Desta vez sem final feliz, o Tupi foi derrotado por 2 a 0 pelo Mogi Mirim no estádio Vail Chaves, interior paulista, na tarde deste sábado, 17, pela sexta rodada da fase de classificação da Série C do Campeonato Brasileiro. A equipe juiz-forana sofreu a segunda derrota na competição e segue com oito pontos, enquanto o Mogi Mirim permanece na lanterna do grupo B, com quatro pontos, mesmo com a vitória.
O próximo compromisso do Tupi será no sábado, dia 24, às 20h, diante do Botafogo, de Ribeirão Preto. A partida seria disputada na segunda-feira, dia 26, mas teve a antecipação publicada no site da Confederação Brasileira de Futebol. O zagueiro Edmário e o volante Marcel, suspensos, não jogam. Edmário recebeu cartão amarelo (terceiro dele ma Série C) no primeiro tempo e foi expulso nos instantes finais. Marcel está fora pelo terceiro cartão amarelo. No total, o Carijó teve seis jogadores advertidos com cartões.
Pênalti “não desce”
Um pênalti mal marcado pela arbitragem, segundo os jogadores e o treinador Aílton Ferraz, foi determinante para o resultado, já que a equipe alvinegra estava no controle das ações, e após sofrer o primeiro gol, teve uma queda de rendimento. “No primeiro lance ninguém viu, nem o juiz sabe quem foi que fez e ele marcou o pênalti. Isso acabou prejudicando o andamento da partida, porque a gente joga num estilo de jogo de contra-ataque, fechadinho, então tivemos que sair um pouco mais pro jogo. Mas foi o que conversamos ali, a gente não pode abaixar a cabeça, porque vimos determinação, mesmo contra tudo e contra todos nosso time lutou até o final”, comenta Bruno Santos, capitão do Tupi que vinha de anotar gols nas três últimas partidas da equipe, desde que passou a atuar como ala no esquema 3-5-2.
Entrevista com Aílton Ferraz
Após a partida o técnico Aílton Ferraz, em entrevista à Rádio Globo Juiz de Fora, lamentou o resultado: “O time começou bem, com uma boa posse de bola, depois demos uma caída, eles adiantaram as linhas, começaram a marcar em cima, com chutão toda hora, o camisa nove deles é um jogador muito alto. Foi um primeiro tempo mais ou menos. Nós não jogamos tanto, eles também não. O que pesou no jogo foi a arbitragem. Isso não adianta, não tem como deixar de falar. O pênalti não sabe nem quem fez. Uma derrota que não estava no nosso planejamento. Criamos situações no segundo tempo, eles chegaram ao nosso gol somente aos 36 minutos, com um chute do nove, e aos 39 fizeram um gol. Martelamos, mas a bola não entrou”, disse Aílton.
Próximo confronto
“Não podemos achar que está tudo ruim. Quando ganha não tem que achar que está tudo bom, mas sabemos que pecamos muito em um jogo que não poderíamos errar, não podia perder ponto, mas agora é batalhar e tentar ganhar em casa. Dois jogos difíceis, primeiro o Botafogo, que no meu modo de ver é um time bem armado, e depois vem o Volta Redonda. Então vamos por etapas, agora é o próximo, dentro de casa, temos que criar forças, temos algumas ausências (Edmário recebeu o terceiro cartão amarelo e, em outro lance, o vermelho e Marcel, o terceiro amarelo) , e a reposição fica meio complicada, mas vamos tentar armar o que temos de melhor para que possamos conseguir a vitória sobre o Botafogo em casa”.
O que faltou para o time?
“Faltou a bola entrar, porque a gente não vem jogando tão bem assim não. Nós achávamos os gols, essa é a grande realidade, mas hoje achei que o time jogou bem, toque de bola, virada de jogo, triangulações, infelizmente é assim. Às vezes eu prefiro jogar mal e ganhar o jogo. Hoje o time teve bem postado, rodou bem a bola, mas não conseguiu fazer o gol, e com isso perdemos um jogo que não estava no nosso planejamento, mas foi fora de casa e a gente tem recuperar em casa agora”.
Desfalques
“Temos um grupo, que eu acredito em quem está, mas o importante são eles acreditarem neles mesmos. É o que eu falo, tem que chegar lá dentro e dar o seu máximo, contribuir o máximo com garra e determinação, nós somos um time de operário, falo isso sempre pra eles. Agora vamos ter que esfriar a cabeça, tem a semana para treinar, para que a gente possa botar o de melhor que temos para conseguir uma vitória em casa”.
Salto alto
“Eu tinha falado para eles, nós não entramos achando que iríamos ganhar, porque eu disse, quando cheguei aqui no (campeonato) Mineiro o time tinha um ponto, isso não quer dizer nada. E vimos os jogos deles, tiveram partidas em que mereceram ganhar e perderam o jogo. Então não é um time ruim de tudo, que não tem qualidade e não tem jogador que vai resolver. Tem sim. É um time que tem suas qualidades, sua virtudes, mas também tem seus defeitos. Tentamos explorar os defeitos deles e não conseguimos. Entramos para tentar ganhar o jogo ou levar um ponto para casa e infelizmente não deu”.

O jogo
Primeiro tempo
O Tupi começou melhor na partida e logo no primeiro minuto, em falta perto da área cobrada na meia altura, o goleiro adversário defendeu o arremate de Bruno Santos. Aos 6’ após cometer falta forte na intermediária, o zagueiro Emerson do Mogi recebeu o cartão amarelo. Na sequência da cobrança, a bola sobrou para Bruno Santos, que mandou para fora. Mesmo fora de casa, o Tupi buscava mais o ataque.
O Tupi controlava o jogo, mas o time paulista começava a se animar, tentando achar os espaços. No minuto 25 o Mogi consegue marcar, porém a arbitragem anota o impedimento e o gol não vale.
Aos 30’ o goleiro Paulo Henrique, de acordo com o árbitro Edivaldo Elias da Silva (PR), derruba Gustavo e é assinalado pênalti. Rodrigo vai para a cobrança e converte, fazendo 1 a 0 para o time da casa. Os jogadores alvinegros reclamaram não só da marcação da penalidade máxima, mas do escanteio que foi anotado, originando o lance do pênalti.
Após gol, o Mogi aumenta a pressão em busca do segundo, ao mesmo tempo em que o Tupi parece ter sentido o golpe e comete muitos erros.
No final do primeiro tempo o time de Juiz de Fora tenta a última pressão para empatar o jogo, mas vai com o resultado adverso para o intervalo. Com pênalti discutível, os jogadores do Tupi saíram de campo reclamando bastante da arbitragem.
Segundo tempo
O Carijó voltou sem alterações para os 45 minutos finais. Em desvantagem, a equipe pressionou bastante o time da casa logo no início, entretanto, não conseguiu criar situações claras de gol.
Aos 11’ o treinador Aílton Ferraz promoveu a primeira alteração e mandou a campo o atacante Flávio Carvalho no lugar de Diego Luís, tentando dar mais presença de área ao time.
O Tupi seguia com a posse de bola, tentando encontrar os espaços. O domínio não era concretizado em finalizações. Com 19 minutos, Romarinho fez a estreia pelo Tupi, entrando no lugar de Rafael Teixeira.
Aos 20’ Flavio Carvalho chutou de longe, mas não acertou o alvo. Aílton gastou o último cartucho e lançou Marcinho na vaga de Lucas. O Mogi levava perigo nos contragolpes e aos 28’, Anderson Rosa obrigou o goleiro Paulo Henrique a fazer grande defesa.
Em boa jogada o Tupi conseguiu criar uma boa chance aos 35’, com Romarinho, que finalizou para grande defesa do goleiro Maringá para escanteio. O Carijó foi com tudo para o ataque, mas na saída em velocidade, o Mogi chegou ao setor ofensivo e Galego marcou o segundo aos 39’, fazendo 2 a 0 para time da casa.
No fim do jogo os jogadores do Tupi começaram a perder a cabeça e Edmário foi expulso por falta dura em Anderson Rosa, já nos acréscimos. O gol de Galego foi um balde de água fria e freou a tentativa de empate do Carijó e a partida termina em 2 a 0.
FICHA TÉCNICA
Mogi Mirim 2 x 0 Tupi
Mogi Mirim: Maringá, Rodrigo, Emerson, Vinícius e Ewerton, Vitinho, Moradei (Lucas Garcia), Régis e Tatuí (Galego), Anderson Rosa e Gustavo (Lessinho). Técnico: Marcelo Veiga
Tupi: Paulo Henrique, Patrick, Fernando e Edmário, Lucas (Marcinho), Marcel, Bonilha e Bruno Santos, Diego Luís (Flávio Carvalho) e Andrey, Rafael Teixeira (Romarinho). Técnico: Aílton Ferraz
Gols: Rodrigo (30’ 1ºT) e Galego (39’ 2ºT) Mogi Mirim
Cartões amarelos: Emerson, Gustavo e Maringá (Mogi Mirim); Rafael Teixeira, Edmário, Flávio Carvalho, Bonilha, Marcel e Bruno Santos (Tupi)
Cartões vermelhos: Edmário (Tupi)
6ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série C 2017
Local: Estádio Vail Chaves (Mogi Mirim-SP)
Data: 17/06/2017
Horário: 15h30
Público: 101 pagantes, Renda: R$ 1.755,00
(observação: de acordo com a Rádio Globo, além da divulgação, tradicional em todos os jogos, de renda e público, o clube paulista anunciou também o prejuízo financeiro com a partida,de R$ 15.496,87).
Arbitragem: Edivaldo Elias da Silva (PR), auxiliado por Diego Grubba Schitkovski (PR) e Diogo Morais. (PR).
Texto: Patrick Alves, estagiário do Toque de Bola, com informações da Rádio Globo Juiz de Fora e supervisão de Ivan Elias, Toque de Bola
Foto: Ricardo Wagner
Edição: Toque de Bola