Caro e caras, Páscoa é tempo de passagem, introspecção, reflexão, renascimento e celebração da vida. Por isso, na crônica deste domingo, dia 4, resolvi me voltar para dentro e lembrar, com uma ajudinha de inspiração da temática mercadológica da data e aceitando o desafio proposto pelo Ivan há alguns domingos, de como me marcaram alguns dos chocolates aplicados pelo Tupi aos quais estive presente.
Tupi 8 x 1 Avaí (12/10/1997)
Bom, claro que iria começar pela maior goleada já aplicada na História do Estádio Municipal Radialista Mário Helênio. Mas não foram só os gols de Mauricinho (2), Sérgio Bigode, Pael , Edson, Laerte, Rubens e Adauto que me marcaram.
Tinha recentemente ingressado no curso de Comunicação Social da UFJF. Ainda me dividia entre jogar futebol amador em Juiz de Fora região e os estudos. Há menos de um ano, estava em campo, no Salles Oliveira, treinando contra vários daqueles jogadores que encantavam na Série C de 1997.
Naquele dia de Nossa Senhora Aparecida, como um dos cerca de 1600 torcedores na arquibancada, percebi o que seria meu destino: contar histórias como aquelas do time que encantou e arrebatou uma cidade sob o comando de Jair Bala. Uma pena que o acesso não veio. Daquela goleada, guardo a memória alegre e de descobrir meu caminho na vida.
Tupi 4 x 2 Volta Redonda (1/10/2011) e Tupi 4 x 1 Anapolina (26/10/2011)
Juntei essas duas goleadas – repararam que o Tupi em outubro entra em campo inspirado? -, pois fazem parte de um pacote só, que consolidou o time que conquistaria o maior título da História do Tupi. Já trabalhava na imprensa juiz-forana, mas naquele domingo, estava de folga. Como torcedor comum, vi uma (re)virada épica.
Confesso, vi alguns torcedores desanimarem, deixando o estádio no meio do segundo tempo quando o placar era 2 a 2. Mas só posso dizer: azar o deles. Deviam ter ficado para, como eu, terminar o jogo rolando no chão abraçado ao companheiro radialista Márcio Santos!
Na sequência – após uma paralisação de duas semanas na Série D -, numa quarta, a Anapolina vinha de classificação recente, contra um time que “só treinava” há quase 20 dias. O azar deles é que o maior artilheiro do Estádio Municipal estava com fome, fez logo três e deu passe para o quarto, de Henrique.
Ademilson é um dos muitos que posso chamar de amigo que fiz na bola e, naquele dia, desencadeou minha Odisseia até Anápolis para testemunhar o acesso. Mas isso é história pra outro dia.
Tupi 7 x 1 Democrata de Governador Valadares (11/03/2018)
Deixei por último a goleada mais recente do Tupi, a maior em um estadual, porque é um jogo me faz retornar ao início. Depois de alguns apertos no Rio de Janeiro, fora do jornalismo, resolvi voltar para Juiz de Fora. Ainda meio sem saber o que faria dali pra frente na vida, resolvi fazer a única coisa que tinha certeza que me proporcionaria alguma emoção: ir ao jogo do Tupi.
Foi mágico. Meu reencontro com o time depois de ter vindo do Rio para assistir à eliminação para o Fortaleza em 2017. Léo Costa, Kayser (2), Tchô, Patrick (2) e João Vitor me fizeram esquecer os problemas e mostraram que ali, testemunhando e contando esses histórias, era meu lugar.
Na saída do jogo, pensei: é, vou voltar ao jornalismo esportivo, mas como? Foi então que o anjo Ronaldo Dutra Pereira me encontrou, descendo a rampa das cabines de transmissão, dizendo que um tal de Ivan Elias e o Toque de Bola precisavam de alguém. O resto desse meu renascimento para minha grande paixão na vida vocês acompanham desde então por aqui. Feliz Páscoa!
Texto: Wallace Mattos
Arte: Toque de Bola
Fotos: recodartupi.blogspot.com; arquivo/Toque de Bola; e reprodução/Instagram Tupi FC
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