Na sexta-feira, dia 15 de maio a paralisação do futebol em Minas Gerais completa dois meses e, seja por conta de determinações das autoridades municipais ou falta de jogadores, a maioria dos clubes do Módulo 1 do Campeonato Mineiro não pode voltar às atividades.
Em reunião no fim de abril, o presidente da Federação Mineira de Futebol (FMF), Adriano Aro, esteve com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e deixou o encontro com a perspectiva de formular protocolos para a volta do futebol no estado. Mas, em entrevistas recentes, o mandatário do futebol mineiro já adiantou que as projeções mais otimistas seriam de volta no fim de junho.
Observando-se a situação das equipes da elite da bola no estado, mesmo que alguns clubes já estejam querendo retomar os treinos – com o Atlético puxando a fila e prestes a reiniciar atividades -, é fácil a constatação de que a competição está longe de voltar.
Sem time
A exemplo do juiz-forano Tupynambás, outras equipes não têm nem mesmo jogadores para colocar em campo neste momento.
No Baeta, a maioria dos contratos venceu no fim de abril e uma grande reformulação no elenco será realizada para a disputa da Série D do Campeonato Brasileiro, ainda sem data para ser iniciada.
Caldense não renova
Na Caldense, os contratos dos jogadores que disputaram o Campeonato Mineiro venceram no dia 26 de abril. O clube optou por não renová-los por não ter condições financeiras de manter salários e encargos sem uma perspectiva de volta da FMF.
URT dispensa
Outra equipe que dispensou todo o seu elenco foi a URT, cujos dirigentes já adiantaram que só irão se movimentar caso a Federação determine uma data para o retorno.
Compasso de espera
Quem também aguarda um possível retorno sem elenco confirmado é o Patrocinense. Já o Uberlândia chegou a prever atividades no fim de maio, mas a diretoria atualizou a previsão de retorno para meados de junho.
Tombense negocia
Também em compasso de espera, o Tombense adiou o retorno de seus atletas das férias que terminaram no fim de abril e negociou redução salarial com o elenco.
Os clubes que têm centros de treinamentos na região metropolitana de Belo Horizonte aguardam as autoridades municipais. Em Nova Lima, o Villa Nova segue sem permissão para treinos. América e Coimbra, que têm CTs em Contagem, já encaminharam pedidos à Prefeitura, mas a Secretaria de Saúde do município acenou negativamente, por enquanto, quanto ao retorno das atividades.
Voltando aos poucos
Apenas dois times da elite de Minas já receberam atletas em seus centros de treinamento. Por conta da permissão da Prefeitura de Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte, o Atlético, após realizada a desinfecção da Cidade do Galo, promoveu testes de covid-19 para o elenco e funcionários. Com base nos resultados, a direção atleticana irá determinar uma data de volta aos treinos.
Em Varginha, o decreto municipal permitiu, desde o início de abril, a abertura das academias esportivas na cidade, desde que normas e protocolos fossem respeitados pelos funcionários e frequentadores. Assim, alguns atletas do Boa Esporte optaram por voltar à cidade e têm utilizado os equipamentos do clube em grupos de 2 ou 3 atletas, mantendo o distanciamento.
Contratações
Pensando na sequência da temporada, o time do Sul de Minas fez contratações. Desde o fim de abril foram anunciados o goleiro Rafael Pascoal, o zagueiro Gustavo São Tiago, o volante Johnnattan, o meia Raphael Luz, e os atacantes Diego Ceará e Marcos Paulo, além do auxiliar técnico Gustavo Brancão. Além do Mineiro, o Boa disputa também a Série C do Brasileiro em 2020.
Tentativa
Observando a movimentação do maiores rivais no estado, o Cruzeiro também tenta a liberação de seu centro de treinamentos, a Toca da Raposa 2, junto à Prefeitura de Belo Horizonte. A Raposa encaminhou na última segunda, dia 11, um ofício ao gabinete do prefeito Alexandre Kalil e à Secretaria de Saúde, solicitando a possibilidade de usar o CT para atividades de seus atletas e a volta dos treinos.
Nas últimas semana, Kalil já havia dado entrevistas garantindo que Belo Horizonte não está pronta para a volta dos treinos e jogos de futebol. Informação de bastidores da Secretaria de Saúde também dão conta de que os principais conselheiros do prefeito e da Secretaria de Saúde são contra o retorno das atividades na Toca 2.
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos com informações do globoesporte.com e Superesportes
Fotos: Pedro Souza/Atlético; Rise Up Mídia/Tupynambás; divulgação/Coimbra; divulgação/Boa Esporte; e Gustavo Aleixo/Cruzeiro