Adil revive golaço da vitória sobre o Atlético no estádio do Sport: “Tinha gente até no refletor!”

HEROIS DE UMA ESCRITA-13

 

Passe de Osmar Bueno

Na sequência invicta do Carijó em Juiz de Fora diante do Atlético entre 1984 e 1990, Adil Pimenta protagonizou partida histórica no Estádio Procópio Teixeira, em 12 de março de 1989, pelo Campeonato Mineiro.

Com gol do ex-atacante após receber passe do então camisa 9, Osmar Bueno, o Tupi bateu o rival de BH por 1 a 0 diante de quase 12 mil pagantes. Para reviver o embate, o Toque de Bola conversou com Adil, hoje olheiro, que mostrou ter o confronto fresco em sua memória.

Adil Pimenta acumulou passagens por clubes como Corinthians, Portuguesa e Coritiba
Adil Pimenta ainda acumulou passagens por clubes como Corinthians, Portuguesa e Coritiba

Adil

Toque de Bola: Se recorda da partida em 1989 vencida pelo Tupi com seu gol?

Adil: “Foi uma partida memorável, tinha gente até no refletor! Me lembro bem disso, de tão cheio que estava. O Atlético com uma seleção com Luizinho, Élder, Zanata, Rômulo, o João Leite não foi nesse jogo, e o Tupi com um time modesto querendo fazer uma boa campanha na competição e acabou terminando em terceiro lugar. Foi um dia histórico porque além da casa cheia, foi um jogo de igual para igual, onde acabei sendo brindado, felizardo com aquele gol. A mídia, pouca naquela época, deu uma importância muito grande para aquela partida, que ficou na história do confronto”.

Toque de Bola: E como foi seu gol?

Adil: “O Osmar Bueno ganhou na velocidade e eu fechei na diagonal. Ele rolou para mim, eu chutei na diagonal no gol da piscina e consegui vencer o Rômulo. Foi um gol muito bonito, em uma jogada bem feita pelo Osmar que protegia muito bem dos zagueiros, ganhou na corrida e me colocou na cara do gol praticamente. Foi no primeiro tempo”.

Toque de Bola: O Tupi foi superior ao Atlético naquele jogo?

Adil: Naquele jogo eu diria que sim. O Tupi fez várias partidas boas, porque mandávamos jogos no campo do Sport e a torcida lotava. Foi uma arrancada que demos na competição e acabou dando uma credibilidade muito grande para aquele time.

Toque de Bola: Ainda param você na rua para relembrar essa partida?

Adil:  “Ainda tenho muito contato com quem jogou aquela partida. Por exemplo, o Evaldo, Gomes, Marcelo voltei a ter contato, o Deca, Guto, Ronaldo, Zebu, Osmar Bueno está em Foz do Iguaçu, o próprio Ailton. Tínhamos um grupo limitado, mas, acima de tudo, de muita qualidade e sempre que temos a oportunidade lembramos. O próprio torcedor mais antigo relembra  porque existia uma rivalidade muito grande. E passamos um sufoco muito grande com o Atlético lá em Belo Horizonte. Quebraram o ônibus do Tupi todo com pedras em uma cena que não desejo para inimigo nenhum realmente, porque acabou virando uma richa muito grande. Lembro que na sequência fomos à BH, perdemos de 1 a 0 no Independência e bati uma falta aos 44 do segundo tempo, a bola pegou na trave e saiu. O jogo começou a ser muito duro contra o Atlético e é algo que ficou marcado”.

Toque de Bola: E o que você está fazendo hoje profissionalmente?

Adil: “Trabalho como olheiro, mas não possuo obrigação e vínculo com ninguém. Se vejo algo, analiso e procuro indicar para algum amigo que me pede, time que joguei, mais nesse sentido. Primeiro temos que formar o homem e depois o atleta. Se vai virar jogador de futebol, é outra história e uma estrada muito longa. Primeiro analisamos o menino e lá na frente esperamos ver se vai ter resultado”.

Toque de Bola: Você tem acompanhado o Tupi? Como vê a situação do time nesta temporada e para o confronto de domingo contra o Atlético?

Adil:  “É um jogo à parte e o Tupi ganhando praticamente se livra do rebaixamento. A equipe está oscilando muito. Conheço bem o Ricardo e sua qualidade, já trabalhei com ele em outras oportunidades, mas acho que o fato de ele ter entrado com o grupo definido, acho que vai ter que dar uma remodelada para a Série B. O Mineiro não vejo como tão preocupante, mas a Série B sim. Realmente sabemos que o Tupi é um clube hoje que não tem uma estrutura para disputar uma Série B. É público e notório. Perdemos a identidade com Santa Terezinha, um local acanhado, simples, mas que atendia muito bem o futebol profissional e poderia atender possíveis categorias de base. Mas como torcedor acima de tudo, torço para que o Tupi engrene e faça um bom time porque a cidade e o carijó merecem. E tem que criar uma estrutura para não só disputar e voltar”.

Texto: Bruno Kaehler

Foto: Leo Lima

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