Seria nesta quarta, dia 10, mas a reunião entre o presidente da Federação Mineira de Futebol (FMF), Adriano Aro, o governador Romeu Zema e a equipe da Secretaria Estadual de Saúde passou para o dia 17 de junho, por conta de uma viagem do secretário Carlos Eduardo Amaral.
A expectativa é que seja apresentado às autoridades estaduais o protocolo elaborado para a volta dos jogos do Campeonato Mineiro, que vinha sendo elaborado desde o primeiro encontro de Aro com Zema, no fim de abril. Outra possibilidade é de que seja estabelecida na reunião uma data para a volta do futebol em Minas Gerais.
Sem contato
Enquanto o mandatário do futebol no estado avança rumo ao retorno, os clube de Juiz de Fora continuam no escuro quanto à informações da FMF sobre uma possível volta e quando isso ocorreria. Nem o vice-presidente do Tupynambás, Cláudio Dias, cuja equipe disputa a elite do Estadual, ou o presidente do Tupi, José Luís Mauler Júnior, o Juninho, cujo time está no Módulo 2 do Mineiro, receberam contatos da entidade nos últimos dias.
“Não tivemos nenhum contato da Federação. Do jeito que vocês sabem, eu sei que haverá a reunião no dia 10 (data inicial do encontro). Acho que eles já deveriam ter se reunido com as equipes para saber qual sua condição”, acredita. “Não há nenhum encontro previso com os clubes”, completa Juninho.
Especulações
Juninho já se manifestou contrário à volta do Módulo 2, o Tupi solicitou à FMF saída sem punição do Estadual, o expediente foi negado, mas o clube cobra um posicionamento da entidade. No mesmo contexto, a principal reclamação de Dias é a falta de sinalizações da Federação aos clubes, além da tentativa de obrigá-los a cumprir o restante do Mineiro. O vice-presidente do Baeta também afirma que, sem uma data ou prazo justo para a remontagem dos elencos e volta dos treinos não há como os jogos retornarem.
Nos últimos dias, dirigentes de Atlético e Cruzeiro, cujas equipes retornaram aos treinos há cerca de duas semanas, deram declarações especulando quando seria o retorno. Para o presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, as competições estaduais devem ser retomadas a partir do dia 17 de julho. O diretor de futebol do Cruzeiro e ex-técnico do Tupi, Ricardo Drubscky, vai na mesma linha, e aponta a segunda quinzena do próximo mês como a época mais provável para a volta dos jogos.
Principal problema
Mas, antes, a Federação vai ter trabalho para alinhar não só os procedimentos e protocolos de segurança em saúde para a volta dos treinos e jogos. Com a maioria dos clubes do Estadual, em ambas as divisões que estavam em disputa, sem elencos sob contrato, um dos pontos cruciais será qual a condição de agremiação para colocar um time em campo.
Para Dias, isso mexe com o equilíbrio do campeonato. “Vamos jogar com a Caldense. Nós precisamos vencer para tentar fugir do rebaixamento e eles para se aproximarem da semifinal. O Cruzeiro, buscando classificação, joga contra a Patrocinense, que não tem time neste momento e nem cai ou sobe. Mexe no equilíbrio, é um favorecimento indireto aos cruzeirenses, por exemplo. A melhor alternativa seria não retornar. Ainda mais quando os casos de covid-19 crescem no estado”, analisa.
Impasse no Módulo 2
A situação do Módulo 2 é ainda mais complicada. A maioria dos clubes não tem elencos sob contrato, mas a competição tem um limite de inscrição de 30 atletas, sendo seis acima dos 24 anos. Em reunião entre os próprios clubes, no fim de maio, uma decisão de maioria, mas não unânime, foi tirada e extinguiria o limite. Informações de bastidores dão conta de que a FMF, alegando insegurança jurídica, não irá ratificar o que foi decidido.
No entendimento de Juninho, a decisão é válida. Mas, mesmo se não for acatada pela Federação, o presidente confia que terá atletas para colocar em campo, mesmo com as perdas. “A questão acordada, apesar de não ter sido ratificada, no meu entendimento tem validade, porque foi por maioria. O próprio presidente da FMF determinou. Temos condições de contratar atletas e continuar na competição. Nem todo elenco vai embora também”, explica o presidente carijó, que acredita que perderá entre 10 e 12 de seus 27 atletas.
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos com informações do Superesportes, do Hoje em Dia, da Rádio Itatiaia e do Super.FC
Fotos: reprodução Instagram FMF; divulgação UFJF; Toque de Bola; e Arthur Abrahão/Tupi FC