Ademir supera drama e sobe Uberlândia. Coimbra vai estrear na elite

Uberlândia (acima) e Coimbra subiram no domingo

  O domingo, dia 5, foi de festa para duas torcidas do Módulo II do Campeonato Mineiro. Uberlândia e Coimbra conquistaram o acesso e vão disputar a Primeira Divisão do Estadual em 2020. As duas equipes decidem a Segundona a partir desta quarta, às 20h, no Parque do Sabiá. Volta será no dia 11 de maio, na Arena do Jacaré.

  Depois de perder o primeiro do mata-mata semifinal, por 1 a 0, para o Serranense, fora de casa, o Uberlândia venceu o oponente por 3 a 0, no Parque do Sabiá, na manhã de domingo e comemorou o acesso e a vaga na final. Na parte da tarde, quem subiu e garantiu lugar na decisão foi o Coimbra, após empatar sem gols com o Nacional de Muriaé, na Arena do Jacaré. Os dois times haviam ficado no 1 a 1 no embate inicial, na Zona da Mata.

Drama e acesso 

  O acesso do Uberlândia veio com uma reversão de placar sólida, já que o Serranense jogava por um empate para subir e chegar à decisão. O placar foi construído com dois gols do zagueiro Adriano, o primeiro aos oito minutos do segundo tempo, e o segundo aos 22. Este um golaço no qual o defensor deu uma caneta em um adversário, tirou de outro e chutou forte para estufar a rede. O centroavante Jhulliam completou o marcador aos 46 também da etapa final.

Ademir Fonseca superou infarto para subir com o Verdão

  Mas o acesso do Verdão do Triângulo não veio sem drama, este vivido por seu treinador, Ademir Fonseca, que também já comandou o Tupi em 2001 e 2010. O técnico sofreu um infarto no dia 17 de março, após, coincidentemente, uma vitória e casa por 3 a 0 sobre Serranense. Internado, o comandante do Uberlândia ficou quase um mês afastado. No período, seu filho, Winnícius Marquezine, assumiu o comando do time.

Gratidão

Fonseca e o filho, Winnícius, interino no Verdão

  Depois de se recuperar do cateterismo e das duas angioplastias, Fonseca retornou ao comando do clube no dia 5 de abril. Mas, em mais uma peça do destino, foi suspenso para o segundo jogo da semifinal contra o Serranense. Assim, coube a Winnícius comandar a equipe do banco de reservas no jogo do acesso.

  Após a recondução do Uberlândia ao Módulo I, de onde foi rebaixado em 2018, Fonseca agradeceu a quem contribuiu para a conquista, em especial o filho. “Não tenho palavras para dizer tudo que estou sentindo. Estou muito grato a Deus pelo cuidado com minha vida. (…) Grato, em especial, a Winnicius Marquezine Fonseca, meu filho, que abandonou tudo para estar comigo num momento muito difícil da minha vida (…) 70 % dessa conquista passou pelas suas mãos”, escreveu em sua página pessoal no Facebook.

Caçula

Coimbra fez a festa na Arena do Jacaré

  Já o Coimbra fez valer a melhor campanha na primeira fase para conquistar o acesso à elite do Mineiro. Depois de empatar em 1 a 1 com o Nacional fora de casa, o time laranja só precisava de novo empate para poder avançar à decisão e garantir sua estreia na Primeira Divisão em 2020. Assim, segurou o ímpeto da equipe da Zona da Mata e subiu com o 0 a 0 de domingo.

  Este foi o segundo acesso seguido do Coimbra nas divisões do Estadual. Em 2018, a equipe que tem base em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, estava na Segunda Divisão do Mineiro, da qual foi campeã, garantindo vaga no Módulo II desta temporada. Agora, segue para a elite do futebol de Minas.

História curiosa  

  Fundado inicialmente em outra cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, o agora caçula entre os participantes da elite do futebol mineiro tem uma história curiosa, como conta o historiador do Villa Nova e do esporte no estado, Wagner de Freitas. “O Coimbra Sports, originalmente alvinegro, foi fundado em 1986 por Alexandre Magnus Amaral Coutinho, em Nova Lima, terra do Villa Nova. O fundador foi goleiro do Leão do Bonfim em 1987, 1989 e 1990, disputando 51 partidas e sofrendo 64 gols”, relata em sua página pessoal no Facebook.

É o segundo acesso seguido do Coimbra no Mineiro

  Mas, a equipe laranja não permaneceu na terra do Leão do Bonfim por conta de uma negociação com os atuais donos do time. “Quando o Banco BMG começou a investir no futebol, com patrocínio a vários clubes, e na aquisição de direitos federativos de atletas, comprou o Coimbra. Nunca fizeram questão de subir, e o time se contentava em apenas fazer número na Segunda Divisão. Trata-se de uma equipe nômade. Já atuou em Nova Lima, seu berço; Belo Horizonte; Uberlândia; Nova Serrana e, agora, subiu em Sete Lagoas, na Arena do Jacaré.”, conta Freitas.

  A construção de uma área de treinos para o Coimbra fez a equipe pensar em voos mais altos. “A estratégia mudou há três anos, quando o BMG construiu um centro de treinamentos no Bairro Sapucaia, em Contagem, quase na divisa com Betim. O banco investiu para subir e conseguiu dois acessos consecutivos”, constata o historiador em seu relato.

Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos

Fotos: Facebook Ademir Fonseca; Facebook Uberlândia; e Facebook Coimbra Sports

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