
Após a reunião entre o presidente da Federação Mineira de Futebol (FMF), Alexandre Aro, e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, os dirigentes de Tupynambás e Tupi reagiram, demonstrando que estão em rota de colisão com os esforços para que as competições no estado e no país retornem.
Depois do encontro com o governador, o mandatário do futebol no estado garantiu que a Federação, ao lado do Governo de Minas, vai dar passos com relação ao retorno do futebol o mais breve possível. Tanto o presidente do Tupi, José Luís Mauler Júnior, o Juninho, como o vice-presidente do Baeta, Claudio Dias, consideram que mesmo cogitar a hipótese de retornar aos jogos neste momento é inoportuno. A intenção da CBF de fazer com que a bola volte em meados de maio também foi criticada.

Sinais e revolta
Citando o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, que em entrevista à ESPN Brasil na noite de quinta, dia 30, disse que não liberará jogos em Belo Horizonte, Dias demonstra que a decisão não cabe à FMF. “Depende do Governador e dos prefeitos. Não há previsão alguma de retorno. Quando houver teremos que analisar a situação para só depois definir algo. Com certeza o Tupynambás não volta, isso depende da Prefeitura (que estendeu o decreto de suspensão de atividades não essenciais), e o Governador já falou que os eventos esportivos e clubes serão os últimos a serem liberados”, disse.

Já Juninho levanta a hipótese de situações bizarras e se revolta com a atitude de Aro. “Você imagina se o prefeito de Juiz de Fora permite a volta do futebol, e o de Muriaé não. Se o de Uberlândia, onde a covid-19 teve consequências maiores, fala que não pode e o de Uberaba permite. Como iremos jogar? O time de Uberlândia joga e o de Uberaba não? E quando jogarem um contra o outro? O que a Federação está fazendo é ridículo. Tinham que parar com política e voltar com o campeonato só em 2021”, desabafa.
Sem jogadores
A inviabilidade da volta aos treinos e jogos não fica somente na expectativa do relaxamento das medidas de distanciamento social dos municípios. Os clubes locais, como a maioria dos times do interior que participam dos Módulos 1 e 2 do Campeonato Mineiro, também ficarão sem atletas. “Não estão pesando na parte técnica também. Cada time vai perder de dez a 12 jogadores, comprometidos para jogarem a Série C ou D. Vai virar um verdadeiro campeonato de pelada”, prevê Juninho.

Com todos os contratos encerrados e vencendo nos próximos dias, o Baeta atualmente não teria elenco para colocar em campo. Por isso, Dias considera absurdo o que foi proposto pela CBF, de os estaduais voltarem até 17 de maio. “Os contratos irão vencer nos próximos dias, mas todas as rescisões já foram assinadas. Não temos nada de oficial, mas essa proposta da CBF é completamente sem sentido. Iremos precisar de uns 60 dias para tentar retomar tudo”, diz Cláudio, informando que o Leão do Poço Rico ainda não recebeu a ajuda de R$ 120 mil – em duas parcelas de R$ 60 mil – à qual faz jus por estar na Série D do Brasileiro. “Não recebemos nenhum recurso da CBF, e só iremos solicitar quando tiver definições concretas.”
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos
Fotos: reprodução/Toque de Bola; Lucas Figueiredo/CBF; Rise Up Mídia/Tupinambás FC; e Toque de Bola