Veja texto publicado nesta terça-feira, dia 18, pelo site FutRio.Net, sobre a homenagem prestada pelo Maracanã, para marcar os 114 anos de fundação do América Futebol Clube, do Rio de Janeiro. Texto e fotos: Claudio Burger
Luisinho Tombo e Edu Coimbra com a bandeira do América no Maracanã
Nesta terça-feira (18), o America Football Club festeja seus 114 anos de fundação. Um dos times mais importantes do Rio de Janeiro, o Mecão ganhou de aniversário uma homenagem do Maracanã, que passou a dedicar um espaço em seu estádio para preservar a memória do clube da Rua Campos Sales.
Um stand que conta com relíquias, como camisas, chuteiras e faixas, agora faz parte do Tour feito pelos torcedores e turistas que circulam pelo estádio para conhecê-lo. A solenidade de inauguração contou com a presença de dois dos maiores ídolos da história americana: Edu e Luisinho Lemos(também chamado de Luisinho Tombo pelos torcedores).
Campeões e vitoriosos pelo America, os dois estiveram no evento e representaram as glórias do clube no estádio, onde o clube foi campeão carioca, de uma Taça Guanabara, uma Taça Rio e um Torneio dos Campeões. As peças expostas pertenceram aos craques e também ao ex-zagueiro Alex, ausente do evento, mas que também foi lembrado por ser o atleta que mais atuou com a camisa rubra em todos os tempos. Luisinho, que hoje também é técnico do America, falou sobre a emoção de ver o clube ser homenageado na mesma semana em que pode voltar à primeira divisão do Campeonato Carioca:
– O coração americano está mais forte ainda, já foi testado várias vezes. Não só pelos 114 anos, mas pelo pensamento em voltar à primeira divisão. Queremos dar esse imenso presente à torcida americana. Quando a gente chega no Maracanã, tem todas aquelas lembranças, do título da Taça Guanabara, da Taça Rio, da semifinal do Brasileiro. Os jogadores de hoje precisam conhecer a história do America, entender porque ele é tão querido, tem essa história tão importante no futebol. É uma alegria, numa data tão festiva, poder fazer com que o clube volte a seus dias de glórias.
Luisinho, até hoje o terceiro maior artilheiro da história do Maracanã (atrás apenas de Zico e Romário) também falou sobre as lembranças que guarda do velho Maraca. Ele admitiu que ainda não tinha visitado o estádio após as grandes reformas concluídas em 2013 e que sente falta do ambiente que o antigo estádio transmitia:
– É a primeira vez que vejo este Maracanã. E a gente realmente sente falta do antigo. Lembro que, quando eu fazia gol, saía correndo pela beirada da geral, pegava a bandeira de um torcedor e saía correndo com ela, aquela torcida toda atrás. Quando olhei ali, perguntei: “cadê a geral?” Está totalmente modificado, diferente. Joguei um Flamengo x Vasco, fiz um gol com 17 segundos e tinham 176 mil pessoas aqui. No America x São Paulo (em 1987), tinham 97 mil. Em America x Fluminense, na final da Taça Rio, 132 mil. Então você sente saudade daquele povo, dos geraldinos, das bandeiras, do Maracanã todo colorido. Agora, você procura aquela escada, a geral, não tem mais. O de hoje está bonito, mas senti que diminuíram o campo, o próprio estádio… Tudo bem: é Maracanã. Espero que o America volte a jogar neste estádio, como sempre foi.
Edu: “Sou todo vermelho América”
Se Luisinho é o maior artilheiro americano, Edu fica atrás em apenas uma posição: é o segundo. Campeão da Taça Guanabara de 1974, ao lado do companheiro, o antigo camisa 10 é de uma família de craques do futebol. Antunes, o mais velho, jogou ao seu lado pelo clube, enquanto o caçula Zico foi para o Flamengo e fez história. O velho craque não nega as raízes rubro-negras de sua família, mas garante que foi o America que mudou sua maneira de ver o futebol e o fez ganhar uma nova paixão.
– No futebol, tenho o Flamengo no coração desde a infância. Ainda me arrepio quando ele entra em campo. Mas aquele coração de torcedor deixou de existir porque trabalhei por muitos anos no America, no Vasco, no Botafogo e no Fluminense. E sempre fui muito bem tratado. Não posso negar que o America transformou, modificou o meu sangue. A gente sabe que o sangue é vermelho, mas ele tem vários tons: vermelho claro, vermelho escuro e vermelho America. E eu sou todo vermelho America, nas minhas veias. Me vem à mente muito gol que fiz aqui, de tudo que foi jeito: de cabeça, olímpico, de bicicleta… – recorda-se, completando:
– Comecei, no America, como jogador de futebol, mesmo sendo reprovado no primeiro teste. Fui bem sucedido na minha carreira, artilheiro do Brasileiro de 1969, ganhei o título de melhor jogador sul-americano concorrido com uns “fraquinhos” que tinham na época, como Pelé, Rivelino, Tostão, Dirceu Lopes, Ademir da Guia… Isso foi um título imenso na minha carreira. Maracanã, então, nem se fala. Comecei a lembrar de tudo, do meu falecido irmão Antunes, do maior artilheiro de todos aqui, que é o Zico. É uma honra extrema. A colocação desse stand homenageando o America é justíssima, ele não poderia faltar dentro do Maracanã, pelas suas tradições. Se o momento do clube não é bom, ao menos ele imortalizou seu nome e é muito querido no Rio e no Brasil.
Edu também não se liga apenas ao passado. Com o time às vésperas de jogar o acesso à Série A do Carioca, ele se mostra atento ao que se passa na Segundona e acredita que o America tem tudo para passar pelo Sampaio Corrêa, a partir desta quarta:
– O Sampaio Corrêa está fazendo uma campanha muito boa, o jogo é fora, osso duro de roer. Mas não esqueça de que são dois jogos e o America já ganhou em seus domínios. A torcida é toda pelo America.
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