Exercícios: “Não se deve esperar ficar doente”, alerta professor da UFJF

A importância do exercício e de ter a devida orientação de um especialista
A importância do exercício e de ter a devida orientação de um especialista

   “Não se deve esperar ficar doente, porque então não terá saída….terá que fazer exercícios físicos obrigatoriamente e não voluntariamente!”

  A importância do exercício e de ter a devida orientação de um especialista foram os temas da conversa do Toque de Bola com o professor da Faculdade de Educação Física (Faefid) e membro do Conselho Federal de Educação Física (Confef), Carlos Alberto Camilo Nascimento, o Carneirinho. 

   O ponto de partida foi a celebração do Dia Mundial da Atividade Física, em 6 de abril, uma data estabelecida para reforçar a importância de ter os exercícios na rotina de vida.

Exercícios como prevenção

  Neste ano, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) divulgou conteúdo sobre como a educação física de qualidade pode proteger e recuperar jovens na pandemia. O material aponta que a atividade física pode prevenir quadros mais graves e ajudar na recuperação física e emocional.

  De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) divulgada em novembro de 2020, a partir de dados de 2019, 40,3% dos brasileiros com 18 ou mais anos são “insuficientemente ativos”. Neste grupo que pratica poucas atividades físicas estão 47,5% das mulheres; 32,1% dos homens, 597% dos idosos ouvidos na PNS. Os menos sedentários estão nas faixas etárias de 18 a 24 anos e de 25 a 39 anos, com 32,8% e 32,9%, respectivamente.

Educação Física de qualidade

  Carneirinho destaca que, de acordo com a Unesco, a Educação de boa qualidade é a “capacitação de pessoas com habilidades, conhecimentos e atitudes”. E define a Educação Física de qualidade como “a experiência planejada, progressiva e inclusiva da aprendizagem, que faz parte do currículo da educação infantil, bem como na educação primária e na secundária (…) de modo a ajudá-los a obter habilidades psicomotoras compreensão cognitiva e habilidades sociais e emocionais necessárias para que sejam capazes de levar uma vida fisicamente ativa”.

  Uma das necessidades para os profissionais é não ser um “educador físico”, na avaliação do professor e pesquisador. “O Confef determina o termo correto ‘Profissional de Educação Física’. Entendemos que o Profissional de Educação Física atua nos canais de desenvolvimento do ser humano, portanto, ‘educador físico’ é um termo restrito, ou seja, só atua no físico”.

Importância do esporte na pandemia

  As atividades físicas ajudam a combater e a controlar doenças que se agravam com o sedentarismo. Em tempo de pandemia, encontrar e manter uma prática pode ajudar na vida das pessoas.  

  “Uma matéria da TV Globo mostrou que estudo feito pela Sociedade de Cardiologia (SBC) em parceria com a UFMG apontou um aumento de número de mortes por problema de coração em todo país. Outro estudo, publicado na revista Infections Diseases and Therapy pelo Instituto Cardiovascular do Hospital Clínica San Carlos Madrid, identificou benefícios do exercício físico contra a Covid-19. [De acordo com o texto], ‘o grupo que manteve uma atividade física constante, leve ou moderada, teve risco de mortalidade 1,8 % contra 13,8 do grupo de estilo de vida sedentário’”, citou Carneirinho.

  De acordo com o pesquisador, os professores de educação física podem contribuir não só para a recuperação como para a saúde mental dos estudantes neste período de afastamento por causa das medidas de prevenção à doença.

  “Não só do estudante, como também todos os cidadãos. Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina e do Esporte (SBMEE), ‘… a prática regular de exercícios pode trazer a melhora da defesa imunológica’. Mas não para por aí, [há] melhoria em todos os aspectos: cognitivo, afetivo e motor. Sabe-se que os exercícios físicos permitem a produção de hormônios que contribuem significativamente para o bem-estar geral. O esporte é sem dúvida alguma um grande mecanismo para promover cidadãos saudáveis, capazes e ativos. Estudo recente com 1.487 adolescentes segmento este fortemente atingido pela depressão em situação prolongada pós-quarentena, as rotinas diárias minimizaram os impactos na saúde mental destes (Renan et al, 2020 China)”, explicou.

Com orientação

  A pandemia não impediu o acesso ao treinamento adequado. O pesquisador ressalta que as academias estão na lista das atividades consideradas essenciais. Conforme a Prefeitura de Juiz de Fora, estes estabelecimentos podem funcionar de segunda a domingo, das 6h às 22h, mas as atividades coletivas estão proibidas e sempre obedecendo as medidas protetivas. E quem preferir, pode optar pelas sessões de treinamento remota pela internet.

  O fundamental é contar com o acompanhamento especializado para que o exercício ou atividade física desencadeie os benefícios esperados.

  “As pessoas devem entender que reservar um tempo para a prática de exercícios físicos orientados por profissionais de Educação Física qualificados e registrados no seu Conselho específico faz a diferença na boa orientação. Estes profissionais saberão cuidar das pessoas conforme já dito de maneira holística, ou seja, contemplando os canais de desenvolvimento do ser humano nos aspectos cognitivos, afetivo social e motor”, garantiu. 

Texto: Toque de Bola – Roberta Oliveira

Fotos: tawatchai07/freepik; jcomp/freepik;

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