
O treinador Aílton Ferraz pensou rápido. Já no vestiário do Castelão, em Fortaleza, poucos instantes depois da derrota do Tupi por 2 a 0 para a equipe cearense, lembrou aos seus comandados como foi o título conquistado por ele, quando era jogador do Grêmio, sobre a Portuguesa. É que no primeiro jogo daquela final, o jogo de ida, em São Paulo, terminou 2 a 0 para a Lusa. Na partida de volta, o tricolor gaúcho devolveu o placar. Com um detalhe: coube ao atual comandante alvinegro assinalar o gol da conquista do Campeonato Brasileiro de 1996 – um ano antes, ele tinha sido o “autor moral” do gol de barriga de Renato Gaúcho, pelo Flu, também decidindo para um tricolor, na oportunidade um título estadual.
Aílton admitiu a diferença de comportamento do time do primeiro para o segundo tempo: “Viemos para tentar ganhar o jogo ou não perder. Pegamos uma equipe muito qualificada e controlamos o primeiro tempo. Eles acharam o gol no inicio do segundo tempo e em seguida tomamos o segundo, isso acaba se tornando muito ruim. Acho que dá para reverter, dentro de casa, temos de batalhar. Eu falei para eles: em 1996 eu passei por uma situação assim, onde perdi de dois a zero para a Portuguesa pelo Grêmio. Conseguimos fazer os dois gols em casa e fomos campeões. Tem varias situações assim, agora temos que acreditar. Não conseguimos controlar o segundo tempo, quando tomamos o primeiro gol o time se perdeu um pouco, mas não tem nada perdido. Eu sou um cara que na minha vida tudo foi luta e jamais jogar a toalha. Em casa se fizermos um gol no início, temos chances de reverter esse placar”, disse na coletiva, ouvido pela Rádio Globo Juiz de Fora.
Sobre a forma de jogar:
“Minha forma de jogar é essa mesmo, só que em casa o ímpeto é maior. Sabíamos que aqui a força deles é maior, conseguimos segurar na primeira parte mas infelizmente no segundo tomamos um gol onde fomos apertar a marcação na frente e sofremos o gol. Perdemos um jogador importante, que é o Diego Luís (recebeu o terceiro cartão amarelo ainda na etapa inicial) e agora vamos analisar a equipe deles e ver onde deixaram mais brechas, e tentar um gol no início para reverter essa situação. Falei para eles não tem nada perdido e não temos mais nada a perder. Em casa temos que ir para dentro. Se o jogo aqui tivesse 0 a 0 até os 15 minutos do segundo tempo, o jogo seria diferente, mas infelizmente não deu e parabéns a eles e a torcida, que veio em peso. O trabalho não terminou ainda, acredito que a gente consegue mudar essa situação”.
Ausência do Diego Luis:
“Perdemos um atleta importantíssimo em uma bola que ele escorregou e acabou atingindo o adversário. Achei que o árbitro foi muito duro com esse amarelo, mas faz parte. Temos um grupo e essa semana vamos tentar encaixar quem vai jogar no setor dele. Perdemos muito na bola parada, mas vamos trabalhar para que o substituto venha bem e nos ajude nos gols necessários”.
Importância da torcida no jogo de volta:
”Sempre acreditamos na nossa torcida. Que sábado ela possa estar lá, e independentemente dela achar que vai dar ou não, na minha cabeça sempre vai dar. Eu nunca perdi por antecipação, em nada. Vou colocar na cabeça deles, nós vamos fazer um bom jogo e vamos incomodar. Se o resultado vai vir, não sei, mas que vamos batalhar para conseguir esse acesso, nós vamos”.
Jogadores repetem discurso do treinador

Entre os jogadores do Tupi, entrevistados na saída de campo, o sentimento era de frustração pelo início ruim de segundo tempo, mas também de esperança em retomar a vantagem no jogo em Juiz de Fora.
Texto: Toque de Bola, a partir de entrevistas, coletivas e à Rádio Globo Juiz de Fora
Fotos: O Povo – Fortaleza – Tatiana Fortes