
Tabu antigo, a presença de jogadores em atividade com mais de 40 anos nos elencos de equipes profissionais de futebol está longe de ser comum, embora tenha aumentado nos últimos anos. E a turma dos quarentões que ainda tem lenha para queimar vem puxando a fila no grupo do Tupynambás.
As duas principais referências do Baeta na próxima temporada, que começa com a disputa do Campeonato Mineiro 2020, superam a casa dos 40. Mas nem por isso o atacante Ademilson, aos 45 anos, e o meia e lateral-esquerdo Lúcio, aos 40, ficam atrás dos mais jovens nos quesitos vitalidade e força física. Informações de bastidores dão conta de os dois têm se destacado na bateria de exames e testes físicos que o elenco realiza no início da pre-temporada e estão prontos para liderar o Leão do Poço Rico no Estadual.
Diversão
Claro que a chegada de Lúcio ao grupo, já com a estrada da vida bastante percorrida, mas sem ser o mais velho do elenco, por conta da presença do interminável Adê, gerou diversão no grupo e entre os dois. “Isso foi motivo até de brincadeira também. Pelo menos posso dizer que o mais velho eu não sou”, comemora o novato no Baeta. “Vou ter o prazer de ter mais um jogador experiente no grupo, da minha idade”, festeja o atacante que vai par sua quarta temporada no Leão do Poço Rico.

Pedido pessoal do técnico do Baeta, Paulo Campo, Lúcio se encaixa em um perfil pré-definido para as referências do elenco. Segundo o comandante, na formulação do atual grupo do Tupynambás, a experiência teria que vir aliada à capacidade de liderar. “Escolhemos atletas experientes para compor esse elenco, que dão exemplo e que tivessem a capacidade de transmitir essa experiência”, disse o treinador na apresentação oficial do grupo.
Se cuidar
Segundo o fenômeno de longevidade do elenco do Baeta, o segredo para se manter em atividade é se cuidar. “Quem quer prolongar a carreira tem que se cuidar. Sou um jogador que me cuido dentro e fora de campo. O Lúcio também é um cara excepcional, estou tendo a oportunidade de trabalhar com ele agora, treina firme também. Isso é importante”, considera.
O novo contratado sabe bem sua função no grupo, e elogia o mais velho do elenco. “O Adê é um exemplo. Eu e ele queremos ser exemplos positivos. Nossa carreira até agora se beneficiou dessa longevidade por termos nos cuidado. Espero que eles tenham a gente como exemplo nesse quesito. Sempre falo com a molecada: deixamos nossos filhos longe para estar aqui. Por aí você vê como tem que ser sério. Por outro lado, digo que a nossa empresa é o nosso corpo. Se você jogou menos é porque não se cuidou.”
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos
Fotos: Rise Up/divulgação Tupynambás