O preparador físico Luis Augusto Alves aceitou o convite do treinador Leo Condé, com quem trabalhou no Tupi, e trocou de letra: sai da Série C e sobe para a Série B. Ele acertou sua transferência para o Sampaio Corrêa, do Maranhão. O anúncio oficial só ocorreu na tarde desta sexta-feira, 8, mas na viagem de volta da delegação carijó após a conquista da vaga na Copa do Brasil em Curitiba, e na manhã desta sexta, no campo do Instituto Granbery, o tom no grupo de jogadores e da Comissão Técnica já era de despedida do profissional. “O Tupi é a minha casa”, revelou, em entrevista exclusiva ao Toque de Bola, o agora novo preparador físico do clube maranhense.
A contratação de Condé, vice-campeão mineiro pela Caldense, a princípio seria anunciada somente neste sábado, 9, depois da estreia da equipe na Série B. Diante da antecipação, o próprio Luis Augusto confirmou ao Toque, no início da noite, a sua saída do clube de Santa Terezinha. “Devo viajar para lá na segunda-feira”.
Toque de Bola: Como você vê a transferência, depois de tantos anos de Tupi?
Luis Augusto: É uma projeção. Recebendo esse convite, é com muita satisfação, é uma honra poder trabalhar novamente com este treinador (Leo Condé). Iniciamos juntos aqui (Tupi) no profissional em 2009. Caso aconteça essa transferência (mais tarde confirmada), será de muita importância para minha carreira, deixando sempre eterna a gratidão ao clube que me projetou, que abriu as portas, que é a minha casa. A gente sabe que é importante procurar novos rumos na carreira para poder crescer.
Toque de Bola: Como foram estes jogos contra o Atlético Paranaense no aspecto do condicionamento, uma vez que o time havia disputado o Campeonato Mineiro, ficou um período sem jogos, chegaram novos atletas, houve a intertemporada… E no momento do segundo gol do Atlético, os torcedores carijós ficaram apreensivos pelo tempo de jogo que faltava. Você, como preparador, sentiu também um gosto especial depois da classificação?
Luis Augusto: Foi um momento maravilhoso que passamos em Curitiba. Quando o Walter fez aquele segundo gol, a gente sentiu o golpe, e foi ali no gol em que fica a torcida deles, uma torcida muito vibrante, fanática, que estava fazendo uma pressão enorme ali atrás do gol do Glaysson. No momento do gol, como foi aos 19, a pressão seria muito maior. A gente sabia que teria de 25 a 30 minutos, ainda teve quatro e depois mais dois minutos de acréscimo. Era um momento delicado, mas o grupo estava blindado, muito fechado, firme no propósito. O professor Leston chegou ao vestiário quando o resultado era positivo, de 1 a 1, e ele disse no intervalo que a gente não podia se conformar em voltar ao vestiário sem essa classificação. Não foi diferente. Esse grupo que ele pôde formar tem um cheiro da vitória, um grupo está muito forte e motivado. Todos nós estamos bastante motivados para essa sequência, e ele realmente conseguiu formar um elenco de jogadores comprometidos, compromissados com o projeto, e eu acredito que vamos ter grandes glórias ainda este ano.
Toque de Bola: Conte um pouco de sua trajetória no Tupi
Luis Augusto: Cheguei ao Tupi em novembro de 2007, para o Mineiro de 2008. Antes disso, fiz minha formação no Rio de Janeiro. Sou formado em Educação Física e Fisioterapia e fiz um ano de estágio no juvenil do Flamengo, com o (ex-zagueiro rubronegro e hoje treinador) Rogério Lourenço, e também sou muito grato a ele, me apoiou bastante lá e hoje é um amigo. No Tupi, em 2008, com o Geraldo Fabian, que foi o preparador físico do (treinador) Ney Franco no profissional no Flamengo em 2006, e ele me “puxou para cá”. Vim ser o auxiliar do Geraldo Fabian aqui, fizemos o Campeonato Mineiro, no meio da competição ele saiu e chegou outro preparador físico, continuei como auxiliar. Em 2009, com a chegada do Leo Condé, ele assumiu para o último jogo do Estadual. Após este jogo, assumi para o projeto da Série D. Era a primeira edição da Série D e brigamos até o final pelo acesso contra o Macaé, numa competição com 60 clubes. A gente bateu na trave, em quinto lugar, já nos primeiros trabalhos profissionais meu e do Leo Condé. Depois veio a sequência de Taça Minas, Estadual 2010, e aí quela sequência toda de Série D de novo. Fomos campeões antes em 2008 com o Welington Fajardo, eu como auxiliar do Pepe de Castro, um profissional a quem também eu sou muito agradecido e me ajudou muito na formação e lapidação. Quando saiu do clube, ele disse à diretoria que eu estava pronto para assumir. E teve também a conquista da Série D em 2011, com o treinador Ricardo Drubscky.
Toque de Bola: Assim como o jogador e o treinador, o preparador físico também coloca estas metas, da Série C para a Série B, mais adiante uma Série A?
Luis Augusto: Sempre almejamos buscar superar os limites. Novos rumos, novos patamares. A gente trabalha para isso. E a busca é incessante pelo melhor sempre. No Tupi, sempre dediquei o meu máximo, com muito amor ao trabalho, muita dedicação, e muita motivação em trabalhar no clube que é o meu clube, da minha cidade, vestindo a camisa da nossa cidade. Isso foi muito importante. Caso eu venha deixar este clube, espero retornar para poder agradecer um pouquinho do que esse clube fez por mim.
Texto: Toque de Bola por Ivan Elias
Fotos: Toque de Bola
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