A partida contra o Bragantino terminou, mas a repercussão continua e pode durar por bastante tempo. Isso porque o árbitro Rafael Traci, do Paraná, relatou na súmula o atraso da ambulância, como era de se esperar. Por sorte, a arbitragem não viu o gesto obsceno de Recife a torcedores do Tupi e não registrou. O Toque de Bola fez o flagrante. O Galo deve ir a julgamento pela ausência do veículo no horário de início da partida.
Atraso da ambulância
De acordo com a súmula do árbitro paranaense, o atraso da partida foi de 27 minutos. Desses, 24 minutos devido à falta de ambulância e três para reaquecimento dos atletas. Ainda segundo o documento, esses três minutos foram acordados entre arbitragem e preparadores físicos.
Até mil reais por minuto
Iniciar a partida com atraso por falta de ambulância acarreta em punição ao clube, já que o mesmo é responsável por providenciá-la. A multa pode variar de R$ 100,00 até R$ 1.000,00 por minuto. Sendo assim, caso seja denunciado e não absolvido, o Tupi deve ter que desembolsar uma quantia entre R$ 2.400,00 e R$ 24.000,00.
Nota do clube
O clube divulgou a seguinte nota sobre o episódio, ainda no sábado, aos profissionais de comunicação que queriam saber o motivo do ocorrido: “O Tupi tinha acertado com duas empresas para presença de ambulância no estadio, mas ambas tiveram problemas, ocasionando o atraso no inicio da partida”.
Nesta segunda-feria, em resposta ao Toque de Bola, o clube informou que não haveria novo pronunciamento sobre o episódio.
Indisciplina
Além de ter que esperar quase 30 minutos para o início do jogo e assistir uma atuação ruim do Tupi, o torcedor ainda teve que lidar com a irritação de jogadores no banco de reservas. Foram muitos protestos atrás do banco onde estava o elenco carijó e a insatisfação dos suplentes em relação às manifestações era clara. Enquanto alguns jogadores apenas trocaram olhares com a arquibancada, Recife foi além.
O jogador alvinegro virou-se para a torcida e fez gestos obscenos para um torcedor que xingava a comissão técnica e o elenco. A cena, obviamente, não foi bem recebida pela torcida. A assessoria do clube, questionada sobre o fato pelo Toque de Bola, respondeu que “o Tupi não concorda com esse tipo de atitude e a diretoria executiva de futebol chamará o atleta para as devidas explicações sobre o ocorrido”.
Desculpas
No início da noite, a fanpage do Tupi (página do clube no facebook) divulgou a seguinte nota:
Diante da polêmica com a circulação de foto nas mídias sociais, o jogador Recife se manifestou após o treinamento desta segunda-feira, 5: “Gostaria de pedir desculpas ao torcedor carijó pela atitude impensada que possa tê-lo ofendido. Nem o momento de um jogo difícil justifica o gesto que, na verdade, foi dirigido a uma pessoa que me ofendeu seguidamente da arquibancada. Mesmo assim, o verdadeiro torcedor carijó não merecia. Na esperança de continuar tendo o apoio da torcida, reafirmo o meu empenho em defender as cores do Tupi.”
Possível punição
O Código Brasileiro de Justiça Desportiva, no Art. 258-A, prevê suspensão de duas a seis partidas para o atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica que provocar o público durante partida. Apesar do flagrante, o jogador não deve ir à julgamento pois não foi citado pelo árbitro da partida.
Chance no ralo
Era a chance de o Tupi encostar no primeiro time fora da zona de rebaixamento e iniciar a arrancada rumo a afirmação na Série B. Mais uma vez, decepção. Depois de um empate contra o Vasco e a primeira vitória como visitante, a sequência positiva tinha tudo para continuar contra o Bragantino – adversário direto na luta contra o rebaixamento. Entretanto, a tarde de sábado, 3, não era Carijó.
A derrota por 1 a 0, dentro de casa, pela 23ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, fez com que o torcedor saísse do Estádio Municipal com “o pior sentimento possível”, como expressou Estevam Soares após o jogo.
Todos presentes?
Antes de a bola rolar já era perceptível que algo estava diferente, mas a direção do Tupi ainda viria a notar. Com as duas equipes em campo, arbitragem e bola, tudo certo para o início da partida, correto? Errado! Ainda faltava um ‘pequeno’ detalhe: ambulância – item obrigatório para realização de partidas oficiais. O árbitro Rafael Traci não apitou o início do jogo por ausência do veículo.
Começou a correria. Várias informações desencontradas e nada de ambulância. A torcida, que já não vem tendo muita paciência com o time, começou a protestar e questionar a administração alvinegra. Com 24 minutos de atraso, enfim, chegou a ambulância ao estádio.
Papelão
Há quem diga que teria sido melhor a ambulância não chegar. Depois de esperar por quase meia hora pelo início do jogo, o torcedor foi ‘presenteado’ com uma atuação tenebrosa do Tupi. Erros constantes, firulas excessivas e futebol em falta. Dentro de campo a situação não era boa, mas nada é tão ruim que não possa piorar. No banco de reservas, jogadores do Galo não estavam suportando a pressão da própria torcida. Lamentável! Mais uma cena triste para o roteiro extra-campo daquela tarde.
Castigo
Jogando mal, com a arquibancada chateada e vendo a situação na tabela ficar complicada, o time do Tupi ainda assistiu a explosão de alívio no banco do Bragantino. Isso porque, aos 20 minutos da etapa final, Edson Sitta acertou um belo chute da intermediária e colocou fim a sequência negativa da equipe paulista. Foi a primeira vitória após quatro rodadas.
Público maior que a média
Timidamente, o público melhorou. Foram 1.577 pagantes e 1.957 presentes. Novamente, o número não ultrapassa a marca de dois mil torcedores. A renda foi de R$ 30.435,00.
Ao Tupi resta lamentar a derrota, esquecer a partida e focar no próximo desafio. Na sexta-feira, 9, o Galo visita o Joinville, às 19h15, na Arena Joinville.
Texto de Cérix Ramon, do Toque de Bola, com supervisão de Ivan Elias, do Toque de Bola
Fotos: Toque de Bola
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