LS: Eu amo essa cidade, que é maravilhosa. Quando venho para cá, não gosto de sair daqui. Minha esposa até briga, porque eu não quero viajar. Só quero ficar aqui na cidade. Tenho muitos amigos.
Texto: Thiago Stephan com a colaboração de Guilherme Pannain, assessor de imprensa do jogador.