Para ajudar somente os clubes de menor investimento do futebol brasileiro, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vai ter que desembolsar mais de R$ 60 milhões nos próximos seis meses.
O montante é a soma do que foi pedido de ajuda até agora à entidade máxima do futebol nacional. Os clubes menores estão projetando dificuldades financeiras por conta da paralisação do futebol nacional durante a pandemia do novo coronavírus e não teriam como manter as portas abertas caso um aporte financeiro não os socorra.
Pedidos
Nos últimos dias, dirigentes de times de todas as séries do futebol nacional, clubes menores que disputam apenas os estaduais, além dos jogadores que não aceitam a redução salarial proposta no período após as ferias coletivas – que pode ir até o dia 30 de abril – têm cobrado da entidade que interceda nas questões e ajude financeiramente as agremiações nos próximos meses.
Os clubes da Série C do Campeonato Brasileiro, nesta quarta, dia 1º, protocolaram uma carta pedindo R$ 250 mil para cada time por seis meses, para evitar a inviabilidade financeira. Uma reunião agendada para o dia 7 de abril, na qual participariam representantes de agremiações e da CBF, deve definir medidas da entidade neste sentido.
Mão no bolso
A conta será alta se a CBF decidir atender ao pedido e ajudar todos os clubes. Por enquanto, 134 equipes pequenas de diversos estados pediram R$ 75 mil mensais, por três meses, totalizando R$ 30.150.00,00. Já a ajuda aos times da Série C somaria mais R$ 30 milhões. Assim, a entidade máxima do futebol nacional desembolsaria, como auxílio aos clubes pequenos, R$ 60.150.000,00.
Diante da situação, a cúpula da CBF tem demonstrado insatisfação. Segundo informações publicadas pelo UOL, o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, entrou em contato com alguns clubes a fim de resolver o impasse.
Reforço de caixa
Como trunfo de negociação para conseguir a ajuda, os times têm como argumento o superávit anunciado pela entidade recentemente. No dia 17 de março, em sua assembléia geral, a CBF divulgou um lucro de R$ 190 milhões e um faturamento recorde de R$ 957 milhões em 2019.
A entidade também deve ganhar um reforço de caixa vindo da Fifa. De acordo com o jornal americano “The New York Times”, a entidade máxima do futebol mundial pode usar parte de seu fundo de US$ 2,7 bilhões (mais de R$ 13 bilhões) para socorrer as confederações nacionais e amenizar os efeitos da crise financeira ocasionada pela pandemia do novo coronavírus .
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos com informações do UOL, CBF e The New York Times
Fotos: Lucas Figueiredo/CBF; Thais Magalhães/CBF; e Facebook Fifa.com