
Desastre. Tragédia. Preocupação com o futuro da equipe já na segunda rodada do Campeonato Mineiro.
Há exagero no alerta? Ou exagero mesmo foi a goleada sofrida em casa, por goleada de 5 a 2, para o Uberlândia, na tarde deste sábado, dia 20, no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio?
Afinal, foram quatro gols num intervalo de 13 minutos – o Tupi vencia por 2 a 1 até os acréscimos do primeiro tempo, quando os visitantes emendaram quatro gols até os 13 do segundo tempo – num cenário que lembrou a fatídica partida Brasil 1 x 7 Alemanha na Copa do Mundo de 2014, no Mineirão.
Barroso fica
Como a competição é curta e em todos os anos recentes o clube trocou de treinador em meio ao Estadual, já houve pelos jornalistas questionamento sobre a permanência do treinador Alexandre Barroso junto ao dirigente Nicanor Pires:
“Sem dúvidas que é o nosso treinador. Me lembro da situação após a derrota para o Ypiranga, em casa (na Série C do ano passado), quando muitos torcedores pediram a saída do Aílton (técnico Aílton Ferraz), e fiz questão de mantê-lo para dar sequência ao trabalho, que foi finalizado de maneira positiva, com uma boa campanha. Nossa posição é a mesma.”
“Apagão inexplicável”
Na coletiva, o treinador falou de forma sucinta sobre a pressão, em função das circunstâncias da derrota acachapante, depois de uma derrota esperada para o Cruzeiro e ká com olhar no compromisso fora de casa, considerado difícil, diante do América, em Belo Horizonte: “Como treinador de futebol, me sinto pressionado desde o momento em que assinei o contrato.” E não mais estendeu a resposta.
Sobre o resultado, Barroso disse que foi algo inédito, da forma como ocorreu: “É difícil. Confesso que essa derrota, da forma que foi, é algo que nunca tinha visto, e é difícil de explicar. O que mais incomodou foi a maneira que sentimos os gols, não foi algo normal e não pode acontecer. Pareceu que repentinamente tiraram nossa equipe da tomada, um apagão inexplicável.”
Início imprevisível
O primeiro jogo oficial do Carijó em Juiz de Fora, em tarde de muito sol e calor em Juiz de Fora, começou de forma surpreendente. No primeiro lance, 42 segundos, escanteio para Uberlândia e toque na mão do zagueiro em jogada muito rápido. Pênalti e gol de Alê: 1 a 0.
Boa reação
Sem se desesperar, o Tupi trocava passes em direção ao gol e chegou ao empate em jogada iniciada pela esquerda e esticada para Reis. O atacante, que desde o início da montagem do elenco é considerado uma das principais apostas para o ano, recebeu na área, dominou, se livrou do zagueiro mais próximo e bateu no canto esquerdo: 1 a 1.
Foi a senha para se recuperar, então, do susto com o gol-relâmpago e buscar a virada. Não demorou três minutos. Aos 17, desta vez em ataque pela direita – o time até então mostrava bom sentido de jogo e buscava chegar à linha de fundo e ser objetivo, outro toque de mão na bola. O árbitro só confirmou a marcacão da penalidade após olhar para o assistente. Afonso cobrou bem, no ângulo: 2 a 1. O torcedor mais esperançoso já começava a pensar em placar mais elástico para melhorar o saldo de gols.
Novo empate
A partida ficou franca. Os dois times se preocupavam em atacar e criavam oportunidades. Reis chegou a tirar a bola do goleiro, aos 40, e ela passou raspando. Os visitantes também tocavam a bola com desenvoltura e buscavam o empate. Já nos acréscimos, em bola levantada na área por Rafael Estevam, o zagueiro Ferron testou e empatou em 2 a 2, iniciando o que seria uma tarde para o torcedor do Tupi apagar da memória.
Um atrás do outro
O Uberlândia voltou com uma alteração no time – Saulo na vaga de Danillo Bala – e o que se viu do primeiro ao 12º minuto da etapa final foi, além de um ajuste no adversário, que passou a forçar o jogo pela esquerda, um “desencaixe” no Tupi, que passou a ser golpeado e não mostrava o mínimo poder de reação.
No primeiro minuto, Saulo entrou fácil ela esquerda e de ataque e deu o passe para Alê “desvirar” em 3 a 2. O Tupi chegou a fazer duas alterações antes do gol, que passaram até despercebidas em função do que o torcedor via da arquibancada.
Aos 11, em nova jogada pela esquerda – o setor direito da defesa do Tupi não tinha qualquer cobertura, era sempre o lateral no mano a mano e perdendo as disputas em velocidades sem que nada fosse feito para impedir – mais uma bola lançada na área e gol de Eliomar.

Mais um minuto, aos 12, houve uma tabelinha pelo meio da defesa do Tupi, dois atacantes contra dois defensores num lance até meio surreal que parecia de jogo-treino de pré-temporada, e saiu o quinto gol, assinalado por Saulo, coroando sua atuação excelente desde o instante que entrou em campo.
Torcedor incrédulo
Quinto gol sofrido! Em casa! Numa partida em que o Tupi esperava dificuldades para superar o esquema defensivo adversário, que vinha de derrota em casa na estreia, o time sofria cinco gols de forma catatônica e dali em diante a única preocupação do torcedor, diante da apatia do time, era que tudo terminasse logo e o vexame não fosse ainda maior.
Tupi: Vilar; Afonso, Sidimar, Welington e Udson; Léo Costa, Francesco (Kalu), Paulinho e Tchô (Patrick); Reis e João Vitor. Treinador: Alexandre Barroso.
Uberlândia: Felipe; Cesar, Carlos Bruno, Luiz Antonio (C) e João Paulo (Leandro Santos); Rafael Estevam, Alê, Daniel, Deivison (Tony); Eliomar e Danilo. Treinador: Catanoce
Arbitragem: Felipe Fernandes de Lima, auxiliado por Breno Rodrigues e Augusto Magno de Ramos
Cartões amarelos: no segundo tempo, Leo Costa (Tupi), aos 19, e Udson (Tupi), aos 27.
Empate
Ainda pela segunda rodada do Campeonato Mineiro, Caldense e Cruzeiro empataram em 0 a 0 na noite deste sábado, em Poços de Caldas.
CALDENSE 0 X 0 CRUZEIRO

Motivo: 2ª rodada do Campeonato Mineiro
Data: 20/01/2018 (sábado)
Local: Ronaldão, em Poços de Caldas-MG
Árbitro: Igor Junio Benevenuto (CBF)
Cruzeiro: Fábio; Lucas Romero, Léo, Manoel e Egídio; Henrique, Lucas Silva, Bruno Silva (Robinho) e Rafinha (De Arrascaeta); Fred e Thiago Neves (Rafael Sóbis).
Técnico: Mano Menezes
Caldense: Omar, Jefferson Feijão, Marcelo, Robinho e Jhonathan; Mineiro, Jean Henrique, Marquinhos (Charles) e Juninho; Neilson (Willian) e Anderson Rosa.
Técnico: Zezito
Cartões amarelos: Robinho (Cruzeiro); Marquinhos (Caldense)
Texto: Ivan Elias, com reportagens de Bruno Brigatto, estagiário, e informações complementares do site do Cruzeiro e da Federação Mineira de Futebol
Fotos: Tupi (Leonardo Costa),e site da Federação Mineira e Vagner Silva Lightpress Cruzeiro
Artes: divulgação Tupi e Uberlândia