
Cearense por nascimento ou por adoção: este é o perfil dos jogadores do Instituto Cuca, o único time do Nordeste e do Norte na Superliga B 2022.
A equipe mostra para o Brasil o resultado de um projeto social para proteger e oferecer oportunidades aos moradores de áreas consideradas de grande vulnerabilidade social pela Prefeitura de Fortaleza.
Os quatro equipamentos em funcionamento atendem mais de 10 mil pessoas, entre jovens e a comunidade em geral.
Dos 20 jogadores, 14 são nascidos ou residentes em Fortaleza. Os outros seis vieram Tejuçuoca, Maranguape, Tabuleiro do Norte, Forquilha, Beberibe e Caucaia. Passaram pelo projeto e chegaram ao time competitivo, onde jogam juntos desde a criação em 2019.
No ano passado, o Instituto Cuca conquistou uma das quatro vagas da Superliga C. Estreando na atual temporada, está em 7º lugar, com 8 pontos em uma campanha de três vitórias e três derrotas.
O Toque de Bola apresenta o próximo adversário do JF Vôlei. O jogo será no sábado, dia 5 de março, às 18h, no Ginásio Cuca José Walter, em Fortaleza.
Instituto Cuca: esporte e cultura como caminho para desenvolvimento
Os Centros Urbanos de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cucas) são equipamentos públicos construídos pela Prefeitura de Fortaleza em cinco bairros considerados de grande vulnerabilidade social: Barra do Ceará, Jangurussu, Mondubim, José Walter e Pici, que está em fase de finalização para ser inaugurado. Eles são gerenciados por uma organização sem fins lucrativos, o Instituto Cuca.

Imagem: divulgação
“Os equipamentos constituem-se estrategicamente como uma rede de proteção social e de oportunidades, que possibilita à comunidade – crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos – a promoção e o acesso às ações institucionais, políticas a ela direcionada, e a sensibilização em relação às suas corresponsabilidades sociais. Em todos os Cucas, as ações são gratuitas, e mensalmente são disponibilizados cursos de formação e esportes, atividades de difusão cultural abertas ao público de todas as idades”, explicou a assessoria ao Toque de Bola.
Nos Cucas são oferecidos, gratuitamente, cerca de 60 cursos de formação, 30 modalidades esportivas, programação cultural, produções na área de comunicação, promoção e garantia de direitos humanos e a realização de festivais, mostras e exposições.
A Rede conta com quatro bibliotecas, que possuem acervo de mais de 15 mil livros. Também há ações na área de trabalho e empregabilidade com prioridade para a faixa etária de 15 à 29 anos.
“A perspectiva é gerar oportunidades de desenvolvimento integral, além de parcerias que incentivem a juventude da periferia a perceber e vivenciar seus talentos, discutir e usufruir dos seus direitos e deveres e exercitar, no dia a dia, a invenção de novas sociabilidades, sustentabilidades e formas de ser e estar no mundo”, destacou a assessoria.
Vôlei coloca o trabalho na vitrine nacional
O vôlei faz parte desde a criação da instituição em 2014 como atividade para o público atendido. Com a evolução dos alunos, que se tornaram atletas de alto rendimento, surgiu a proposta de formar um time competitivo em 2019. Assim, os o grupo formado desde a base seria profissional e aprimoraria a modalidade.

Há cinco anos, ou seja, desde a criação, o time está com a atual formação. Após vencer a etapa da Superliga C, subiu um degrau e estreia em outra competição nacional, a Superliga B. Além dos desafios das longas viagens, os atletas enfrentam a rotina de trabalho e estudos durante o dia, e os treinos à noite.
A equipe se prepara no Cuca José Walter, equipamento da Rede Cuca que possui piso oficial em padrões internacionais, apropriado para receber grandes competições da modalidade.
Em tempo de pandemia, o time não se descuida. O Instituto Cuca segue todos os protocolos sanitários de combate e prevenção à covid-19 orientados pela CBV e os decretos estaduais e municipais.
Ou seja, uso de máscara, álcool nos ambientes de treino e, ao menor sinal de sintomas relacionados ao novo coronavírus, o atleta é colocado em isolamento para teste e observação.
Elenco
Atualmente o elenco é formado por 20 jogadores com idades entre 19 e 35 anos, formada totalmente por atletas amadores e residentes da periferia de Fortaleza. A média de idade é de 25,8.

Os profissionais do Instituto Cuca formam a comissão técnica: o Supervisor Malbha Tahan; os assistentes técnicos Artur Alysson e Thiago Barroso; a auxiliar técnica Jane Lima; os fisioterapeutas Eliabe Costa e Kendson Souza; o fisiologista Júlio César, a psicóloga Ana Carolina e o analista de desempenho, Orleans Oglinston.
Os destaques unem desempenho e evolução como atletas: o ponta Henderson, o central Gabriel Mussi, o capitão Evandro Silva e o oposto Nairton. De acordo com a assessoria, Nairton começou a treinar na categoria de base do projeto com 17 anos. Aos 22, é um dos titulares do time.
- Centrais: Davi Cunha, Jean Bergson, Gabriel Mussi e Tiago Saunders;
- Ponteiros: Auden Guilherme, Evandro Silva, Lucas Sousa, Henderson Pereira, Pedro Igor, Erick Barbosa, Jhonatan Reis e Marcos Natanael;
- Opostos: Gustavo Moura e Nairton Silva;
- Levantadores: Marcos Gabriel, Rafael Cartaxo, Rychardyson Pires;
- Líberos: Juninho Lima, Caio Lessa e Jonatas Fernandes;
- Técnico: Tarcísio Coutinho.
Tabela na Superliga B
- 1ª rodada: Vôlei Futuro Araçatuba 3 x 0 Instituto Cuca, 22/01, 17h
- 2ª rodada: Vila Nova 3 x 0 Instituto Cuca, 29/01, 17h;
- 3ª rodada: Instituto Cuca 3 x 1 SMEL/Araucária/ASPMA/Berneck, 05/02, 18h;
- 4ª rodada: Minas Náutico 1 x 3 Instituto Cuca – 13/2, 13h
- 5ª rodada: Instituto Cuca 3 x 2 Uberlândia Vôlei/Café Vasconcelos/Praia Clube/Sada/ Prefeitura de Araguari, 12/02, 18h;
- 6ª rodada: Suzano Vôlei 3 x 0 Instituto Cuca, 24/2, 19h;
- 7ª rodada: Instituto Cuca x JF Vôlei, 5/3, 18h;
- 8ª rodada: Instituto Cuca x Aprov/Chapecó, 12/3, 18h;
- 9ª rodada: Niterói Vôlei Clube x Instituto Cuca, 19/03, 17h.
Texto: Toque de Bola – Roberta Oliveira
Fotos: Welly Soares