Não há solução mágica. O sucesso do futebol do Tupynambás dentro de campo só será viável com o sucesso do clube fora de campo. Só se faz futebol com receita. Receita se obtém com trabalho, credibilidade e transparência. Para cobrir os gastos com alimentação, salários, hospedagem e transporte, é preciso que os parceiros saibam o paradeiro do seu investimento.
Além de buscar parceiros, é necessário encontrar formas de levar os torcedores ao estádio. E assim, com parceiros e torcedores vislumbrando um trabalho sério e de objetivos definidos, fica mais fácil contar com uma equipe competitiva dentro de campo.
São esses os mantras do departamento de futebol do Tupynambás, repetidos na semana de estreia da equipe no Módulo 2 do Campeonato Mineiro. Em evento na noite de terça-feira, 15, foram apresentados, em evento para imprensa, parceiros e convidados, o site oficial, o Programa Sócio-Torcedor, os novos uniformes e o Portal da Transparência. O endereço do site é www.tupynambasfc.com.br.
Para o diretor executivo do futebol do Baeta, Alberto Simão, a parceria entre ele e o clube, iniciada em 2016, é um “projeto que não tem volta”, e vai levar o Leão do Poço Rico à primeira divisão do futebol mineiro.“Pode não ser este ano e nem no próximo, mas o Tupynambás estará na divisão principal do estado. Estamos informando não só aos patrocinadores mas à opinião pública quais são os recursos e como são investidos, ao mesmo tempo vamos melhorando a estrutura e as condições de trabalho”.
Para o empresário, apresentar os números financeiros é importante também à medida que informa aos patrocinadores, à imprensa e à opinião pública que colocar uma equipe em campo hoje, no futebol profissional, não custa barato. Ele citou como exemplo os valores para se inscrever um atleta na Federação Mineira de Futebol. “Se o jogador não for de Minas Gerais, só para inscrevê-lo são R$ 2 mil. Se ele for do estado, fica em torno de R$ 900. Imaginem no ano passado, quando o clube voltava de nove anos sem futebol profissional e teve que zerar tudo e ainda pagar o registro de um novo grupo de jogadores”.
Diretoria
O presidente do Baeta, Francisco Quirino, e o ex-presidente e atual presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Gil, dividiram a mesa com Simão, o representante da Bioleve, Julio Cesar Oliveira Senra, e os três integrantes da equipe de comunicação do Leão do Poço Rico: Vitor Lima Gualberto, Roney Testa e Aloysio Guedes.
Números
Ao citar a campanha de 2016 na Segunda Divisão (esta nomenclatura que confunde o torcedor, uma vez que em Minas o que corresponde à segunda divisão chama-se Módulo 2 e a Segunda, na verdade, é a terceira), o dirigente cita exemplos de como a reativação do departamento de futebol do clube gera receita para cidade. “São 60 empregos diretos, mais os indiretos. Estamos abrindo mercado de trabalho”. Citou a força da imprensa local também como fundamental.
A cidade
Quando se referiu a três equipes que movimentam Juiz de Fora hoje (neste final de semana, dias 18 e 19, as três estão em ação – Tupi, JF Vôlei e Tupynambás), opinou: “A cidade tem uma cultura esportiva, mas não tem política efetiva do esporte”. Elogiou o diretor técnico do JF Vôlei, Maurício Bara Filho, e cravou que a equipe vai conseguir, nesta temporada, a inédita vaga aos playoffs da Superliga masculina.
Alberto Simão preferiu não citar o nome do Tupi, clube em que já esteve em temporadas anteriores, no departamento de futebol. Num momento, brincou com os jornalistas dizendo que a maioria estava de camisa preta. Adiante, preferiu dizer “o co-irmão lá de Santa Terezinha”.
Um marco
Na explanação sobre as novidades estruturais que ele aponta como fundamentais, junto com o trabalho de transparência, o empresário citou a parceria entre o Baeta e o Núcleo de Futebol da UFJF como “um marco”. No acordo, o núcleo, coordenado pelo Professor da UFJF, Marcelo Matta, que compareceu ao evento, disponibiliza profissionais de departamentos diferentes, como a fisiologia e a estatística, fornecendo à Comissão Técnica dados essenciais no dia-a-dia do trabalho.
Na pauta
Outros assuntos comentados na apresentação do evento foram: os investimentos necessários em 2016, para garantir um mínimo de suporte do futebol do clube ao elenco, como cozinha, alojamento e roupa. As despesas junto à Federação Mineira também foram abordadas “mesmo ficando nove anos sem estar no futebol profissional, um clube inativo também paga”. No balanço, Simão disse que valeu a pena o título (que ele tratou como o primeiro da história do clube no âmbito estadual. O centenário Baeta tem diversas conquistas no futebol em épocas anteriores, em torneios locais e regionais bastante disputados e concorridos).
Apesar de ter aberto a temporada assumindo ainda ter pendências financeiras junto aos atletas, o empresário garantiu que “a vida financeira do futebol do clube é tranquila”. Na avaliação do primeiro ano da volta da equipe, disse que, apesar das tentativas e das promoções e considerando que há muitos anos o clube não entrava em campo profissionalmente, deve ser trabalhada melhor “a questão do público”.
Horário
O horário definido para os jogos como mandante – normalmente aos domingos às 11h foi justificado “porque 10h é muito cedo, 11h dá para ir ao jogo e depois comer a macarronada da vitória”.
Texto: Ivan Elias – Toque de Bola
Fotos: Toque de Bola
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