Série A Série B Europa
Cochabamba, Bolívia / Félix Capriles, Quarta-Feira, 16/03/2011 - 19:30
Jorge Wilstermann 1 x 4 Internacional
Gols: Juan Ignacio Brown Gols: Leandro Damião , Zé Roberto , Kleber , Juan Ignacio Brown(contra)
FASE DE GRUPOS - 3ª RODADA
Que falte ar: com bola de sobra nos pés, Inter vence na Bolívia
Colorado controla o Jorge Wilstermann e vence por 4 a 1 em Cochabamba, com destaque para Oscar e Leandro Damião
    A CRÔNICA
    por Alexandre Alliatti

    Se o sujeito tem bola nos pés, ar nos pulmões é o de menos. O Inter passou por cima da altitude de Cochabamba, abateu os aviadores do Jorge Wilstermann antes que eles pudessem alçar voo e deixou muito bem encaminhada sua situação no Grupo 6 da Libertadores da América. A vitória de 4 a 1 no estádio Felix Capriles teve mais uma vez a gurizada como destaque: Oscar foi a referência técnica do time, e Leandro Damião marcou outro gol.

    É um resultado determinante para o objetivo vermelho de ser campeão da chave e, se possível, fazer a melhor campanha geral da etapa de grupos. O Inter foi a sete pontos, na liderança de seu quadrangular, e com um jogo a menos do que Emelec, que também tem sete, e Jaguares, com seis. Já o Jorge Wilstermann, que leva o nome do primeiro piloto comercial da Bolívia, ficou no solo. Tem três derrotas em três jogos.

    O Inter assegurou a vitória no primeiro tempo. E foi de virada. Brown colocou os bolivianos na frente, e ele mesmo, contra, criou o empate, em cruzamento de Oscar. Leandro Damião e Zé Roberto marcaram na sequência. Na etapa final, Kleber ampliou.

    Um susto, para ter graça, e três gols, para mostrar quem manda

    Celso Roth abriu os braços na beira do campo como se imitasse o Cristo Redentor que observa Cochabamba do alto, e que pode ser visto do estádio, quando Abregú cruzou da direita, Toscanini desviou de cabeça e Lauro fez defesa espantosa. Só tinha corrido um minuto de jogo, e o Jorge Wilstermann ameaçava incomodar o Inter. Será? O Jorge Wilstermann? Um time da segunda divisão boliviana?

    Andaram mais alguns minutos em um jogo com ar esquisito na Bolívia, com o Inter um tanto perdido, parecendo não saber direito para que lado correr. Aos sete, veio a pancada. Ojeda cobrou falta boba cometida por Zé Roberto, a zaga não se encontrou, e Brown, de cabeça, desviou de Lauro. Celso Roth, na beira do campo, não acreditou. O Cristo Redentor boliviano, lá no alto, seguiu de braços abertos, mas deve ter achado meio esquisito aquilo. Será? Perder para o Jorge Wilstermann? Um time da segunda divisão da Bolívia?

    leandro damião  zé roberto internacional gol jorge wilstermann (Foto: agência Reuters)Leandro Damião e Zé Roberto comemoram gol do Inter (Foto: agência Reuters)

    Coisa nenhuma. Em menos de dez minutos, o Inter fez três gols e mostrou que um campeão da Libertadores não pode, com todo o respeito aos simpáticos bolivianos, perder uma partida dessas. Foram três golpes letais, um depois do outro.

    Golpe um, aos 16 minutos: Oscar, esse capeta de 19 anos, colocou calor na defesa adversária pela ponta direita e mandou na área para Tinga acossar Brown, que mandou contra. Pobre Brown: do gol a favor ao gol contra em poucos minutos.

    Golpe dois, aos 19 minutos: Oscar, desta vez pela esquerda, acionou Guiñazu, que mandou cruzamento na área. Leandro Damião se antecipou à zaga e fez seu milésimo gol na temporada. Ok, quase isso: foi o 13º em oito jogos.

    Golpe três, aos 24 minutos: Leandro Damião roubou a bola, partiu em disparada, entrou na área e, na hora de fazer seu milésimo-primeiro gol na temporada (sim, sim, o 14º), rolou para Zé Roberto. O meia-atacante só completou: 3 a 1.

    Aí o Inter baixou o ritmo. Afinal, estava na altitude de 2,5 mil metros de Cochabamba. Mesmo assim, poderia ter ampliado. Chutes de Damião e Oscar levaram perigo ao time boliviano.

    Kleber fecha a conta: 4 a 1

    Não houve sustos para o Inter no primeiro tempo. Com total domínio do jogo, o time colorado mandou no relógio, controlou o espaço, transformou sua melhor condição técnica em palavra de ordem na Bolívia. Com o tempo, Celso Roth foi mexendo no time. Tirou Damião e Oscar, colocou Cavenaghi e Andrezinho. No intervalo, já havia sacado Tinga, com a entrada de Wilson Matias.

    Estava na cara que o Inter conseguiria ampliar o resultado. Leandro Damião, na pequena área, perdeu, de cabeça, um tipo de gol que não vem perdendo. Zé Roberto puxou um sem número de ataques, mas sempre faltou o encaixe final. Cavenaghi emendou uma pancada da entrada da área, só que o goleiro pegou. Quem fez mesmo foi Kleber.

    Foi aos 36 minutos. O Inter teve ótima jogada ofensiva e fez a bola viajar de um lado a outro do campo. Saiu da direita, passou pelo meio, com Andrezinho, e parou com o lateral na outra ponta. Ele mandou chute forte, cruzado, para mudar o patamar do resultado: de vitória para goleada.

    Os bolivianos, com ar de sobra e pontos de menos, começaram a deixar o estádio. Não havia muito a fazer por ali. E o Inter, com ar de menos e pontos de sobra, só teve que deixar o tempo passar. Ar para quê, se o importante é bola no pé?

    JORGE WILSTERMANN 1 x 4 INTERNACIONAL
    Mauro Machado; Lucas Fernández, Brown, Jusselio e Juan Ojeda (Nicolas Mosquera); Cristian Machado, Víctor Melgar (Amílcar Sanchez), Fernandez (Fábio Mineiro) e Luis García; Jesús Toscanini e Abregú. Lauro, Nei, Rodrigo, Sorondo e Kleber; Bolatti, Guiñazu, Tinga (Wilson Matias), Oscar (Andrezinho) e Zé Roberto; Leandro Damião (Cavenaghi).
    T: Marcelo Neveleff. T: Celso Roth.
    Estádio: Felix Capriles, em Cochabamba (Bolívia). Data: 16/03/2011. Árbitro: Enrique Cáceres (PAR). Auxiliares: Nicolás Yegros e César Franco.
    Gols: Brown, aos sete minutos, Brown (gol contra), aos 16, Leandro Damião, aos 19 minutos, Zé Roberto, aos 24 do primeiro tempo; Kleber, aos 36 minutos do segundo tempo.
    Cartões amarelos: Lucas Fernández, Cristian Machado (Jorge Wilstermann); Zé Roberto (Inter).
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