Após desvio de verba da CBV, diretor da UFJF alfineta ex-presidente e pede união de clubes

Após a comprovação de desvio de verba da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) referente ao patrocínio do Banco do Brasil, divulgado em relatório da Controladoria Geral da União (CGU), profissionais do esporte no país vêm manifestando repúdio e propondo mudanças e punições aos responsáveis. Em entrevista à web rádio do Toque de Bola no programa “Tá na Rede”, antes da partida entre Federal e Minas Tênis Clube, o diretor técnico da UFJF, Maurício Bara, revelou como a delegação juizforana recebeu as denúncias, alfinetando o ex-presidente da CBV e hoje comandante da Federação Internacional de Vôlei, Ary Graça.

“Recebemos estas confirmações com muita tristeza. Lógico que não foi novidade porque isso já vinha sendo ventilado na imprensa e dentro do voleibol. Vou resumir em uma frase que o antigo presidente da CBV e atual presidente da FIVB disse ano passado quando perguntaram sobre a extinção de alguma equipe como Araçatuba. Ele disse que isso era uma estatística normal no Brasil. Todo ano acabavam uma, duas equipes e surgiam outras. Só faço uma pergunta: como podem países como a França ou Espanha, que não têm tanta tradição no vôlei e com uma população semelhante a de Minas Gerais possuirem primeira e segunda divisão totalizando mais times que o Brasil? Então isso é muito preocupante, triste. E às vezes o caos leva a uma necessidade de uma nova gestão excessivamente profissional nos gestos e não palavras. Não entendo, por exemplo, como um presidente da Confederação não possua honorário. Como ele vai viver e se dedicar totalmente então?”, indagou Bara, complementando o raciocínio com otimismo baseado no crescimento da relação entre jogadores, profissionais e clubes, apesar do contexto melancólico.

“Fico muito triste, mas ao mesmo tempo vejo uma luz no fim do túnel porque a família do voleibol está unida, precisa de mais força e está crescendo. Agora talvez seja o momento de uma união, da Associação de Clubes avaliar se o campeonato deve realmente ficar com a CBV ou com a Associação, mas estou apenas indagando, não sei qual é o melhor modelo”, opinou o diretor.

 

Com pés no chão, diretor expôs opinião sobre mudanças no voleibol visando um crescimento de gestão e relacionamento entre clubes
Com pés no chão, diretor expôs opinião sobre mudanças no voleibol visando um crescimento de gestão e relacionamento entre clubes

Reflexo no projeto da UFJF

Ao ser questionado sobre possíveis influências no projeto de extensão da Universidade, Bara preferiu manter a visão confiante das consequências do escândalo:  “Acho que agora não (haverá influência), mas se as coisas tomarem o rumo que as equipes desejam, isso pode influenciar positivamente, principalmente se os clubes conseguirem uma maior fonte de captação de recursos. Um cenário pior para as equipes do que está agora não é possível, então qualquer ajuda que conseguirmos vai ser importante e pode impactar em uma força muito boa para a gente”, finalizou Bara.

 

Texto: Bruno Kaehler

Foto: Toque de Bola

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