Após uma semana quente nos bastidores e dia de votação movimentado na sede social do Tupi, a chapa JR 2020, encabeçada por José Luiz Mauler Júnior, venceu a eleição para assumir a diretoria executiva do clube no triênio 2020-2022. O pleito ocorreu no sábado, dia 5, entre 9h e 17h.
De acordo com a Comissão de Fiscalização Eleitoral (Cofel) a chapa vencedora recebeu 266 votos contra 130 da SOS Tupi, além de três votos em branco e um nulo. O resultado foi anunciado por volta de 17h25.
Confira nas redes sociais do Toque de Bola – fanpage Portal de Notícias Toque de Bola e Instagram toquedebolajf – os registros em fotos e vídeos feitos na cobertura das eleições no sábado.

Na Justiça
Mesmo com a vitória, Juninho não terá, a princípio, seu triunfo homologado oficialmente. Isso porque o juiz Mauro Francisco Pitelli, da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora, determinou a suspensão dos efeitos do resultado das eleições após ação movida por membros da chapa SOS Tupi. A solicitação inicial envolvia o cancelamento do pleito, mas o judiciário não aprovou a medida.
“Quem manda é o associado”
Em entrevista logo após o resultado, Juninho comemorou e afirmou que “quem manda no clube é associado”.
“É o que eu sempre falei para vocês, quem fala é a urna. Quem manda é o associado. O associado é o dono do Tupi. Tem que ser respeitada a vontade dele, não de pessoas externas. Não é de Facebook, não é de torcedor. O torcedor é um patrimônio do clube, temos que ter muito respeito por ele, assim como ele tem que ter respeito pelo clube e por quem está assumindo o comando do clube. Estamos muito felizes e Deus mostrou para eles. Se for “pra” justiça, anula e faz outra. Estamos prontos para qualquer eleição que vier”, disse Juninho.
Comunismo?
Questionado sobre o fato de o resultado da eleição depender de uma decisão do poder judiciário, Juninho foi enfático ao garantir que sua chapa não irá impetrar nenhuma ação e aguarda o resultado com tranquilidade e na expectativa de que a democracia seja respeitada.

“Não vamos impetrar nada. O mesmo recado que a urna e os associados mandaram para a outra chapa é o recado que o juiz vai receber. Espero que ele entenda que isso é a democracia e ela tem que ser respeitada. A vontade do associado tem que ser respeitada, senão vamos estar em um país comunista, e não é o caso do nosso país. Se precisar, não temos o menor problema de irmos para um novo pleito, mas entendo que a vontade do associado vai prevalecer, inclusive perante o judiciário”, finalizou.
“Não temos acesso a nada”
O candidato da chapa SOS Tupi, Cloves Santos, deixou a sede social do clube pouco antes do início da apuração. Em entrevista, o presidenciável criticou a “falta de transparência do clube, da chapa concorrente e a desigualdade de direitos” durante a votação do último sábado.
“Antes da reunião da Cofel, nós notificamos judicialmente e solicitamos que tivéssemos todos os livros, toda a documentação necessária para fazermos a conferência e não fomos atendidos. Após isso, o juiz concedeu o mandado de busca e apreensão na sede do clube e eles não colocaram toda a documentação solicitada no processo. Em virtude disso, entramos com o pedido de suspensão do pleito, mas não conseguimos. Nosso opositor tinha uma mesa no corredor que leva acesso às urnas com cadeiras e extensão de energia, o que foi negado para nós. Além disso, nós questionamos o fato de a Cofel ser formada por membros da atual diretoria do clube e não termos acesso nenhum a nada. Tudo que é solicitado é negado. O que estamos buscando é a igualdade de condições”, disse Cloves.
Mais elementos

A briga judicial foi iniciada no dia 27 de setembro, quando o juiz da 7ª Vara Cível de Juiz de Fora, Edson Geraldo Ladeira, concedeu à chapa SOS Tupi o direito de ter acesso a uma série de documentos relacionados ao quadro de associados do clube e fichas dos integrantes da chapa JR 2020, bem como a registros de transferência e posse de quinhões.
Antes mesmo de anunciado o resultado, sábado, Cloves garantiu que provará a desigualdade de condições na votação e seguirá com ação judicial contra o clube.
“Isso sempre atrapalha. Ao invés de eu estar pensando em voto de sócio, que é o nosso objetivo, ficamos preocupados com o judiciário porque aqui dentro nós não conseguimos nada. Essa decisão da justiça de manter a eleição me agrada muito, porque manteve a democracia, que é o voto, apesar de eu frisar que as condições são desiguais e eu vou comprovar isso. É importante ter tido esse momento aqui, até porque vamos ter mais elementos aqui para poder questionar e verificar a legalidade da situação. Caso tudo que a chapa está pleiteando seja verdadeiro, e isso vai ficar comprovado porque já temos vários elementos para isso, vamos ver qual decisão o judiciário vai tomar”, finalizou.
Texto: Toque de Bola – Pedro Sarmento, sob supervisão de Ivan Elias – Toque de Bola
Fotos: Toque de Bola