Em coletiva na manhã desta sexta-feira, 29, no Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm), que confirmou oficialmente o período de treinos das delegações olímpica e paralímpica do Canadá no Complexo Esportivo da UFJF, uma revelação interessante: o campeão olímpico brasileiro Joaquim Cruz foi o responsável pela indicação inicial da Federal aos canadenses, embora ele mesmo ainda não conheça as instalações.

Joaquim Cruz, aliás, comemora 30 anos da conquista da medalha de ouro nos 800m, aos 21 anos de idade, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles. Foi a primeira (e única) vitória de um brasileiro numa prova de pista do atletismo em Olimpíadas. Joaquim atualmente mora em San Diego, na Califórnia, e trabalha na orientação de atletas militares e olímpicos dos Estados Unidos.

No encontro com jornalistas, o Reitor Henrique Duque anunciou que já foram investidos R$ 2,5 milhões especificamente em compra de equipamentos para a pista de atletismo – equipamentos já adquiridos, com chegada prevista em dois ou três meses.

Na assinatura do protocolo de intenções sobre o uso do centro esportivo da Faculdade de Educação Física e Desportos da UFJF, com o objetivo de preparar os atletas para os jogos de 2016, participaram: o reitor da UFJF, Henrique Duque, o Diretor da Faculdade de Educação Física da UFJF, Maurício Bara Filho, o chefe de gabinete do Reitor, Renato Miranda, o Head Coach (treinador geral olímpico e paralímpico) canadense, Peter Eriksson, e o Operations Manager (gerente de operações) da delegação estrangeira, Jared McLeod.

Reitor destaca investimentos e interação

Para o reitor Henrique Duque, a UFJF está no caminho certo. Ele afirma que a Faefid tem base e infraestrutura nos moldes do primeiro mundo, e destaca: “Tudo isto representa para a nossa Faculdade de Educação Física um grande avanço no que tange a graduação, pesquisa e extensão”.

Quando questionado sobre exigências das delegações, Duque revela que a China pediu somente o aumento da sala de musculação, mas antes que outras exigências fossem apontadas a UFJF anexou compromisso com as delegações e vai entregar até dezembro de 2015 um complexo esportivo completo.

Tudo será tratado como prioridade. O complexo contará com arena para até 2300 pessoas, além de uma infraestrutura para ginástica e lutas: “Só nessa parte de construção, das obras que já foram iniciadas, o investimento foi em torno de R$ 20 a 25 milhões, com ainda os 2,5 milhões que eu disse anteriormente, que são dos materiais já comprados, e que são para anexação na pista de atletismo”.

Para finalizar, o reitor Henrique Duque lembrou que importante também será a interação entre as delegações e alunos da Faculdade, e mais: a interação com a população de Juiz de Fora. Ele ressalta a repercussão interna e externa dessas conquistas, e diz ser até certo ponto “inimagináveis”, e conclui que em telefonema, o Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, pediu uma data na agenda para visitar Juiz de Fora e conversar sobre estes acontecimentos.

   Canadenses conta como chegaram 

O chefe da delegação olímpica e paralímpica canadense, Peter Erikson, revelou como descobriu Juiz de Fora. Ele disse que estava viajando por várias cidades brasileiras, muito no eixo São Paulo-Rio de Janeiro. E numa dessas viagens encontrou com Joaquim Cruz, medalhista olímpico “dourado” brasileiro nos 800 metros em 1984, em Los Angeles, e o e-atleta disse que um centro de atletismo muito bom havia sido construído em Juiz de Fora e o recomendou que viesse até aqui. Segundo o Head Coach canadense, desde aquele momento a conexão com a UFJF e seus membros foi perfeita, o clima e a receptividade da cidade agradaram muito e tudo deu certo para que a delegação de atletismo olímpica e a paralímpica canadense confirmassem um período de preparação na cidade.

   Miranda vibra com projeção local

Para o Professor Renato Miranda, os benefícios para Juiz de Fora são incalculáveis: “Podemos imaginar a importância da presença de dois países de ponta em nossa cidade, podendo destacar a China um pouco mais no atletismo, e o Canadá nos Jogos de Inverno, mas que também não deixa de ser de ponta também nos Olímpicos”. Segundo ele, podemos pensar não só nas delegações, mas na imprensa e nas torcidas, por exemplo: “São muitas pessoas de fora do país levando a imagem de juiz fora com eles para o mundo todo, o mundo vai conhecer nossa cidade”.

Renato também destaca o relacionamento e intercambio não só para UFJF, mas que também pode ser expandido para outras instituições: “É alvissareira e promissora a presença das delegações”, avalia, sem conseguir precisar quantas portas serão abertas a partir dessa conquista.

   Bara explica prioridade do Canadá sobre a China

Maurício Bara Filho informa que as delegações de Canadá e China chegarão a Juiz de Fora praticamente juntas e ficarão durante o mesmo período. Os horários de treinamento serão de prioridade da delegação do Canadá, uma vê que, segundo o Diretor da Faefid, as conversas e negociações com a delegação canadense começaram muito antes de a delegação chinesa demonstrar interesse em ficar na cidade. Assim, os chineses assinaram o acordo já sabendo que as escalas de horários de treinamento serão montadas pelos canadenses, e que os chineses ficarão com os outros espaços na grade.

Com a confirmação da presença das duas delegações, Bara ressalta que, para a modalidade atletismo, não existe a possibilidade de uma terceira delegação, mas as portas ainda estão abertas para receber seleções paralímpicas, como por exemplo, o basquete de cadeira de rodas e o vôlei sentado. São novas possibilidades, que já estão na pauta das conversas entre a delegação canadense e a UFJF.

Informações: Toque de Bola, por Ivan Elias e Thiago Amaral

Foto: Toque de Bola