Aliviado, Drubscky avalia momento carijó: “Estamos no terceiro, quarto degrau de uma escadaria com mais de mil”

Famoso por ser um estudioso do futebol, o técnico Ricardo Drubscky rechaça qualquer tipo de superstição no Tupi, reconhece um certo alívio após a vitória sobre o Tricordiano pelo Campeonato Mineirofaz um balanço da campanha da equipe até aqui e afirma: “Estamos no início de uma escadaria que tem mais de mil degraus, e estamos no terceiro, quarto degrau ainda”.

 

Com Drubscky no comando, Tupi conquistou 12 pontos em oito jogos
Com Drubscky no comando, Tupi conquistou 12 pontos em oito jogos

 

Toque de Bola: Como você lida com as lideranças dentro de campo no Tupi? Tem algum jogador a quem você atribui essa responsabilidade de te ajudar dentro das quatro linhas, principalmente em jogos com tanta tensão como contra o Tricordiano?

Drubscky: É um conjunto da obra. Temos jogadores experientes que ajudam o treinador. Temos um perfil de treino que padroniza nosso estilo de jogo, um perfil de comando que passa uma tranquilidade para os jogadores. O ambiente todo propicia uma tranquilidade aos atletas. E foi o que ocorreu lá. O Tricordiano estava muito mais pilhado e nós mais concentrados no jogo. Por incrível que pareça, foi resenha nossa na preleção, eu citei uma frase do Michael Jordan em que ele diz que “em momentos de pressão, concentre-se no jogo”. Ou seja, não adianta entrar com o coração na ponta da chuteira sem qualidade técnica. O lado motivacional, de força, de concentração, tem que vir, mas acompanhado de uma qualidade técnica, de noção do que foi treinado, de aplicação tática. E esses camaradas fizeram isso dentro de campo. Elogiei muito os jogadores no vestiário, porque em um campo com muitas dificuldades, não só externas, como internas também, e dentro tinha um time muito pilhado, um campo ruim, iluminação ruim, e eles jogaram bem. Então acho que o 1 a 0 foi muito importante, mas poderíamos ter feito muito mais.

 

Toque de Bola: Com a vitória veio um sentimento de alivio?

Drubscky: Muito grande. Porque você faz um torneio curto, e em torneio curto tudo pode acontecer. Cheguei aqui com dois jogos e duas derrotas e o terceiro jogo era contra o Cruzeiro, no Mineirão. Quer dizer, fomos para três derrotas no início do trabalho. Você recomeçar toda uma linha de trabalho, revigorar o grupo individual e coletivamente, isso tudo gera uma tensão. Tivemos uma infelicidade muito grande que foi o jogo contra o Villa, que na minha opinião não merecíamos perder, nem empatar, merecíamos vencer. Três pontos hoje é fácil fazer a conta, estaríamos com 15 pontos brigando fortemente pelo G4. Isso tudo trouxe uma tensão e nesse jogo nós estávamos com a água no pescoço. A água ainda nos incomoda, porque temos um risco, mas sem dúvida, nos deu mais alívio para levar essa semana com uma pouco mais de tranquilidade, discernimento, para fazer um bom jogo e conseguir uma posição honrosa.

 

TB: Com as dificuldades do início do trabalho, hoje você crê que o Tupi já tenha uma base formada e está no ponto que você gostaria?

Drubscky: A base nós já temos, já que 80% da equipe é repetida nos jogos, então temos uma base sólida. Em termos de melhora, nós temos sempre o que melhorar. Eu fico vendo esses treinadores de timaços pelo mundo afora dizendo que tem que melhorar isso, melhorar aquilo, e eu digo “poxa, o meu time então tem que melhorar muito mais”. Mas sem dúvida nós estamos subindo degraus. Estamos no início de uma escadaria que tem mais de mil degraus, e estamos no terceiro, quarto degrau. Temos que melhorar muita coisa, principalmente porque sabemos que a competição que nos espera é muito pesada.

 

TB: Você brincou sobre a superstição de dar ré no ônibus e disse que não é nada demais. Você trabalha para quebrar essas crendices dentro do futebol?

Drubscky: Não é uma coisa do Tupi, nem do grupo, é do futebol brasileiro. Temos treinadores famosos que, se o ônibus der ré antes do jogo, ele tira todos os jogadores de dentro. E eu sou um camarada que briga contra esses tabus, esses paradigmas da vida e da bola, de uma maneira muito forte. Então é assim: fez pelada hoje, amanhã ganha, não fez, perde. É mentira. A gente faz uma brincadeira e ganha, às vezes perde, às vezes faz um treino tático, ganha, às vezes perde. O que manda é o trabalho, a concentração, o treinamento, o perfil de atleta, o coletivo, a estrutura. Com esse misticismo do brasileiro nós fomos fugindo do que é necessário, e hoje vemos clubes sem campo de treinamento, sem sala de musculação, sem alimentação, sem jogador, sem treinador, sem diretor, aos farrapos, mas a água benta, a reza tem, com coisa que o adversário também não tenha. Fiz questão de falar com os jogadores na resenha o seguinte: eu olhei para o banco do Tricordiano e tinha dois membros da comissão técnica rezando. E ai eu falei assim: “Quer dizer que Deus não estava com ele e só estava conosco por que nós que ganhamos?” Deus está com todo mundo. Então eu gosto de falar sobre isso com o grupo para tirar essas barreiras psicológicas, essas coisinhas, porque o jogo fica dependente do que ele treina. Falei em tom de brincadeira, mas com um fundo de verdade para não ter esse tipo de pensamento.

 

  Programação de treinos até domingo

  Veja a programação de treinos divulgada pelo Tupi até a partida de domingo, diante da Caldense. O jogo está marcado para 16h, pela última rodada da fase de classificação do Campeonato Mineiro. Todos os demais jogos da rodada estão previstos para o mesmo horário.

Quinta-feira, 7:

9h30 – Treino técnico-tático – Local: AABB

16 horas – Treino tático – Local: Estádio Municipal

Sexta-feira, 8:

15h30 – Treino tático – Local: Estádio Municipal

Sábado, 9:

09h15 – Treino técnico-tático – Local: Campo da Rezato

Domingo, 10:

16 horas – Tupi x Caldense – Local: Estádio Municipal

 

Cobertura

O Toque de Bola anuncia cobertura de Tupi x Caldense pelas redes sociais domingo, 10, a partir de 15h, com apoio de Plasc e Hiperroll Embalagens.

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Texto, foto e edição: Toque de Bola

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