Ademilson teve em seus pés a chance de classificar o Tupi às quartas de final da Série D. Foi quando o massagista da Aparecidense tirou a bola em cima da linha e fez com que o momento que seria de euforia, se tornasse de desespero. Uma situação inédita para alguém próximo dos 40 anos, e que já viveu de tudo um pouco ao longo da carreira. Experiente, o jogador do Galo contou ao Toque, na transmissão do julgamento do STJD pela rádio web, como foram os momentos após esse lance, o sentimento dos jogadores e a emoção de ganhar um busto em sua homenagem, por iniciativa de torcedores.
O momento do lance
“Foi difícil. Depois que eu tirei a bola do goleiro, eu já saí comemorando para abraçar os companheiros, mas quando eu vi eles passando por mim direto eu olhei pra trás e vi toda aquela situação. Aquela paralisação, aquele tumulto realmente foi muito difícil, porque foi uma oportunidade que apareceu, uma oportunidade única e você tem que estar preparado e não desperdiçar e a gente não desperdiçou, mas infelizmente aquele massagista fez essa besteira de tirar o gol e estragar o espetáculo da partida e creio eu que a gente ia se fortalecer mais e não iríamos tomar gol.”
A experiência como aliada
“Eu acho que a experiência conta muito, acho que você tem que se manter tranquilo nesse situação, se for de cabeça quente, você acaba piorando. E até mesmo conversando com meus companheiros eu disse: ainda bem que ninguém pegou ou agarrou aquele massagista, porque poderia ter acontecido uma tragédia e a gente ainda sair complicado da história. Eu falei com meus companheiros, vamos voltar se tiver que jogar esses seis minutos que restavam, a gente ia se manter e tentar fazer um gol naqueles minutos restantes. Infelizmente não foi possível, porque muitos jogadores estavam abatidos ali naquela situação. É complicado falar porque nem todos os jogadores têm a mesma cabeça, e eu acho que a gente não ficou muito focado.”
O busto preparado por torcedores
Eu fiquei muito feliz mesmo, porque eu já tinha recebido outras homenagens, já tinham feito bandeira pra mim, eu recebi o título de cidadão honorário de Juiz de Fora e em todos os jogos eles gritam o meu nome, então já estava feliz com isso. Mas não esperava, acho que nenhum jogador em atividade espera uma homenagem dessa. Fiquei realmente sem palavras, não sei nem o que dizer aos torcedores que estão fazendo essa homenagem pra mim. A única cosa que eu tento é retribuir dentro de campo, lutando e honrando a camisa do Tupi.