Adeus, Diabo Loiro! Morre ex-atacante Sidney, lembrado como craque do Tupi de 1985

Sidney nos tempos de Tupi

O Tupi perdeu nesta segunda, dia 14, um dos jogadores icônicos da década de 1980.

Morreu, por volta das 5h30, aos 62 anos, Sidney Araújo dos Santos. O ex-atacante do Carijó jogou pelo um curto período de cerca de um ano em Juiz de Fora. Mas foi tempo suficiente para fazer o apelido Diabo Loiro marcar a história do clube.

Foi dele o único gol da vitória do Tupi sobre o Atlético-MG no dia 19 de setembro de 1985, aos 43 do segundo tempo, para incendiar o Estádio Procópio Teixeira, do Sport, mas onde o Alvinegro de Santa Terezinha mandava seus jogos. A partida faz parte de uma escrita que o Carijó manteve de não perder para o time de Belo Horizonte em casa, entre o fim da década de 1980 e o início dos anos de 1990.

Marcou época

O ex-atacante Ronaldinho jogou com Sidney no Tupi e lembra dos tempos do Diabo Loiro em Juiz de Fora. Em especial, do lance que marcou época e manteve a escrita em cima do Atlético-MG.

“O Sidney jogou conosco em 1995. Era um craque dentro de campo, perna esquerda, gostava de jogar com a bola no pé. Me lembro do jogo que ele fez o gol contra o Atlético, no final do segundo tempo. Foi uma falta contra nós, formávamos a barreira e estavam o Teófilo e o Manoel dando cotoveladas e xingando ele. Era muito habilidoso, mas não gostava de marcar. Estávamos no sacrifício, correndo para caramba, não sabíamos quem bateria, se era Nelinho ou Éder do outro lado. Um timaço atleticano, com Luizinho, enfim. Aí todos cobrando ele. Quando foi no fim do jogo ele se consagrou. Foi ídolo na cidade, um dos momentos mais bacanas que teve. Fomos campeões mineiros do interior, assim como em 1984”, relembra.

O Diabo Loiro agora era presidente do Estância

Ronaldinho lamentou a morte do ex-companheiro. “O Sidney, sinceramente, com a perna esquerda muito habilidoso, exemplar. Pena, vai fazer falta e faz falta os nossos times, que ele representou, o homenagearem.”

Sempre na bola

Antes de chegar ao Tupi, Sidney, que nasceu em Estância, em Sergipe, revelado pelo Itabaiana, passou pelo Atlético da Bahia, ambos em 1982. Chegou a vestir a camisa do Botafogo em 1983, de onde seguiu, no mesmo ano, para o Goytacaz. Após termina 1984 no time campista, desembarcou em Santa Terezinha para marcar a história do Carijó.

No ano seguinte, 1986, se transferiu para o Cruzeiro. Jogou também pela Cabofriense e, em 1987, pelo América de Natal. Seu último clube foi o bangu, em 1988. Depois de se aposentar, voltou para sua terra natal e se tornou dirigente de futebol. Tempos depois, assumiu o Estanciano. Em 2015, foi vice-campeão sergipano, classificando o clube para competições nacionais. Atualmente era presidente do clube.

Clube comunicou o falecimento nas redes sociais

Luta pela vida

De acordo com o comunica do clube, Sidney estava internado lutando contra um câncer no fígado e chegou a ser submetido a um procedimento cirúrgico, mas acabou não resistindo.

Em janeiro, o ex-carijó havia passado por duas cirurgias. No dia 7 de fevereiro recebeu alta hospitalar. Mas, no último domingo, dia 13, precisou ser internado em um hospital de Estância, onde faleceu. O sepultamento foi no fim da tarde desta segunda, em sua cidade natal. A Federação Sergipana de Futebol (FSF), decretou luto oficial de três dias em respeito ao falecimento do Diabo Loiro.

Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos

Fotos: José Gilton/TV Sergipe; e recordartupi.blogspot.com

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