Orgulho, sensação de estar vivendo um momento mágico e de ter batalhado para alcançar essa conquista. São esses os sentimentos que afloram na juiz-forana Camila Fabre quando ela fala de sua experiência como oficial de mesa na arbitragem do basquete dos Jogos Olímpicos na Rio 2016.
Já imaginou sair de competições locais, regionais, estaduais e de repente olhar para a quadra e constatar que está diante de Pau Gasol, astro espanhol da NBA, num Espanha x Croácia de altíssimo nível, e de alguns dos principais atletas do mundo na modalidade? E, mesmo assim, ter a convicção de que ela vai dar conta do recado?
Este é mais um vídeo produzido especialmente pelo Toque de Bola para retribuir o incrível acesso ao Portal e às nossas redes sociais: uma entrevista exclusiva com Camila, que aproveita para detalha um pouco mais as funções de cada membro da equipe de arbitragem e explica em que situações como o recurso de vídeo pode socorrer em quadra
Camila Fabre começou na arbitragem de basquete em 2010, quando filiou-se à Federação Mineira. Ela chegou às Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016 após participar de diversos torneios no Brasil. A confirmação da presença nos Jogos Olímpicos veio após o Programa de Treinamentos realizado em 2015.
Confira, abaixo, o vídeo com a íntegra da entrevista exclusiva de Camila Fabre ao Toque de Bola
Participar da Olimpíada para árbitros tem a mesma importância que para atletas?
Acho que sim. A gente treina, estuda para estar presente lá nas Olimpíadas. Para mim seria o auge da carreira do árbitro e dos oficiais de mesa trabalhar num evento internacional do porte das Olimpíadas.
A experiência nos Jogos Olímpicos
Foi única. Não tem muito o que explicar, porque trabalhar num evento desse no Brasil te dá muito orgulho e felicidade também. Outra oportunidade igual a essa vai ser muito difícil, no Brasil principalmente, Olimpíadas, ou até outros campeonatos em nível internacional.
O jogo entre Espanha e Croácia no masculino
Trabalhei como apontadora nesse jogo. Terminou com dois pontos de diferença para a Croácia. E ainda no final quase o Pau Gasol fez uma cesta, então poderia ir para a prorrogação. O jogo todo foi pressão, foi corrido, ponto de um lado para o outro. Tive que ter atenção o jogo todo, bem como os meus colegas na mesa. Me marcou porque foi o primeiro que eu trabalhei, já num jogo que era alto nível, com atletas famosos, todas as câmeras voltadas. A gente ainda estava com o nervosismo de primeiro jogo, primeira atuação e com um jogo muito bom.
Utilização da tecnologia no esporte
No basquete, principalmente em competições internacionais, a gente tem o Instant Replay, que se surge alguma dúvida, alguma situação que tenha divergência entre dois árbitros, eles buscam as filmagens para confirmar qual foi a situação, a decisão a ser tomada. Eu trabalhei num jogo que teve esse recurso utilizado, que foi uma dúvida entre uma sexta de dois ou três pontos. Um árbitro marcou de três e o outro falou que o atleta tinha pisado na linha de três pontos. Isso caracteriza dois pontos no basquete. Então o árbitro parou o jogo e foi verificar nesse vídeo se foi dois ou três, e realmente tinha sido de dois pontos.
As funções da equipe de arbitragem
No basquete a gente tem quatro funções. O apontador é a pessoa responsável por alimentar a súmula com pontos, faltas dos jogadores, faltas coletivas, que ao final do jogo você consegue verificar quem fez os pontos e quem fez falta durante o jogo todo. O assistente de apontador é aquele que auxilia o apontador informando quantas faltas individuais o jogador tem, dando substituições e pedidos de tempo. O cronometrista é a pessoa responsável pelo controle do tempo de jogo: para quando tem que parar o cronômetro e solta de acordo com a regra específica do basquete. E ainda tem o operador de tempo, que é o operador da posse de bola: inicialmente os atletas possuem 24 segundos, então tem uma pessoa específica que controla essa posse de bola. E tem algumas regras que tem que ficar atento, como o rebote em ataque, que a equipe só vai ter 14 segundos ou falta em ataque, que seria só 14 segundos também. Essas são as funções do basquete. Trabalhei em sete jogos e executei as quatro funções do basquete, uma função em cada jogo.
O que achou da organização do evento?
Eu acho que as Olimpíadas tiveram resultado muito melhor do que era esperado. Todos os brasileiros ficaram super orgulhosos porque é a imagem não só do Brasil que foi posta a prova nesses jogos em nível internacional, é de todas as pessoas que estavam trabalhando lá. Por mim, eu fiquei super orgulhosa, super feliz do resultado, das construções, das situações que ocorreram nas Olimpíadas mesmo. Questão de controle de trânsito, controle de entrada, circulação dentro dos ambientes. As próprias construções ficaram maravilhosas, conseguiram comportar, receber o público, como nós voluntários e trabalhadores. Foi excepcional, o Brasil mostrou que é capaz de dar orgulho à nação nessa parte esportiva.

Mérito Esportivo Panathlon
No dia 8 de dezembro, Camila esteve no seleto grupo de 25 agraciados com o Mérito Esportivo Panathlon, maior reconhecimento esportivo de Juiz de Fora e região, promovido pelo Panathlon Club Juiz de Fora. O Panathlon comemora 40 anos de fundação e a noite da entrega do Mérito e da Comenda Carlos de Campos Sobrinho ainda alcança grande repercussão, não só na cidade mas em todo País, pela projeção dos atletas, treinadores, árbitros, entidades e empresas premiados, e nas cidades e nos países em que o Panathlon tem representação.
Texto: Lucas Bernardino e Ivan Elias- Toque de Bola
Fotos: Toque de Bola e Tintim/Panathlon Club Juiz de Fora
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Parabéns Ivan Elias e toda equipe Toque de Bola mais uma obra de arte!!!!!