Não faltou empenho nem vontade, mas desta vez o Botafogo não conseguiu manter os 100% de aproveitamento como mandante. Com gol de Herrera, o time empatou em 1 a 1 com o Atlético-GO, nesta quinta-feira, no Stadium Rio, chegando aos 15 pontos no Campeonato Brasileiro. O argentino ainda sofreu pênalti claro ignorado pela arbitragem. O próximo adversário é o Bahia, domingo, no Pituaçu.
No início do jogo, teoricamente, tudo o que o Botafogo precisava era de um gol rapidamente para abrir o sistema defensivo do Atlético-GO. E, logo aos 4 minutos, Herrera aproveitou sobra de falta cobrada por Elkeson e mandou para as redes, abrindo o placar.
Com a vantagem e um adversário mais exposto, o Botafogo continuou em cima e teve chances com Maicosuel, que foi ao fundo e cruzou mas a zaga afastou, e com Herrera, que cabeceou por cima, aos 9.
Entretanto, a vantagem no placar não fez bem ao jogo do Botafogo. O time se organizou defensivamente para buscar contra-ataques, mas o Atlético-GO não se lançou ao ataque de qualquer forma. Pelo contrário, seguiu tocando a bola pacientemente. E, atrás, impedia os contra-golpes abusando das faltas, toleradas pela arbitragem.
A principal jogada do Atlético-GO era tocar a bola até achar um espaço pelo lado esquerdo. Assim, chegou ao empate. Thiago Feltri foi ao fundo e cruzou para Anselmo ganhar no alto e cabecear no canto, aos 15.
O jogo, então, ficou como se previa inicialmente: amarrado. O Atlético-GO seguia marcando muito e comentendo faltas em excesso. E o Botafogo só chegava com perigo nas jogadas de bola parada. Elkeson bateu uma cruzado, aos 16, e o goleiro jogou para escanteio. Aos 27, Antônio Carlos cabeceou por cima. Em outro lance, Herrera foi puxado dentro da área, mas o árbitro não deu pênalti. Em seguida, em jogada parecida, houve choque normal, o argentino caiu e ainda foi punido com cartão amarelo.
Com dores no ombro, Everton precisou ser substituído, entrando Lucas, ainda no primeiro tempo. Mas foi na etapa final que o Botafogo cresceu. Com menos de 5 minutos, Somália já havia cabeceado uma bola para fora e Lucas Zen quase marcado em finalização de esquerda. Também de canhota, Elkeson colocou Márcio para trabalhar, em defesa segura.
Aos 16, um grande susto. Juninho tabelou e entrou livre, frente a frente com Renan. A finalização venceu o goleiro alvinegro, mas Marcio Azevedo se jogou e tirou de cabeça, quase em cima da linha.
Para ganhar velocidade e ofensividade, Caio Júnior colocou Cidinho no lugar de Alessandro. Na primeira jogada do meia, ele recebeu de Elkeson e bateu forte de esquerda, aos 23, obrigando Márcio a fazer boa defesa.
Se no primeiro tempo a tática do Atlético-GO para parar o jogo foram as faltas, no segundo foi a cera, com demora na reposição e jogadores caindo para pedir atendimento médico.
O Botafogo intensificou a pressão, ficou em cima até o último minuto, mas não conseguiu criar reais chances de gol. Assim, ficou no empate em 1 a 1.
BOTAFOGO: Renan, Alessandro (Cidinho), Antônio Carlos, Fábio Ferreira e Marcio Azevedo; Lucas Zen, Somália (Caio), Maicosuel, Elkeson e Everton (Lucas); Herrera. Técnico: Caio Júnior.
Caio ressalta boa campanha
Durante a semana, Caio Júnior já comentava que o jogo contra o Atlético-GO seria complicado. O treinador do Botafogo comentou o empate em 1 a 1 nesta quinta-feira, no Stadium Rio, dando méritos ao adversário pelo esquema defensivo que deu resultado.
“Temos um conceito de jogo diferente, de equipe que joga com a bola, agressiva, pelo resultado. O difícil é manter a filosofia com o adversário tentando nos anular, jogar no contra-ataque e explorar nossos defeitos. Tudo passa por uma evolução. É importante o torcedor compreender que os adversários vêm aqui para nos anular. O principal, em uma visão otimista, é que temos mais de 60% de aproveitamento”, destacou Caio Júnior.
O técnico, que lembrou ter havido pênalti não marcado em Herrera no primeiro tempo, explicou ainda que ansiedade da equipe, jovem e em formação, prejudicou em certos momentos.
“Tivemos dificuldades depois de fazer o gol. A equipe talvez tenha se empolgado, acreditado que aconteceria naturalmente. Não acontece, você tem que fazer, jogar com e sem bola. Não conseguíamos impedir a posse de bola deles. E o maior problema era a chegada do Thiago Feltri, não conseguíamos acompanhá-lo. A entrada do Lucas ajudou. Em formação, a equipe sente a obrigação de ganhar sempre, fazer grandes exibições e gols. Não é assim. É preciso ter paciência e calma para as coisas acontecerem. O torcedor tem que estar motivado porque vamos chegar bem no fim do campeonato”, garante.
Para o jogo contra o Bahia, domingo, o treinador planeja a estreia de Renato no segundo tempo e ainda tem Everton, com uma lesão no ombro esquerdo, como dúvida.
“Vai ser um jogo muito complicado pela característica do Bahia, que é agressivo. Mas, pela nossa forma de jogar, pode ser interessante para nós”, acrescenta.
Textos: Danilo Santos – Site oficial do Botafogo