
Depois de encerrar a participação no Campeonato Mineiro da Segunda Divisão nas categorias infantil (sub-15) e juvenil (sub-17), no sábado, dia 3, é hora de avaliação para o projeto de futebol da Universidade Federal de Juiz de Fora/Associação de Ensino e Pesquisa em Esporte e Lazer (Asepel).
O título conquistado no sub-17 estimula os dirigentes da iniciativa a continuar em frente, mesmo sem a conquista do acesso, principal objetivo da temporada. Mas um obstáculo imposto pela Federação Minera de Futebol (FMF) pode até mesmo fazer com que a UFJF/Asepel decida encerrar suas atividades na modalidade.
Salgado
No último dia 31 de outubro, a entidade máxima do futebol estadual enviou às equipes de base do estado um ofício no qual comunicava decisão a respeito de pré-requisito para a disputa da Segundona do Estadual sub-15 e sub-17. No documento conta que, a partir de 2019, para jogar os torneios sub-15 e sub-17, a equipe tem que ser um clube profissional filiado à FMF.
Assim, se quiser jogar as mesmas competições que disputou em 2018, a UFJF/Asepel terá que se filiar ao profissional da entidade ou conseguir uma parceria com algum clube. “A FMF resolveu e nos comunicou. Se a Asepel quiser ser equipe profissional, tem que comprar uma vaga na Federação, no valor de R$ 700 mil. Atualmente, em Juiz de Fora, são profissionais Tupi, Tupynambás e Sport, esse até o fim de 2018”, explica o coordenador do projeto local, Marcelo Matta.

Prejuízo
“A justificativa é que as competições seriam mais organizadas. De acordo com a FMF, teria um maior comprometimento das associações. Isso também visa combater a inadimplência das taxas – as quais quitamos todas – e o não cumprimento das exigências de campo, por exemplo. Se um time sub-15 ou sub-17 deixar de pagar ou de cumprir requisitos, o profissional do clube poderá ser punido”, explica Marcelo.
Mas o dirigente vê a Asepel prejudicada. “Na minha opinião, ao invés deles obrigarem os clubes profissionais a terem base, eles penalizaram aquelas associações que, como a Asepel, se sacrificam e trabalham na formação desses jovens futebolistas. Fomos prejudicados com essa decisão. Não devemos nada a ninguém, trabalhamos duro e jogamos no melhor estádio do Campeonato Mineiro – o Estádio Municipal Radialista Mário Helênio – onde todos são bem recebidos”, ressalta.

Reuniões e decisões
Segundo Matta, existe a possibilidade de a equipe parar suas atividades. “Vamos tomar decisões em reuniões nos próximos dias. A realidade é essa, dos R$ 700 mil; ou não entramos mais e paramos; ou se faz parceria. Daí, precisamos decidir com qual entidade. Com qual pessoa que administra essa entidade esportiva, como isso irá acontecer e quem irá ser responsável. Estudar com cuidado para não comprometer o projeto”, deseja.
Saldo positivo
Mesmo com o surgimento dessa nova questão, Matta fez uma avaliação positiva da participação no Estadual 2018. “Em termos de nossa missão e metas que temos no projeto, o Mineiro valeu para as duas realidades. Para gerar experiência para os meninos, os jogadores, e os alunos que se formaram em Educação Física e estão procurando um espaço no mercado de trabalho”, acredita.
Marcelo lamentou o acesso ter escapado, e chamou para si a responsabilidade do rendimento inesperadamente abaixo das expectativas do time infantil. “Quanto ao acesso, lógico que era algo que procuramos desde o começo para aumentarmos o nível de exigência competitiva no ano que vem. Mas não conseguimos. O sub-15 não redeu o esperado. Vamos avaliar o que funcionou e o que não funcionou. Mas não merecem levar a culpa. Em última instância, o culpado sou eu, pois estava lá todo os dias observando. Então se teve alguma coisa errada, sou eu quem não tomei a decisão correta”, considera.

Título marcante
Superando inclusive uma mudança de treinador, o sub-17 conquistou o título da Segunda Divisão do Mineiro, e deixou o coordenador feliz.
“O juvenil foi campeão, falo até bicampeão, porque, em 2016, fomos campeões com a marca do Uberabinha. Tivemos a saída do comando técnico do Alex (Nascif) para o Paysandu, no Brasileiro da Série B, motivo de orgulho. A entrada do Wellington da Matta, que é um cara extremamente competente, equilibrado, estrategista e com gestão de grupo excelente. Conseguiu implantar em pouco tempo seu modo de treinos, seu modelo de jogo. Administrou muito bem. O time deu uma mudada, foi bacana de ver isso”, comemora Matta.
Assim, a conquista servirá de estímulo para o projeto. “Saímos felizes pelo título, pois ele fica para a história. O projeto é campeão mineiro da Segunda Divisão sub-17. Marca um momento muito legal, e é motivo de muito orgulho, além do incentivo para continuar”, considera Marcelo.
Texto: Toque de Bola – Wallace Mattos
Fotos: @fotosguialmeida e Facebook UFJF/Asepel
Arte ofício FMF: Toque de Bola